Panorama
 
 
 

IBAMA E ANVISA PEDEM ANULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE MILHO TRANSGÊNICO

Panorama Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Julho de 2007

19/07/2007 - Com a pressão de organizações não-governamentais socioambientais e alguns parlamentares, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediram ao Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS) a anulação da decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que liberou a comercialização do milho transgênico Liberty Link da Bayer. No mês passado, a Justiça Federal do Paraná já havia suspendido a liberação comercial da variedade, até que fossem criadas normas de monitoramento e coexistência com outros tipos de milho convencionais e orgânicos.

“O fato de duas agências de fiscalização recorrerem da decisão de liberar o milho da Bayer mostra as incoerências do próprio governo em relação aos transgênicos”, disse Gabriela Vuolo, coordenadora da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil. “Como uma comissão composta por mais de 50 cientistas deixou passar as enormes irregularidades apontadas pela Anvisa e pelo Ibama?”, questionou.

No documento encaminhado à ministra Dilma Rousseff, presidente do CNBS, o Ibama declara que a decisão tomada pela CTNBio pode trazer “graves impactos para a saúde pública e, em especial, para o meio ambiente”. Entre as justificativas indicadas pelo órgão federal estão a inexistência de estudo de impacto ambiental, ausência de avaliação de risco e falta de procedimentos de coexistência do cultivo de milho transgênico e outros tipos da variedade.

Para explicar a ação do Ibama, o Ministério do Meio Ambiente divulgou nota afirmando que o processo descumpriu vários dispositivos legais. Entre as irregularidades, o Ministério ressalta que “pareceres levados à plenária não foram aprovados nas respectivas subcomissões” e que “o pedido de sigilo de várias partes do processo tampouco foi apreciado”.

Em seu recurso, a Anvisa, ligada ao Ministério da Saúde, declara que “o processo de liberação comercial do milho Liberty Link possui estudos inadequados e insuficientes para atestar a segurança alimentar e determinar os riscos à saúde pública da cultura geneticamente modificada”. Entre as irregularidades apontadas pela agência estão a falta de estudos toxicológicos ou de alergenicidade. Na opinião da Anvisa, a Bayer deve apresentar estudos sobre as conseqüências do consumo do produto transgênico para a saúde humana e, em especial, para a amamentação.

Os recursos do Ibama e da Anvisa estão de acordo com a Lei de Biossegurança, que determina que as decisões da CTNBio podem ser revogadas pelo CNBS, composto por 11 ministérios. Esses recursos devem ser analisados assim que a secretaria-executiva do colegiado, vinculada à Casa Civil, convocar uma reunião para avaliar a decisão da CTNBio.

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No Dia de Proteção às Florestas, Paraná é destaque na defesa do meio ambiente

19/07/2007 - O presidente da Associação Brasileira da Reforma Agrária, diretor do jornal Correio da Cidadania e professor Plínio Soares de Arruda Sampaio fez um alerta, nesta terça-feira (17), para os perigos que se escondem atrás do ciclo do agronegócio energético, na forma como vem sendo defendida pelos Estados Unidos. A preocupação do especialista tem como base os riscos que a monocultura oferece para a agricultura familiar brasileira e a contaminação iminente do lençol freático e em conseqüência do Aqüífero Guarani.

“A produção de cana exige uma quantidade imensa de agrotóxicos e isso tem um risco de penetrar no lençol freático e chegar lá neste depósito de água doce, que é uma coisa extremamente valiosa para o nosso País, sobretudo tendo em vista que a água vai se tornar um recurso escasso”, declarou Plínio Arruda, ao participar da Escola de Governo do Paraná, a convite do governador Roberto Requião. “Então vai ser necessário ter uma administração disto em 20 anos, 30 anos. Mas isso é o que o governante, que não pode pensar só no dia seguinte, tem que pensar”, disse.

Em relação à monocultura da cana-de-açúcar, com um único objetivo de produzir etanol, Plínio Arruda alertou para os perigos de uma modificação imposta pelos países do primeiro mundo. “A monocultura é um risco enorme e tem efeitos graves no ponto de vista social e do ponto de vista ecológico e também do ponto de vista da soberania brasileira, porque qualquer modificação externa tem um impacto brutal dentro do país. Nós precisamos diversificar a agricultura”, completou.

O professor comparou o momento atual do Brasil a uma espécie de pneumonia sem febre. “Na aparência as coisas não são graves, na profundidade são muito graves e é este Brasil subterrâneo que precisamos trazer à luz no debate político, não ficar discutindo quem comprou boi ou quem teve filho natural. Isto é uma distorção, uma diversão que impede o brasileiro de ver os problemas reais no seu País”, avaliou.

Plínio Arruda refutou que a agricultura energética seja o futuro do Brasil. Segundo ele, a função da agricultura é nutrir o País. “É gerar uma renda que permita ao homem do campo viver com dignidade com a sua família. E que defenda o nosso meio ambiente, isto é que é função da nossa agricultura. Não é virar agricultura energética, ou agricultura do biodiesel, ou agricultura do etanol. Isto é subdesenvolvimento, é dependência externa, é servilismo e nós não devemos aceitar”, orienta.

Plínio Arruda, que completa 77 anos no mês de agosto, é um dos ícones da esquerda brasileira, lutou contra a ditadura militar e permaneceu exilado de 1964 até a edição da Lei da Anistia, no final dos anos de 1970; elegeu-se deputado federal duas vezes e esteve entre os coordenadores do Plano de Reforma Agrária do Brasil, desenvolvido no início do governo do presidente Lula. O professor é um dos fundadores do PT e no ano passado concorreu ao governo do Estado de São Paulo pelo PSOL.

Em sua palestra, Plínio Arruda avaliou os aspectos políticos das mudanças que estão acontecendo na agricultura brasileira considerando três premissas. “A primeira função da agricultura chama-se soberania alimentar. Ela precisa produzir o suficiente para que toda a população do país seja nutrida”. A segunda função, de acordo com ele, é gerar renda para a população rural que deve trabalhar na terra e viver com dignidade, “com cidadania real e efetiva”. Essa preocupação está ligada ao aumento do número de desempregados, que são levados aos bolsões de miséria dos centros urbanos. “O desenvolvimento industrial não gera emprego suficiente”, disse. A terceira premissa está ligada à conservação da natureza.

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Paraná
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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