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AMBIENTALISTAS QUEREM SALVAGUARDAS PARA CONSTRUÇÃO DE ANGRA 3

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2007

25 de Junho de 2007 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - A Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) quer que a licença ambiental para a construção da usina nuclear de Angra 3 traga todas as salvaguardas que devem ser realizadas pelo governo federal. A licença foi abordada em três audiências públicas efetuadas na última semana pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com o objetivo de prestar esclarecimentos sobre o projeto.

A Sapê defende que qualquer processo de licenciamento respeite as normas para as quais ele se propõe. Ou seja, ele deve apresentar todas as salvaguardas do ponto de vista ambiental. Entre elas, citou a questão do lixo nuclear e o plano de emergência. José Rafael Ribeiro disse que o valor do descomissionamento de uma usina nuclear no Brasil é de U$ 240 milhões, valor muito baixo em relação aos U$ 1 bilhão destinados internacionalmente para essa finalidade.

Como a usina nuclear de Angra 1, por exemplo, tem vida útil estimada em cerca de 60 anos, terão de ser tomadas providências para deixar a região livre de radioatividade e garantir condições ambientais findo esse prazo. Então, por descomissionamento se entende todos os procedimentos para tirar a radioatividade do ambiente de uma usina nuclear após o fim de sua vida útil.

Outro problema levantado pela Sapê é que não existe em Angra dos Reis um sistema de saúde adequado que atenda a região durante o ano e nos períodos de pico naquele município turístico. “Se você não tem isso na normalidade, não tem isso no caso de um acidente. Então, precisaria para ser lógico e racional, como se propõe o complexo nuclear, que todas as possibilidades fossem atendidas, desde as mais improváveis”, criticou o conselheiro da Sapê, José Rafael Ribeiro.

Além das questões ambientais, Ribeiro criticou a falta de preocupação com o fluxo migratório para a região. “O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) não prevêem que vai haver fluxo migratório para a construção de Angra 3. Isso é uma história da Carochinha. Uma obra que no seu pico emprega quase dez mil operários vai implicar certamente em um fluxo migratório para cá”, ironizou.

O ambientalista acredita que a obra de Angra 3 poderá elevar em pelo menos mais 30 mil o atual número de 130 mil moradores de Angra dos Reis que, segundo ele, já está apresentando um caos urbano. O nível de habitação é sub-humano e a violência está crescente, denunciou.

A Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) é uma organização não governamental sediada na cidade de Angra dos Reis que atua desde a década de 1970 contra a instalação das usinas nucleares no país.

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Destinação do lixo radioativo já está sendo providenciada, informa técnica do Ibama

25 de Junho de 2007 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Não há motivo para preocupar-se com o lixo radioativo de Angra 3, segundo a física Sandra Miano, responsável pela área nuclear na Diretoria de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). "O Ibama hoje não está preocupado com isso, tendo em vista que nós licenciamos todo o sítio da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto e lá licenciamos junto com a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) os depósitos iniciais 1 e 2 e a unidade 3 que está praticamente pronta e garante espaço para armazenamento dos rejeitos gerados de média e baixa atividade até 2018”, esclareceu.

Miano disse que a CNEN já está providenciado a construção de repositórios definitivos para o lixo nuclear, conforme estabelece a lei de número 10.308, conhecida como Lei de Rejeitos. "Eles já começaram o processo para licenciamento junto ao Ibama e há uma previsão de nos próximos dois anos já começar a escolha do local e a construção definitiva desse depósito final dos rejeitos radioativos, não só de Angra, como de outras instalações que também geram rejeitos radioativos”, revelou.

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Diversidade energética do pais motiva Meio Ambiente a ser único ministério contra Angra 3

26 de Junho de 2007 - Lourenço Canuto - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Meio Ambiente foi o único dos nove ministério que compõem o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a votar contra a reativação das obras da usina nuclear Angra 3, situada em Angra dos Reis (RJ). A diversidade de fontes energéticas do país foi o motivo apresentado para o voto contrário.

Em entrevista concedida à Agência Brasil, a ministra Marina Silva disse que mantém a posição contrária pelo Brasil ter outras fontes renováveis sem "o risco da energia nuclear”.“Se vamos fazer um investimento de altíssimo custo para uma fonte que não se sabe o que fazer com os resíduos, é melhor investir em outras fontes. Essa é a posição que eu tenho assumido e nós vamos defendê-la dentro do conselho”, afirmou Marina.

Os movimentos ambientalistas apóiam a postura da ministra. “Será um grande retrocesso uma vez que o mundo inteiro tem se direcionado para a geração de energias limpas”, afirma o coordenador da Campanha de Energia Nuclear do Greenpeace, Guilherme Leonardi. “Países como a Alemanha, a Espanha e a Suécia, entre outros, já abandonaram a idéia de usar a energia nuclear para gerar energia", segundo ele.

Leonardi opina que a retomada das obras "será desperdício de recursos públicos, com os quais se poderia gerar mais energia de outras fontes em menos tempo e sem problemas com a produção de lixo atômico". Ele vê na retomada das obras de Angra 3 "o estabelecimento de uma relação do programa militar brasileiro que iniciou a usina, com um programa civil, para o suprimento energético".

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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