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ESTUDO APONTA FALTA DE LICENÇA AMBIENTAL EM ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2007

20 de Junho de 2007 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - A maioria dos assentamentos da reforma agrária não possui licenciamento ambiental. É o que aponta a dissertação de mestrado da engenheira agrônoma Flávia de Araújo, recém-defendida no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB).

A partir de levantamento de dados junto às superintendências regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a pesquisadora concluiu que não possuem licenciamento 96,49% dos assentamentos existentes na região de 15 das 30 superintendências do Incra. As 15 superintendências estudadas possuíam 2,5 mil assentamentos registrados até junho de 2006.

A pesquisa da engenheira agrônoma também levantou a situação dos assentamentos criados antes de outubro de 2003, quando foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com prazo de três anos para ingresso das solicitações de licenciamento.

Dos 4.528 assentamentos existentes antes do termo, apenas 224 tinham Licença Prévia (LP) e 85 tinham Licença de Instalação e Operação (LIO) em abril de 2006. Cerca de 94% desses assentamentos não possuíam nenhum tipo de licença ambiental.

A exigência de licenciamento é estabelecida pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Para os projetos de reforma agrária em implantação e implantados até dezembro de 2003, a resolução estabeleceu o prazo de 60 dias (25 fevereiro de 2007) para que fosse requerida a Licença de Instalação e Operação.

De acordo com a resolução do Conama, a Licença Prévia "constitui-se documento obrigatório e que antecede o ato de criação de um projeto de assentamento de reforma agrária". Durante a vigência da Licença Prévia, a instituição responsável pelo assentamento deverá requerer a Licença de Instalação. As licenças são concedidas pelo órgão ambiental do estado onde se localiza o assentamento.

Na opinião de Flávia de Araújo, a dificuldade na agilização do licenciamento ambiental tem a ver com o grande volume de assentamentos a serem regularizados e as dificuldades institucionais dos órgãos responsáveis.

"No caso dos órgãos ambientais, esses passaram a ter de uma hora para outra, uma demanda muito maior do que a capacidade disponível. O Incra também se viu de uma hora para outra tendo mais um processo por cumprir e tendo também uma defasagem de recursos e pessoal", afirma a pesquisadora.

Para ela, "é preciso rever se o licenciamento é o melhor instrumento para a questão dos assentamentos rurais". "O passivo está muito grande e a melhoria da qualidade ambiental está sendo quase nenhuma."

O Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta referente ao licenciamento ambiental de projetos de reforma agrária foi assinado pelo Ministério Público Federal (MPF), o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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Incra fará mobilização para regularizar assentamentos sem licença ambiental

20 de Junho de 2007 - Gilberto Costa - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Um estudo desenvolvido no Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da Universidade de Brasília (UnB) apontou ausência de licenciamento ambiental na maior parte dos assentamentos da reforma agrária. O coordenador da área ambiental do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Marco Pavarino, não contesta os dados da pesquisa, mas pondera que o trabalho de campo foi restrito a poucos assentamentos.

Ainda assim, segundo Pavarino, está em elaboração no Incra uma estratégia para regularizar de forma massiva os assentamentos, com maior envolvimento dos órgãos ambientais estaduais. O coordenador da área ambiental do instituto destaca, no entanto, que os assentamentos criados a partir de 2003 têm uma situação oposta dos antigos projetos.

De acordo com Pavarino, foram criados 1.106 projetos depois da assinatura do termo de compromisso em outubro de 2003. Desses, 927 (83,81%) tiveram as licenças prévias solicitadas. "Se fizermos uma análise antes do TAC e depois do TAC, verificaremos que o procedimento de licenciamento ambiental está agora incorporado dentro do procedimento de criação dos assentamentos."

O coordenador da área ambiental do Incra lembra que os assentamentos, de agricultura familiar têm um potencial de manejo sustentável maior do que os empreendimentos em latifúndios. "A agricultura familiar é muito mais voltada para a convivência com as limitações ambientais. Os grandes empreendimentos utilizam de maneira mais generalizada maquinário pesado, insumos e formas químicas de controle de pragas e doenças para extenso cultivo de monocultura."

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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