Panorama
 
 
 

MERCADO DE CRÉDITO DE CARBONO EM EXPANSÃO

Panorama Ambiental
Brasília (DF)– Brasil
Julho de 2007

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - 19/07/2007 - O futuro das negociações internacionais no mercado de crédito de carbono, que utiliza os Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), foi discutido ontem (18) à tarde no workshop A indústria brasileira e o ano nacional do desenvolvimento limpo.

Em sua apresentação, o coordenador geral de Mudanças Climáticas do Ministério da Ciência e Tecnologia e secretário executivo da Comissão Interministerial de Mudanças Globais do Clima, José Domingos Miguez, fez um relato de como se dão as negociações internacionais nos âmbitos científico e político.

Na área científica, ocorrem a partir dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, sigla em inglês), publicados geralmente a cada cinco anos, e que atuam em três frentes: avaliação da ciência da mudança global do clima, avaliação dos seus impactos e as medidas de mitigação. Já as discussões políticas ocorrem no âmbito da Convenção Quadros da Mudança do Clima das Organizações das Nações Unidas, e no Protocolo de Quioto.

Uma das grandes preocupações de Miguez é o alarde que se faz com os resultados dos relatórios. "O que os relatórios trazem é um cenário para 2100, caso os países não tomem nenhuma medida, mas não é isso que está acontecendo", avalia. E explica que eles não trazem uma solução apenas, mas mostram que pode haver atuação em várias frentes.

"A quantidade de projetos que o Brasil tem registrado no Conselho Executivo do MDL mostra que o empresariado nacional é bastante eficiente, 65% dos investimentos para esse tipo de projeto são de caráter nacional. Isso mostra que o País está reagindo. Os projetos bilaterais tem o Reino Unido e os Países Baixos como parceiros", afirmou.

Segundo Miguez, essa posição é honrosa. "Isto não é copa do mundo, o Brasil não será o primeiro nunca, não dá para comparar a linha de base energética da China e da Índia, respectivamente, primeiro e segundo lugares em projetos registrados, com a do Brasil".

A Índia tem muitos projetos de pequena e média escala com pequena redução, já a China, por sua característica estatal, tem grandes projetos de grandes empresas e de grande redução.

Miguez fez uma comparação com os gases causadores do buraco da camada de ozônio, regido pelo Protocolo de Montreal.

Ele explica que na época em que se descobriu o efeito nocivo desses gases havia cerca de 30 empresas no mundo que produziam esse tipo de poluente, diferente dos gases de efeito estufa, que são liberados em praticamente toda a atividade humana, como no caso da criação de gado, que tem crescido de forma continuada no País, devido à crise da vaca louca na Europa.

Outro dado que ele observa é o cuidado com o Cerrado. "Não é possível pensar que o único desmatamento prejudicial para o clima é o da Amazônia".

Para o especialista, o mais importante é entender que o Brasil, historicamente, não contribuiu com o efeito estufa devido a sua industrialização recente, diferentemente dos países industrializados, que emitem esses gases desde a época da Revolução Industrial, há cerca de 150 anos.

"Essa historicidade é o que norteia o princípio da responsabilidade comum, mas diferenciada, da Convenção", explica.

O futuro desses projetos depende de como a Convenção vai tratar os países do Anexo I, que são os industrializados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), as denominadas economias em transição (países industrializados do leste europeu e da ex-União Soviética) e, ainda, os países fora do Anexo I, que são signatários do Protocolo de Quioto mas não têm responsabilidade de redução, pois são países em desenvolvimento.

“Só reduz quem emite muito ou quem vai crescer muito. Se Brasil, China e Índia passarem a ter responsabilidade de redução haverá uma limitação muito grande nos projetos de MDL”, atenta Miguez.

Segundo ele, a preocupação principal do governo de um país em desenvolvimento deve ser a solução de problemas básicosm, como saneamento, educação, saúde, habitação.

Ele afirma, ainda, que mesmo o Brasil não tendo obrigação de redução, tem feito muito pela diminuição dos gases de efeito estufa, primeiramente, com a apresentação da proposta que deu origem ao MDL, já em 1997, e depois, com todo o esforço do governo nos debates internacionais, os projetos apresentados e a base energética limpa do País.
As bases de negociação do Protocolo de Quioto serão reavalidas em 2012.
Rachel Mortari - Assessoria de Imprensa do MCT

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Governo federal e sociedade discutem Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Aquecimento Global - 19/07/2007 - Governo federal e iniciativa privada incentivam mercado de crédito de carbono
Dando continuidade ao lançamento do Ano Nacional do Desenvolvimento Limpo, realizado ontem (18) pelo governo federal, foi assinado um protocolo de intenções com o objetivo de estimular e conscientizar a sociedade civil sobre o papel do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) e do mercado de carbono. O evento ocorreu na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (Seped/MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, representando o Ministério, entende como oportuna a iniciativa, tendo em vista a necessidade de se integrar esforços para interferir no processo devastador do aquecimento global do clima.

"Não fomos pegos desprevenidos, há muito a ciência brasileira vem estabelecendo estratégias inteligentes para lidar com essas questões. Vale lembrar que o MDL é uma proposta que vem sendo discutida desde 1997. Além disso, o Brasil, por sua base energética limpa - também fruto do esforço da inteligência nacional -, está colocado numa posição de destaque frente a outros países. É lógico que ainda há muito a ser feito, pois o desafio é grande, e essa confluência de esforços é extremamente necessária", salientou Barreto.

João Paulo Capobiano, secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, acredita que se forem confirmadas as informações obtidas pela Deter - Detecção de Desmatamento em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) para o período de agosto de 2006 a julho de 2007 – período anual de leitura –, no final do mês em curso, este será o terceiro ano consecutivo de redução do desmatamento, principal emissor de gases de efeito estufa no País, e que representou cerca de 75% do total das emissões anuais no período de 11000 a 1994.

Atualmente, existem 2.115 projetos em MDL enviados ao Conselho Executivo do MDL, na Alemanha. O Brasil ocupa o 3º lugar, com 226 projetos remetidos (11%) - dos quais 100 já foram registrados (aprovados como MDL). Em primeiro lugar encontra-se a Índia, com 673, e em segundo, a China, com 547 projetos enviados. Dos projetos brasileiros, a região Sudeste concentra a maior porcentagem, com 39% (25% São Paulo e 14% Minas Gerais) dos projetos registrados, seguidos pelo Mato Grosso e Rio Grande do Sul, ambos com 9%.

Destes, a predominância é no setor energético, com 61% dos projetos, seguido pela suinocultura (17%) e pelos projetos em aterros sanitários, com 11%.

Uma das idéias principais deste Protocolo é aumentar o número de projetos em MDL, bem como melhor distribuí-los pelos estados.

Quanto à posição do Brasil no ranking, o coordenador geral de mudanças climáticas do MCT, José Domingos Miguez, acredita que chega a ser surpreendente que o País esteja em 3º lugar, uma vez que sua base energética é limpa, diferentemente da China e da Índia, que têm suas matrizes energéticas baseadas em carvão mineral. "Essa é grande diferença", ressalta.

Assinaram o acordo hoje os ministérios da Ciência e Tecnologia, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além da CNI, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA), Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (Ripa), Instituto Brasileiro de Siderurgia (SIB), Sociedade Brasileira de Silvicultura (SIB), Associação Brasileira de Celulose e Papel (Brascelpa), entre outras entidades.

O representante da CNI, Mauricio Mendonça, ressaltou, no entanto, que o protocolo está aberto a novas adesões.

Após a assinatura do Protocolo, o evento terá continuidade com o workshop A indústria brasileira e o Ano Nacional do Desenvolvimento Limpo.
Rachel Mortari - Assessoria de Imprensa do MCT

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Governo e iniciativa privada discutem mercado de crédito de carbono

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - 18/07/2007 - Um protocolo de intenções em apoio ao Ano Nacional de Desenvolvimento Limpo será assinado hoje (18) durante o workshop Mudança do Clima: a indústria brasileira e o Ano Nacional do Desenvolvimento Limpo, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e tecnologia (MCT), Luiz Antonio Barreto de Castro, representará o Ministério na solenidade de abertura, que acontece às 9h30 na sede da CNI, em Brasília. Representantes dos ministérios do Meio Ambiente, Relações Exteriores, e Desenvolvimento, Indústria e Comércio também participarão do evento.

Às 16h, o coordenador geral de Mudanças Climáticas do MCT, José Domingos Miguez, fará uma apresentação na mesa-redonda O futuro das negociações internacionais.

Além deste tema será discutido também "Perspectivas e oportunidades para a indústria brasileira no ano do desenvolvimento limpo" e "Financiamento e mercado de capitais para projetos de MDL e créditos de carbono".

Desenvolvimento Limpo
O Ano Nacional do Desenvolvimento Limpo, compreendido entre junho de 2007 e junho de 2008, foi lançado nesta terça-feira (17) pelo governo federal durante a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A ação tem a finalidade de mobilizar a sociedade brasileira e proporcionar o maior engajamento em ações que contribuam para a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
Rachel Mortari - Assessoria de Imprensa do MCT

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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