26/06/2007 - A convite da
Comissão de Finanças e Orçamento
da Assembléia Legislativa do Estado
de São Paulo, o secretário estadual
do Meio Ambiente, Xico Graziano, fez uma exposição
sobre a poluição do Rio Tietê.
Ele foi recebido pelo presidente da comissão,
Bruno Covas (PSDB), na reunião que
também contou com a participação
dos deputados Samuel Moreira (PSDB), Enio
Tatto (PT), Adriano Diogo (PT), Victor Sapienza
(PPS), Waldir Agnello (PTB) e José
Cândido (PT), entre outros.
Em sua exposição,
Graziano explicou que a CETESB – Companhia
de Tecnologia de Saneamento Ambiental, órgão
vinculado à Secretaria do Meio Ambiente,
divulga anualmente o Relatório de Qualidade
das Águas Interiores do Estado de São
Paulo, disponibilizando para a todos os interessados
as informações sobre a situação
dos corpos d’água paulistas.
“São 287 pontos de
amostragem, sendo 43 na bacia do Alto Tietê,
dos quais nove se localizam no próprio
rio”, explicou. No âmbito estadual,
os resultados mostraram que a qualidade das
águas destinadas para abastecimento
público melhoraram, com os pontos registrando
classificação ótima,
boa e regular passando de 68% para 74%. Considerando
unicamente a classificação ótima
e boa, a melhoria foi de 39% para 57%.
O relatório registrou,
no entanto, que a qualidade das águas
do Rio Tietê, na Região Metropolitana
de São Paulo, não acompanhou
essa tendência, em conseqüência
dos índices pluviométricos que
se mantiveram abaixo dos padrões históricos,
especialmente nos meses de inverno, resultando
no aumento da concentração da
carga orgânica nesse corpo d’água.
Segundo os dados mostrados,
o lançamento de efluentes doméstico
continua sendo o grande problema na bacia
do Alto Tietê, onde o índice
de tratamento pelos municípios ainda
é reduzido como são os casos
de, por exemplo, São Paulo, que trata
apenas 61% dos esgotos gerados; Osasco, 10%;
e Guarulhos, São Bernardo do Campo
e Santo André, que ainda não
tratam os efluentes, lançando-os diretamente
nos corpos d’água. “Os efluentes industriais
já são controlados, com reduções
de 89% da carga orgânica e 91% da inorgânica”,
acentuou Graziano.
O secretário lembrou
que o Município de Guarulhos havia
efetivado um Termo de Ajustamento de Conduta
– TAC com o Ministério Público,
comprometendo-se a tratar a totalidade do
esgoto num prazo de 30 anos. “Fomos contra
esse prazo tão dilatado e sensibilizamos
a prefeitura a buscar apoio do Estado equacionar
o problema mais rapidamente”, informou. Segundo
ele, atualmente, o município está
em negociações com a SABESP
para buscar uma saída técnica,
para que o problema do esgoto seja solucionado.
Texto: Newton Miura
Foto: José Jorge