14/06/2007 - Rubens Júnior
- Representante do Ministério do Meio
Ambiente na 24ª Assembléia da
Comissão Oceanográfica Intergovernamental
(COI/Unesco), que será realizada de
18 a 28 deste mês, em Paris, o gerente
do Programa Nacional de Zoneamento Costeiro
e Marinho (Gercom), Ademílson Zamboni,
solicitará a ampliação
no Brasil de ações do COI na
área, a começar pelo aumento
do número de bóias oceanográficas
presentes na costa brasileira. Essas bóias
fornecem ao governo dados sobre as condições
meteorológicas e oceanográficas
e ajudam a prever fenômenos extremos,
como ciclones. "Desejamos aumentar o
número de bóias atuais (39 de
deriva e quatro fundeadas) ou melhorar a eficiência
das bóias que já existem",
diz Zamboni. A ampliação e a
melhoria tecnológica do sistema possibilitarão
ao Brasil obter uma cobertura uniforme de
toda a costa brasileira. Hoje, os equipamentos
cobrem a costa, porém de forma não
uniforme.
Os representantes dos 120
países-membros da COI tratarão
dos seguintes temas gerais: Oceanografia,
principalmente em função do
anúncio recente dos efeitos perniciosos
ao Planeta causados pelas mudanças
climáticas, além do temas Monitoramento,
Meteorologia e Climatologia.
Os debates ocorrerão
no contexto do Programa Global de Observação
dos Oceanos (GOOS/Unesco), do qual o Brasil
é membro - o MMA integra o comitê
executivo do GOOS e, em parceria, publicou
o livro Erosão e Progradação
do Litoral Brasileiro.
O Brasil aproveitará
o encontro em Paris para obter outro benefício
que Zamboni considera essencial. "Queremos
autorização da Unesco para utilizar
os indicadores de monitoramento de gestão
integrada da região costeira desenvolvidos
pelo GOOS", disse. A metodologia que
gerou esses indicadores, testada em sete países,
possibilitará ao Brasil elaborar, pela
primeira vez na sua história, relatórios
de qualidade ambiental e monitoramento da
zona costeira. "Embora essa demanda exista
desde a criação do Programa
Nacional do Meio Ambiente (PNMA), de 1981,
até este momento não fazíamos
aquela aferição por falta de
parâmetros", diz Zamboni.
Antes de ser utilizada no
País, o governo terá de adequar
a metodologia do GOOS ao cenário brasileiro.
"Com base na metodologia da Unesco, vamos
desenvolver nossos próprios indicadores.
A partir daí poderemos fazer relatórios
periódicos sobre a qualidade costeira
e marinha", diz Zamboni.
Segundo o gerente, o Brasil
solicitará, ainda, na reunião
de Paris, maior aproximação
com a Argentina e com o Uruguai, buscando
avanços no Programa de Mares Regionais.
"A idéia é que o Programa
propicie uma atuação pública
conjunta desses países em relação
à porção do oceano Atlântico
que lhes é comum. Poderíamos,
então, realizar juntos o monitoramento
oceanográfico, o controle de poluição,
a realização de estudos para
deter os processos erosivos, entre outros",
diz Zamboni.