O Museu do Índio
apresenta para o público, a partir
do dia 29, sexta-feira, a exposição
"A presença do invisível
na vida cotidiana e ritual dos povos indígenas
do Oiapoque" sobre os patrimônios
culturais dos índios que habitam a
bacia do rio Uaçá e do baixo
curso do Rio Oiapoque – Karipuna, Palikur,
Galibi-Marworno e Galibi-Kali'na. Com histórias
de contato e trajetórias diferenciadas,
assim como suas línguas e religiões,
estes povos revelam o resultado de várias
migrações e fusões antigas
e mais recentes. Os índios da região
se comunicam em vários idiomas, especialmente
o patuá, língua franca regional,
falado pelos Karipuna e Galibi-Marworno. Os
Palikur, povo Aruak, e os Galibi-Kali'na,
Carib, falam as suas respectivas línguas
nas aldeias. Os quatro povos também
se comunicam fluentemente em português.
Na abertura, às 10 horas, lideranças
Oiapoque apresentarão o ritual do Turé.
O conceito geral da mostra
é proposto em duas importantes instalações,
centros de atividades fundamentais para estes
povos. De um lado, o espaço do lakuh
(o pátio), onde é realizado
o ritual do Turé (festa de agradecimento
aos seres sobrenaturais ou invisíveis
pelas curas que eles propiciam por meio das
práticas xamânicas dos pajés)
e de outro, a casa, onde se realizam, além
das atividades domésticas, a prática
de curas tradicionais. Os dois espaços
estão relacionados ao mundo invisível
pela presença do xamã ou pajé.
Recorrendo a tecnologias
de reprodução de efeitos da
natureza como estrelas de luz representando
a noite e o dia, piscinas de águas
e parede de aquário, a exposição
pretende aliar tradição e modernidade
em uma caracterização teatral
dos ambientes. O público é convidado
a interagir, dinamicamente, nas passagens
arquitetônicas e ritualísticas
propostas em todo o percurso da exposição.
Buscando dar um atendimento
eficiente e diferenciado para o público
com necessidades especiais, o programa de
inclusão da instituição
oferece recursos como elevador para cadeirantes,
monitores portáteis com a Língua
Brasileira de Sinais e fones para orientar
os portadores de deficiências visuais.
Sob a curadoria da antropóloga
Lux Vidal, a mostra apresenta, em 12 ambientes,
um acervo de 200 bens culturais como chapéus,
cuias, colheres, escudos, bordunas, armas,
cerâmicas, bancos-esculturas, cestarias
e outros artefatos possibilitando a ampliação
do conhecimento dos modos de vida desses povos.
A exposição
é uma iniciativa do Museu do Índio/FUNAI
em parceria com a Associação
dos Povos Indígenas do Oiapoque/Apio
e com o Instituto de Pesquisa e Formação
em Educação Indígena/Iepé.
Patrocínio: BNDES.
Foto: Funai