25/06/2007 - O Condor foi
a primeira grande rede de supermercados a
atender a solicitação da Secretaria
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
para substituir as sacolas plásticas
utilizadas em suas lojas. Há uma semana,
a rede repassou 10 milhões de sacolas
ecologicamente corretas – feita de plástico
oxi-biodegradável, se decompõem
em 18 meses - às suas 24 lojas instaladas
no Paraná. Este número equivale
a cerca de 12% das 80 milhões de sacolas
distribuídas mensalmente pelo setor
supermercadista paranaense e que corresponde
a 20 toneladas de plástico lançados
no meio ambiente. .
O secretário do Meio
Ambiente, Rasca Rodrigues, elogiou a iniciativa
do Condor, que se antecipou à solicitação
feita na reunião realizada com as redes
de supermercado, em parceria com o Ministério
Público Estadual, no último
dia 23 de maio.
“Na ocasião, estabelecemos
prazo de 30 dias para que apresentassem o
volume de sacolas utilizadas mensalmente em
cada rede e as alternativas para reduzir o
impacto ambiental causado pelo plástico.
O Condor saiu na frente e além de ganhar
pontos com o meio ambiente, ganha com a população
também”, declarou o secretário.
O presidente da rede, Joanir
Zonta, contou que apenas uma das lojas - no
bairro Centro Cívico (em Curitiba)
- está utilizando somente as sacolas
ecológicas. “Foram encaminhadas um
milhão de sacolas. Nas demais lojas
ainda são utilizadas as convencionais
que estão em estoque, mas a previsão
é substituir 100% das sacolas oferecidas
na rede. Até a próxima semana
todas as lojas terão recebido seu primeiro
lote de sacolas oxi-biodegradáveis
e, com o final dos estoques, usaremos exclusivamente
o produto ecológico”, acrescentou.
Aceitação
– Segundo o presidente da rede de supermercados
Condor, o público aprovou o uso das
novas sacolas. “Percebemos que hoje existe
maior consciência sobre o que está
causando problemas ao meio ambiente e sobre
o que devemos fazer para colaborar; por parte
dos empresários, mas principalmente
por parte da população. A aceitação
tem sido muito boa”, destacou.
Aprovação
– Segundo técnicos da Secretaria do
Meio Ambiente, os consumidores realmente aderiram
à idéia e apóiam a iniciativa
da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos. “A iniciativa mostra o senso
de oportunidade do nosso governo e vem a calhar
com a preocupação geral da população
em relação ao meio ambiente”,
opinou o jornalista José Roberto Alves.
A dona-de-casa Gertrudes
Elza Bernsdorf foi além. “Achei ótima
a troca das sacolas, o meio ambiente agradece.
Estas oferecidas pelo Condor ainda são
diferenciadas, o que facilita na hora de separar
o lixo reciclável do orgânico
em casa”, disse, demonstrando conhecimento
sobre a importância da reciclagem domiciliar.
Para a arquiteta Selma Lucia
Matoski, o trabalho realizado pelo governo
do Estado na área ambiental é
muito interessante. “Estão demonstrando
preocupação de maneira criativa,
fazendo a sociedade realmente refletir seus
hábitos e atitudes. Já que estão
nos dando alternativas, como o recolhimento
de óleo vegetal, o reaproveitamento
de alimentos; o mínimo que podemos
fazer é colaborar”, comentou.
Custo benefício -
Para a rede Condor, atualmente o produto ecológico
custa cerca de 12% a mais. “Mas acredito que
este índice seja reduzido com o aumento
da procura pelas sacolas, podendo chegar a
3% quando produzida em larga escala. Ela ainda
está saindo mais cara porque o consumo
é pequeno no Brasil”, comentou Zonta.
“Mesmo assim, estamos conseguindo absorver
o acréscimo sem repassá-lo ao
consumidor”, garantiu.
“Pena que ainda existem
pessoas que são inimigas do meio ambiente
e deixam o interesse pessoal se sobrepor.
O meio ambiente vale muito mais do que qualquer
valor financeiro”, concluiu o presidente do
Condor.
Além do Condor, o
supermercado Cidade Canção (em
Maringá) já utiliza o produto
ecologicamente correto. No próximo
mês, a rede Muffato irá substituir
as sacolas de plástico convencional.
A iniciativa de substituição
das sacolas convencionais por oxi-biodegradáveis
é do Programa Desperdício Zero,
coordenado pela Secretaria, com o objetivo
reduzir em 30% o volume de lixo gerado e eliminar
os lixões a céu aberto no Estado.
Tecnologia – Para o meio
ambiente, a diferença entre as sacolas
de plástico convencional e as feitas
com o material oxi-biodegradável é
o tempo de degradação. Enquanto
a tradicional sacola plástica demora
séculos (estimam-se 400 anos), a sacolas
ecológicas se decompõem em aproximadamente
18 meses.
O processo de decomposição
se inicia com uma combinação
de luz e calor, que agem como catalisadores
e afetam a velocidade na qual a degradação
progride. Uma vez que o processo é
iniciado, tem continuidade no aterro sanitário
ou em qualquer outro lugar – como rios, galhos
de árvores e outros locais onde constantemente
são encontradas sacolas plásticas.
A tecnologia empregada no
processo de produção da sacola
utiliza um aditivo químico que agiliza
o processo de degradação, 'desmontando'
as ligações carbono-carbono
no plástico.
O representante da empresa
que comercializa o aditivo, Eduardo Vonroost,
ressaltou que o plástico aditivado
não perde suas propriedades. “Pois
são utilizados estabilizadores, garantindo
assim uma vida útil suficientemente
longa para cada aplicação específica.
Resistência, transparência, propriedades
de selagem, permeabilidade e impressão
não são afetadas”, comentou,
acrescentando que não são necessárias
mudanças no processo padrão
de fabricação de plásticos.