Presidente
da Embrapa defende programa de agroenergia
(05/07/2007) “Marketing
Agroenergético e a Produção
de Alimentos” é o tema do talk show
do qual Silvio Crestana, diretor-presidente
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
participa, nessa quinta-feira (5), às
9 horas, no Hotel Plaza São Rafael,
em Porto Alegre (RS). O talk show faz parte
da programação do 4º Seminário
Brasileiro de Marketing no Agronegócio,
realizado pelo Instituto Universal de Marketing
em Agribusiness e pelo Canal Rural.
Crestana apresenta dados
gerais sobre oferta e demanda de energia no
mundo. Essa demanda é hoje suprida
principalmente pelo petróleo, o que
vem sendo cada vez mais questionado, em virtude
dos seus preços e da sua condição
de recurso finito e dos sérios impactos
ambientais decorrentes de sua utilização.
O interesse dos países, incluindo do
Brasil, na diversificação das
suas matrizes energéticas, em especial
no que se refere ao aproveitamento da biomassa,
abre oportunidades para a pesquisa agropecuária,
às quais a Embrapa vem procurando responder.
O trabalho da empresa, as
pesquisas voltadas à produção
de etanol e de biodiesel, as perspectivas
oferecidas pelas florestas energéticas
e pelo aproveitamento de resíduos agropecuários
e industriais são temas explorados
por Silvio Crestana. A Embrapa tem defendido
estratégias de desenvolvimento e inovação
visando gerar tecnologia também para
produção de energia a partir
da agricultura, sem comprometer os esforços
voltados à produção de
alimentos e fibras, bem como o meio ambiente.
Tais estratégias
têm como linhas norteadoras as dimensões
econômicas, sociais e ambientais do
desenvolvimento sustentável, além
da atenção à redução
das desigualdades regionais e à inserção
soberana do Brasil na sociedade globalizada,
e evidenciam a necessidade de articulação
com instituições públicas
e privadas, nacionais e internacionais. A
Embrapa vem se mobilizando no sentido de estreitar
parcerias para contemplar essa nova agricultura,
inclusive trabalhando dentro das oportunidades
abertas pela Lei de Inovação,
a exemplo das Empresas de Propósito
Específico, como acertado recentemente
entre a empresa e a Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), com vistas à produção
de etanol.
Para o Rio Grande do Sul,
sede do Seminário, a Embrapa fechou
convênio para a produção
de etanol com o Governo Federal, a Federação
das Indústrias do Rio Grande do Sul
(Fiergs), o núcleo regional do Instituto
Euvaldo Lodi e a Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), entre outras instituições
em processo de negociação. O
Estado é importador de álcool.
Em parceria com a Emater
do Estado, o foco é voltado a trabalhos
com mamona para a produção de
biodiesel, alternativa que atende à
agricultura familiar.
Marita Cardillo
+ Mais
Reserva da Biosfera do Pantanal
tem maioria de representantes da Embrapa
(02/07/2007) Dois titulares
e um suplente da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS)
foram eleitos para representar a comunidade
científica no Conselho Deliberativo
da Reserva da Biosfera do Pantanal. A comunidade
tem quatro integrantes (dois titulares e dois
suplentes) e a empresa de pesquisa é
sua maior representante no conselho.
Como membros titulares foram
eleitos os pesquisadores Walfrido Tomás
e Débora Calheiros. O suplente mais
votado foi o pesquisador Ubiratan Piovezan,
também da Embrapa Pantanal, Unidade
da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
- Embrapa, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O outro suplente é o pesquisador Paulo
César Boggiani, da Universidade de
São Paulo (USP). Ele foi professor
da Universidade Federal do Mato Grosso do
Sul (UFMS) e primeiro diretor-científico
da Fundação de Apoio à
Pesquisa do Mato Grosso do Sul (Fundect).
A reserva da biosfera é
um modelo de gestão integrada, participativa
e sustentável dos recursos naturais,
com o objetivos de preservar a diversidade
biológica, desenvolver pesquisas, monitorar
o ambiente e promover a educação
ambiental, a melhoria da qualidade de vida
das populações e o desenvolvimento
sustentável.
O objetivo do conselho é
debater as principais questões que
envolvem a região da reserva, desde
a instalação de empreendimentos
produtivos à qualidade de vida das
populações locais. Será
um fórum para avaliação
de políticas públicas e para
debate de ações e alternativas
voltadas para a gestão sustentável
dos recursos naturais da região, com
a participação efetiva dos vários
segmentos da sociedade.
“Parte dos representantes
do conselho é definida por votação
de seus pares, como no caso do segmento dos
representantes da comunidade científica.
A representação obtida pela
Embrapa Pantanal mostra não só
o reconhecimento da comunidade científica
quanto à atuação e à
competência científica da instituição
em relação ao Pantanal, mas
também aponta para a grande responsabilidade
que teremos na abordagem de temas em que atuamos
junto ao conselho”, avaliou Thierry Tomich,
chefe-adjunto de pesquisa da Embrapa Pantanal.
Histórico - A Reserva
da Biosfera do Pantanal foi instituída
em 2000 pela Organização das
Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 2004
foi criado um grupo de trabalho para rever
o estatuto de gestão e a composição
do conselho deliberativo.
Em abril de 2006, foi assinada
a portaria de criação do conselho
deliberativo, formado por representantes de
diversos órgãos de governamentais,
organizações não governamentais,
sociedade civil organizada e populações
tradicionais da área da reserva.
Conselheiros - O pesquisador
Walfrido Tomás disse esperar que a
reserva da biosfera seja realmente efetiva
na prática e que sua concepção
se reflita em algo real para a conservação
do Pantanal em larga escala. “Também
espero que instrumentos gerenciais baseados
na reserva da biosfera sejam criados, como
a legislação necessária
para regulamentar o planejamento e as atividades
humanas na área”, afirmou. Por fim,
Walfrido Tomás disse ainda que as pessoas
que moram no local sejam realmente conscientizadas
sobre o que é viver em uma reserva
da biosfera e que essas reflexões se
traduzam em atitudes no dia-a-dia desses moradores.
“Minha expectativa é que tudo isso
aconteça.”
Débora Calheiros
disse que o conselho está efetivando
a parte burocrática e é fundamental
para discutir como a reserva será implantada.
"A idéia é discutir o mais
tecnicamente possível o desenvolvimento
sustentável, baseado no conhecimento
ecológico, econômico e social.
As decisões serão embasadas
no conhecimento científico", disse
a pesquisadora.
O pesquisador Ubiratan Piovezan,
que trabalha na Embrapa Pantanal há
cinco anos, disse que defende uma bandeira
conservacionista. Entre as diversas atividades
ligadas ao meio ambiente que já realizou,
estar no conselho é uma das mais importantes.
“Ele é deliberativo e vai ser uma espécie
de órgão que vai monitorar as
atividades e ações que envolvem
o meio ambiente”, afirmou. Ubiratan também
ajudou a criar unidades de conservação
no Pantanal. Segundo ele, participar do conselho
será uma forma efetiva de atuar. “Não
sou muito de falar. Prefiro agir.”
Ana Maio