3 de Junho de 2007 - Alana
Gandra - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A implantação
do Parque Estadual da Ilha Grande começa
a se transformar em realidade. O primeiro
passo foi dado sexta-feira (1º) com a
assinatura de convênio entre o Instituto
Estadual de Florestas do Rio de Janeiro (IEF)
e o Instituto Ambiental Vale do Rio Doce,
que investirá R$ 1,5 milhão
na recuperação florestal da
unidade ambiental.
Apesar de ter sido criado
em 1971, o parque não existia na realidade,
informou à Agência Brasil o vice-presidente
do IEF e coordenador do projeto, Paulo Bidegain.
"Nos dez primeiros anos de existência,
o parque da Ilha Grande não viu a cor
de um centavo. Ele foi criado e só
existia um decreto”, afirmou. Algum dinheiro
de pequena monta entrou na unidade somente
nos anos de 1992 e 93.
Na época de sua criação,
o parque possuía cerca de 15 mil hectares.
Em 1979, no governo Faria Lima, ele foi reduzido
para 5,6 mil hectares. Essa área foi
duplicada este ano pelo governador Sérgio
Cabral Filho, atingindo 12 mil hectares, o
que corresponde a 65% da ilha. Bidegain revelou
que no futuro, com a incorporação
ao parque da Reserva Biológica da Praia
do Sul, "serão 87% da Ilha Grande
protegidos para as presentes e futuras gerações".
O Parque vai receber vários
investimentos, além do da Companhia
Vale do Rio Doce. O IEF está negociando
no momento outras parcerias com a empresa
TermoRio e o governo alemão, que aplicarão
recursos na segunda fase do Plano de Implantação
e Operação do Parque Estadual
da Ilha Grande. O aporte da TermoRio ainda
não foi fechado, mas pode chegar a
até R$ 2 milhões. Já
os recursos do governo da Alemanha, que serão
concedidos através do Banco KFW, deverão
somar R$ 1 milhão, disse o vice-presidente
do IEF.
A segunda fase do projeto
visa a construção da infra-estrutura
física do parque, englobando ainda
pessoal, serviços prestados aos visitantes
e proteção ambiental. As primeiras
intervenções começarão
no final de agosto ou início de setembro
próximos, prevendo-se a conclusão
de toda a infra-estrutura até dezembro
de 2008. “A obra mais importante vai ser o
Centro de Visitantes, na Ilha do Abraão,
que será a porta de entrada do parque”,
indicou Bidegain. A terceira fase já
se acha em planejamento e envolve os serviços
de administração, como manutenção
predial e de veículos.
Em todos esses 36 anos,
o parque nunca esteve fechado à visitação,
informou Paulo Bidegain. Ele funcionou, embora
de forma precária, “porque não
existe de fato, não tem placa, não
tem nada. Não tem gente para receber,
não tem centro de visitantes. Ele é
uma ficção”. Apenas quatro funcionários
trabalham na unidade.
Amanhã (4), o governo
do Rio de Janeiro deve enviar à Assembléia
Legislativa (Alerj) projeto de lei para realização
de um concurso público visando a contratação
de 240 pessoas para todos os parques e reservas
biológicas do estado. Parte desses
profissionais será destinada ao Parque
da Ilha Grande.
O projeto de lei cria o
Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro
(Inea), que vai integrar os órgãos
ambientais fluminenses, que são o Instituto
Estadual de Florestas (IEF), a Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema)
e a Superintendência Estadual de Rios
e Lagoas (Serla).
Pelo convênio, a Companhia
Vale do Rio Doce vai investir R$ 1,5 milhão
no projeto. "A parceria visa instalar
um viveiro de produção de mudas
de espécies da própria Ilha
Grande, capacitando a mão-de-obra local
para realizar a coleta de sementes e a reprodução
dessas espécies", afirma Maurício
Reis, diretor da Área de Gestão
Ambiental da Vale.
"Essa escolha foi muito
feliz para todos nós", avalia
o diretor da organização ambiental
SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani,
que comemora a efetivação do
parque.