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PARA OPOSITORES DE USINAS DO RIO MADEIRA, EXIGÊNCIAS DO IBAMA SÃO INSUFICIENTES

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Julho de 2007

10 de Julho de 2007 - Kátia Paiva e Daniel Costa - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - As 33 exigências feitas pelo Ibama para conceder a licença prévia das duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, não são consideradas suficientes por pessoas contrárias ao empreendimento.

O coordenador da campanha Viva Rio Madeira Vivo, Artur Moret, afirma que o estudo de impacto ambiental feito pelo consórcio Furnas e Odebrecht, que embasou a liberação da licença, não é abrangente: "A bacia do Madeira tem 1,4 milhão de quilômetros quadrados, e eles só fizeram o estudo entre as cidades de Porto Velho e Abunã".

Para Moret, professor da Universidade Federal de Rondônia, faltou também a realização dos estudos de impacto de vizinhança. "Esse estudo é exigido no Estatuto da Cidade [Lei 10.257, de 2001, um dos pilares da legislação urbanística do país]. Isso significa que não se sabe qual vai ser o impacto nas cidades próximas às hidrelétricas", diz.

O movimento Viva Rio Madeira Vivo estima que 100 mil pessoas devem se mudar para Porto Velho quando as obras começarem.

O professor lembra que os técnicos que acompanharam o processo de licenciamento não participaram da liberação das licenças, conforme contou ontem (9) o presidente do Ibama. "Isso é muito ruim porque não teve continuidade no processo de licenciamento", comenta.

O coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) em Rondônia, Wesley Ferreira Lopes, diz que as exigências não são garantia para a preservação do rio e dos peixes do Madeira. "Os sedimentos vão impedir a geração de energia, corre o risco de haver um surto de malária e os peixes vão desaparecer. A degradação do meio ambiente vai ser grande", afirma.

Os três aspectos (sedimentação, nível de mercúrio e reprodução de peixes) são abrangidos nas exigências estabelecidas pelo Ibama ao conceder a licença prévia para a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau. A emissão da licença significa que o instituto concluiu que os projetos têm viabilidade ambiental, condição necessária para um empreendimento ir a leilão – o governo anunciou que isso acontecerá com a primeira usina em outubro. O vencedor da disputa precisará cumprir as condicionantes para iniciar a obra.

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Construção de hidrelétricas e recursos para rodovias são tema do encontro de Lula com governador de Rondônia

10 de Julho de 2007 - Ana Paula Marra - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O governador de Rondônia, Ivo Cassol, comemorou mais uma vez, hoje (10), a concessão da licença prévia para a construção de duas hidrelétricas no Rio Madeira. Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, ele disse que "esse assunto foi o prato cheio de nosso encontro" e lembrou que "o processo foi dificultoso, mas valeu a pena – agora o caminho está aberto para que Rondônia forneça, em seis a dez anos, energia para o Brasil".

Indagado por jornalistas se as 33 exigências feitas ontem (9) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao conceder a licença seriam suficientes para evitar supostos prejuízos ao meio ambiente, Cassol respondeu: "As exigências postas lá são todas passíveis de correção até a execução do projeto. E podem ter certeza: daqui para a frente virão outras. Temos de fazer dessas usinas modelo nacional e até modelo mundial".

A licença prévia permite a licitação para a construção das hidrelétricas e o vencedor terá de cumprir as 33 exigências para a viabilidade ambiental da obra.

Cassol disse ter cobrado do governo, durante o encontro com Lula, o descontingenciamento de R$ 35 milhões para investir na abertura de estradas por onde poderá ser transportada a produção agrícola do estado. "A resposta do presidente foi positiva. Muitas prefeituras hoje em Rondônia não têm sequer máquina para abrir estradas ou recuperá-las. Pelo projeto apresentado, o estado vai entrar com o combustível, peças e operadores, e o governo, com a compra de equipamentos", disse. Sobre a liberação dos recursos, afirmou que "isso vai depender agora da União".

Também foi tratada, na reunião a revisão da dívida do banco estadual com a União. Segundo Cassol, "não queremos o perdão, mas pagar o que devemos, mas quando o Banco Central interveio no banco do estado, a dívida não chegava a R$ 50 milhões – quando devolveram o banco para o estado, devolveram com R$ 549 milhões". O governador informou que em oito anos foi pago R$ 1 bilhão e que o prazo é de mais 22 anos.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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