Brasília (04/06/2007)
- Fiscais do Ibama apreenderam ontem 121 cães
que seriam utilizados irregularmente em treinamentos
cirúrgicos durante um curso de medicina
em um hotel na cidade de Anápolis/GO.
Os responsáveis pelo curso não
cumpriram a legislação que exige
que os experimentos sejam realizados em centros
de pesquisa e os animais fiquem, no mínimo,
15 dias em biotérios legalmente autorizados.
Segundo a documentação apresentada
pelo hotel, os últimos cães
foram entregues no dia 31 de maio de 2007
e o curso, se não fosse embargado pelo
Ibama, começaria hoje de manhã.
A veterinária da
equipe do Ibama, Tatiana Lucena, verificou
a ocorrência de maus tratos no canil
do hotel. “Alguns cães não estavam
saudáveis, com diarréia, por
exemplo, e mesmo assim eles não estavam
separados dos demais”, relatou a veterinária.
Segundo os fiscais, as instalações
do hotel eram tão precárias
que o equipamento cirúrgico estava
amontoado numa sala (foto abaixo) e havia
um cachorro morto no canil (foto acima).
Além da multa de
dois mil reais pela morte do cão, o
hotel foi notificado a apresentar os documentos
relacionados ao curso que seria realizado,
inclusive o acordo com a Prefeitura de Anápolis
e com o médico responsável pelo
evento. “A despeito de determinados posicionamentos
éticos, a legislação
brasileira não proíbe a vivissecção”,
explicou o chefe de fiscalização
de fauna do Ibama, Roberto Cabral. Lembrando
que a lei prevê medidas para que se
evite abusos ou maus tratos. “No caso em questão,
estas mediadas não foram adotadas”.
Segundo a fiscalização
do Ibama, alguns dos animais encontrados no
canil tinham coleira, ou seja, muito provavelmente
tinham dono. Os funcionários do hotel
também contaram ao fiscais que várias
pessoas já ligaram para perguntar se
seus cachorros estavam no canil. Na terça
passada, um cão foi resgatado pelo
seu dono.
Lei – maus tratos - art. 32 da 9.605;
Lei de vivisecção - 6638/79
Gustavo Rick