26
de Junho de 2007 - Yara Aquino - Repórter
da Agência Brasil - Brasília
- A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
afirmou que os estudos de impacto ambiental
para construção das usinas hidrelétricas
de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira
(RO), ainda estão sendo feitos e não
há data para divulgação
de resultados.
“Não existe prazo
para isso. Estamos trabalhando com sentido
de urgência, diante da complexidade
do problema, para responder adequadamente.
A equação tem que fechar e a
viabilidade econômica tem que ser igual
à ambiental”, afirmou a ministra hoje
(26), após participar de cerimônia
no Palácio do Planalto.
Questionada se a retomada
da construção da usina nuclear
de Angra 3, aprovada ontem pelo Conselho Nacional
de Política Energética (CNPE),
não seria uma forma de pressão
para a liberação das licenças
ambientais, a ministra respondeu que não.
“Acho que as coisas não são
colocadas em contraposição uma
à outra. Não acredito nessa
linguagem de utilizar uma coisa para viabilizar
outra. Existem processo públicos institucionais
que devem ser utilizados”.
O Ministério do Meio
Ambiente foi o único dos nove que compõem
o CNPE a votar contra a reativação
das obras de Angra 3, alegando diversidade
de fontes energéticas do país.
“Nosso entendimento é de que na realidade
do Brasil, não há necessidade
de energia nuclear. Nós temos fontes
renováveis de energia. Só com
a utilização da biomassa, do
potencial de hidreletricidade, de eólica,
da energia solar, teremos condição
de resolver os problemas do país”,
disse a ministra.
Marina Silva afirmou ainda
que o resto do mundo não tem investido
em energia nuclear nos últimos 15 anos.
Ela citou a produção de resíduos
como uma das conseqüências negativas
desse processo. “Não existem meios
seguros para [lidar com] os resíduos
oriundos do processo de [produção
da] energia nuclear. Se não existe
solução nos países mais
desenvolvidos do mundo, por que haveria na
realidade específica do Brasil?"