Rio antecipará adição
do biodiesel para ônibus da frota metropolitana
31 de Maio de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - Nos próximos
quatro meses, cerca de 3 mil dos 14,5 mil
ônibus que circulam na região
metropolitana utilizarão como combustível
o óleo diesel derivado do petróleo
com a adição de 5% de biodiesel.
do Estado do Rio de Janeiro vão trafegar
utilizando como combustível o óleo
diesel derivado do petróleo com a adição
de 5% de biodiesel – o diesel vegetal.
Nesse período, uma
empresa especializada fará o monitoramento
da qualidade do ar e do desempenho dos motores,
e os dados serão analisados pela Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis (ANP).
O projeto experimental foi
apresentado hoje (31) em solenidade na Federação
do Comércio e resulta de parceria entre
a Secretaria Estadual de Transportes, a Petrobras
Distribuidora, a Federação das
Empresas de Transporte de Passageiros do Rio
(Fetranspor) e as montadoras Volkswagen e
Mercedes-Benz.
Na prática, o projeto
antecipa em quase sete anos a lei federal
que torna obrigatória, em janeiro de
2013, a utilização do B5, diesel
mineral com adição de 5% de
biodiesel. A mesma lei prevê, já
para janeiro do próximo ano, o uso
do B2, diesel comum com 2% de adição
do novo combustível.
O secretário de Transportes,
Júlio Lopes, destacou o pioneirismo
do Rio de Janeiro em relação
a combustíveis mais limpos: "Em
um ano, 3 mil ônibus rodando com biodiesel
a 5% significam uma economia de 32 milhões
de litros de óleo diesel".
Para o coordenador de Meio
Ambiente da Fetranspor, Guilherme Wilson da
Conceição, o projeto não
vai pesar no bolso dos usuários do
transporte público, porque as tarifas
não serão alteradas: "O
biodiesel ainda é um pouco mais caro
que o diesel, mas a BR Distribuidora nos garantiu
que não vai repassar esta diferença.
Vamos manter a mesma qualidade do transporte
poluindo menos".
Dados da Agência Internacional
de Energia indicam que o setor de transportes
em todo o mundo é responsável
por cerca de 24% do dióxido de carbono
(CO2) lançado na atmosfera. E que a
participação das frotas das
grandes cidades na emissão de gases
do efeito estufa aumenta 2,5% a cada ano.
Nos países em desenvolvimento, essa
taxa atinge até 4,4% ao ano.
+ Mais
Em dois anos, Brasil deixou
de emitir mais de 400 bilhões de toneladas
de gás carbônico, diz ministra
9 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - Nos últimos dois
anos o Brasil reduziu em mais de 51% o nível
de desmatamento em suas florestas, deixando
de emitir no período cerca de 430 bilhões
de toneladas de gás carbônico
(CO2). A informação é
da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
em discurso nesta semana no Teatro Amazonas,
durante a solenidade de lançamento
do Centro de Excelência Ambiental da
Petrobras na Amazônia.
Dentro da Semana do Meio
Ambiente, a ministra destacou que a redução
corresponde a 15% do volume de emissões
que os países ricos – que respondem
por 80% desses fatores que levam ao aquecimento
global – teriam de reduzir as emissões
de CO2 que levam ao aquecimento do planeta
- teriam que reduzir.
Para que isto fosse possível,
ainda de acordo com Marina Silva, foi necessária
a implementação de um plano
que envolve 13 ministérios e o apoio
dos governos estaduais, da sociedade civil,
Polícia Federal e Exército.
“É uma contribuição muito
grande e, para que obtivéssemos êxito,
tivemos que desconstituir 1.500 empresas criminosas;
tivemos que inibir 1.066 mil propriedades
de grilagem; apreender 90 mil metros cúbicos
de madeira e prender 500 pessoas envolvidas
em crimes ambientais – inclusive 116 servidores
do Ibama que faziam a vergonhosa tarefa de
misturar o trigo com o joio”, afirmou.
A ministra lembrou ainda
que o Brasil possui um diferencial favorável
à preservação do meio
ambiente, quando comparada a sua matriz energética
com a de outros países do mundo: “O
Brasil tem 45% de sua matriz proveniente de
energia limpa, enquanto os países ricos
têm apenas 6% e outros paises em desenvolvimento,
apenas 13%. Essa é uma vantagem diferencial
fantástica”.
Em 2013, acrescentou, o
Brasil estará produzindo cerca de 30
bilhões de litros de etanol sem precisar
agredir o meio ambiente, “porque tem 300 milhões
de áreas agricultáveis, 51 milhões
de terras em repouso, e para essa produção
não teremos que derrubar árvores,
utilizaremos apenas mais 3 milhões
de hectares". Segundo a ministra, "isso
significa que poderemos produzir biocombustíveis
recuperando nascentes e áreas de preservação
permanente e, ainda por cima, promovendo a
inclusão social”.
A ministra alertou, porém,
que o país deve promover o desenvolvimento
econômico, e crescer sem pressa ou agressão
ao ecossistema: “A gente hoje sabe que o custo
de não fazer direito é bem maior
que o de fazer as coisas corretamente”.
+ Mais
Para Marina Silva, país
não precisa ser "uma Opep dos
biocombustíveis"
9 de Junho de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, considera que o Brasil está
assumindo uma posição de vanguarda
importante no mundo, mas alertou nesta semana,
durante discurso na solenidade de lançamento
do Centro de Excelência Ambiental da
Petrobras na Amazônia, que o país
"não precisa ser uma Opep [Organização
dos Países Exportadores de Petróleo]
dos biocombustíveis”.
Ela defendeu a necessidade
de o país adotar uma visão mais
solidária desse processo: "O Brasil
tem que observar a sua capacidade de suporte
e produzir mediante uma visão solidária,
de quem quer ver outras regiões e outros
países também produzindo essa
nova forma de geração de energia,
que é a dos biocombustíveis”.
Para Marina Silva, paises
da África, de algumas regiões
da Ásia e também da América
do Sul e do Caribe podem participar do processo.
“Isto produz solidariedade, produz uma nova
visão civilizatória, uma visão
de quem vê as crises não apenas
como uma oportunidade de ganhar dinheiro –
como algumas nações já
fizeram no passado em relação
às desgraças produzidas pela
guerra”, destacou.
E citou como exemplo o caso
das catástrofes ambientais, que podem
gerar um principio ético de solidariedade
entre os povos, “porque se não formos
capazes de atuar de forma fraterna e solidária,
não estaremos dando as respostas necessárias
– e é preciso ter em mente que a crise
é maior e pior do que está sendo
anunciada”. A ministra alertou que se o processo
de aquecimento global não for revertido
nos próximos 50 anos, poderá
haver uma elevação "de
até 46 centímetros” no nível
dos oceanos, com prejuízos mais intensos
para aqueles que menos contribuíram
para isso.
“Poderemos ter a ausência
material da água em várias regiões
do planeta, principalmente na África.
Poderemos afetar os ecossistemas da Amazônia.
E, mas do que isso, aqueles que talvez menos
contribuíram para este processo avassalador,
como é o caso das populações
pobres do semi-árido brasileiro, serão
os mais afetados. Mas a boa nova é
que nós podemos reverter este processo",
afirmou. E citou o diretor de Gás e
Energia da Petrobras, Ildo Sauer, que em seu
discurso havia dito que "transformar
petroleiros em ambientalistas não é
uma tarefa fácil". Para a ministra,
"não é fácil, mas
não é impossível, e se
não é impossível, nós
temos que tentar".
Marina Silva também
citou Santo Agostinho, ao afirmar que acredita
nessa reversão do processo: "Se
após cometer todos os pecados Santo
Agostinho veio a se converter com 40 anos
e foi capaz de se tornar o homem santo que
serviu de base, tanto para a Igreja Católica
como para a Igreja Protestante, eu também
posso acreditar que as coisas difíceis
não são impossíveis.
Porque nós contamos com algo que é
fundamental: contamos com a graça de
podermos aprender pela dor, já que
não aprendemos pelo amor. Haverá
uns que se mobilizam pelo coração,
outros que se mobilizam pela razão”.
+ Mais
Etanol é visto como
chance de desenvolvimento por agricultores
indianos
9 de Junho de 2007 - Mylena
Fiori - Enviada especial - Nova Delhi (Índia)
- A possibilidade de um acordo entre Brasil
e Índia para produção
de combustível a partir da cana de
açúcar entusiasma os pequenos
agricultores indianos. Eles acreditam que
o exemplo brasileiro pode ser a solução
para a crise agrícola do país
asiático. “Definitivamente, pode ser
uma solução. É bom para
o meio-ambiente, é bom para o país
e para os agricultores”, diz o coordenador
nacional do movimento de agricultores indianos,
Yudh-vir Singh, presidente do Sindicato dos
Agricultores Indianos (BKU, pela sigla em
hindi) de Nova Delhi.
Ele conta que a demanda
dos agricultores pela estímulo à
produção combustível
é antiga pois há excesso de
produção de açúcar
na Índia e o preço está
muito baixo. Segundo ele, o governo indiano
alega que o processo está sendo pesquisado.
“Perguntamos a eles porque estão pesquisando?
As pesquisas já foram feiras, o Brasil
está usando, peçam ao governo
brasileiro”, revela. “É uma oportunidade
para os agricultores que plantam cana”.
Segundo ele, o governo indiano
resiste, inclusive, a aumentar a cota de álcool
na gasolina por lobby das petroleiras. Também
neste caso os agricultores indianos defendem
o modelo brasileiro. “Se fala em misturar
5% ou 10% de álcool à gasolina.
Por que, se o Brasil utiliza muito mais? Por
que não podemos fazer o mesmo?”, indaga
o líder da Via Campesina. “Se Brasil
e Índia fizerem algo juntos nessa área
será muito bem-vindo pelos agricultores
indianos”, garante.
+ Mais
Biocombustível é
solução para o planeta, diz
Lula
7 de Junho de 2007 - Irene
Lôbo - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva vai participar
amanhã (8) da cúpula do G 8,
grupo dos sete países mais ricos do
mundo mais a Rússia, em Heiligendamm,
Alemanha. E vai pedir que prestem atenção
ao biocombustível, fonte energética
menos poluente que o petróleo e que
combinam avanços tecnológicos
com geração de empregos. Foi
o que o presidente afirmou hoje, em Berlim.
“Queremos convencer o mundo
de que os biocombustíveis são
a solução para a despoluição
do planeta e para a geração
de emprego e distribuição de
renda”, afirmou Lula durante entrevista.
Ele disse que não
abre mão de discutir com os países
desenvolvidos a responsabilidade deles de
ajudar a despoluir o planeta. E negou que
grande parte da Amazônia esteja sendo
utilizada para plantação de
cana-de-açúcar. “A Amazônia
tem 360 milhões de hectares, de matas,
e nós temos 381 outros milhões
de hectares totalmente preparados para a agricultura.
De tudo isso que eu estou falando de terra,
apenas 6% é de cana-de-açúcar”,
informou.
O presidente também
falou da Rodada de Doha, onde se discute livre
comércio no âmbito da Organização
Mundial de Comércio (OMC). Segundo
ele, outro recado que será dado aos
países desenvolvidos é que sem
o fim dos subsídios dados a seus agricultores,
os países em desenvolvimento não
vão conseguir exportar produtos agrícolas.
“Eu falo da chance que nós
temos que dar aos outros países, que
não conseguem vender o seu algodão
nos Estados Unidos, que não conseguem
vender o açúcar na Europa, países
que muitas vezes têm, no algodão
ou no açúcar, o único
produto de exportação. Então
para nós está claro: o mundo
rico precisa abrir mão dos subsídios
e ao mesmo tempo precisa flexibilizar a entrada
dos produtos agrícolas dos países
mais pobres”.