(Tocantins - 06/06/2007)
Dando continuidade à Operação
Pirarucu, que na semana passada apreendeu
cinco toneladas de pirarucu (Arapaima gigas)
pescado ilegalmente na área do Parque
Nacional do Araguaia, na Ilha do Bananal,
região que nos últimos anos
vem sofrendo com a pesca predatória,
a Operação Pirarucu II apreendeu
hoje, 06/06, mais duas toneladas do pescado.
Em mantas salgadas, acredita-se que ele seria
transportado da região até o
estado do Pará de onde seria distribuído
para outros estados brasileiros. A operação
do Ibama contou com o apoio da Polícia
Federal, da Companhia Independente de Polícia
Militar Ambiental do Tocantins (Cimapa), da
Funai e do Naturatins.
A operação
teve início a partir de denúncia
das comunidades indígenas locais. Nesta
segunda fase, os agentes localizaram mais
dois barcos no interior da ilha, numa região
de difícil acesso e alto risco. Foram
presos três pescadores não índios
e um índio. A rede de tráfico
de pescado costuma usar indígenas em
suas ações, buscando, desta
forma, facilitar a saída dos barcos
da área da Ilha, dificultando as ações
dos órgãos de fiscalização.
O pirarucu é o maior
peixe de escamas de água doce do Brasil,
podendo atingir 200 quilos de peso e três
metros de comprimento. A espécie utiliza-se
dos lagos no interior da Ilha do Bananal para
sua reprodução, que tem características
particulares. Os casais constroem ninhos e
dão aos filhotes cuidados parentais,
uma vez que não são gerados
grandes quantidades de ovos. Isso torna o
impacto da captura predatória de indivíduos
que ainda não atingiram a maturidade
sexual particularmente ameaçadora para
a espécie.
Além disso, o pirarucu
tem respiração aérea
obrigatória e precisa subir periodicamente
à tona para captar oxigênio,
o que o torna presa fácil dos pescadores
que, conhecedores de seus hábitos,
costumam capturá-los com arpões.
A espécie está em processo de
extinção e sua pesca está
proibida em todo o estado do Tocantins bem
como em diversas áreas do país.
O peixe é a principal
fonte de proteína na alimentação
das comunidades indígenas da região
e a pesca predatória está levando
à diminuição assustadora
do estoque pesqueiro da área. A rede
de tráfico paga aos índios aliciados
valores irrisórios pelo pescado. A
preocupação de algumas lideranças
indígenas com a exploração
pesqueira na região tem sido fundamental
no processo de consolidação
da presença do Ibama na área.
O peixe apreendido será
doado a diversas instituições
beneficentes do estado do Tocantins.
+ Mais
Ibama apreende embarcação
de pesca turística em unidade de conservação
paulista
São Sebastião
(01/06/2007) - Uma equipe de fiscalização
do Ibama apreendeu na madrugada do dia 29
de maio uma embarcação que realizava
pesca dentro da Estação Ecológica
Tupinambás, em São Sebastião/SP.
O barco havia saído de Bertioga e conduzia
turistas de Mogi das Cruzes. Durante a operação
chamada Bom Dia João II , a equipe
do Ibama lotada na unidade de conservação
recebeu apoio da Marinha do Brasil e da Polícia
Federal.
O responsável pela
Fiscalização da Esec Tupinambás
no Ibama, Roberto Reis, conta que há
cerca de seis meses a embarcação
já havia sido autuada pelo mesmo motivo.
“Por ser um crime reincidente, a multa poderá
ser duplicada ou triplicada. Também
existe a possibilidade do Órgão
pedir o “perdimento” da embarcação,
tendo em vista que a mesma já havia
sido apreendida, ficando seu proprietário
como fiel depositário”, explicou Reis.
As multas aplicadas pelo
Ibama variaram de R$ 700 a R$ 10 mil. Os autuados
responderão a processo por crime ambiental
e ficarão sujeitos à detenção
de um a três anos, além de cumprirem
penas alternativas, como a doação
de equipamentos à Esec. Na operação,
que durou cerca de dezesseis horas, nove pessoas
foram autuadas e vários apetrechos
de pesca foram apreendidos.
A estação
engloba quatro ilhas, sendo uma delas a de
Lages, além das ilhas de Palmas e Cabras,
que pertencem a Ubatuba. Também compõem
a Esec quatro ilhas e parcéis do Arquipélago
dos Alcatrazes. A área protegida abrange
dez quilômetros ao redor de cada ilha
e lage.