25 de Julho de 2007 - Paloma
Santos - Da Agência Brasil - Brasília
- Com o tema Semente da Paixão: Plantando
e Colhendo Riquezas e Solidariedade no Semi-Árido,
terminou hoje (25) a 4ª Festa da Semente,
em Patos, na Paraíba, com a Feira de
Saberes e Sabores.
“Os agricultores e agricultoras
familiares estão revendo sua forma
de produzir, respeitando mais o meio ambiente
e valorizando a cultura local”, disse José
de Anchieta Assis, coordenador executivo da
organização da Festa, que tem
o objetivo de preservar as sementes nativas
do estado e fortalecer a agricultura familiar.
Na opinião de Assis,
"toda a sociedade se beneficia ao receber
informações sobre alternativas
para uma melhor convivência com o Semi-Árido
e lições de respeito ao meio
ambiente".
No estado, atualmente, existe
228 Bancos de Sementes Comunitários,
envolvendo 6.561 famílias em 61 municípios.
Eles armazenam sementes de milho, feijão,
fava, gergelim e amendoim, entre outros, que
podem ser trocadas entre os agricultores.
O encontro, por isso, leva o nome de "semente
da paixão", em referência
aos grãos nativos da região.
Encerrada hoje, Dia do Trabalhador
Rural, a festa foi aberta na segunda-feira
(23), promovida pelas organizações
não-governamentais Articulação
do Semi-Árido (ASA) e Articulação
Nacional de Agroecologia (ANA), com apoio
do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A conservação
e o resgate das sementes locais possibilita
aos agricultores do Semi-Árido a valorização
de sua região. Segundo a coordenadora
da ASA, Marilene Nascimento, cerca de 2 mil
pessoas participaram da Festa, entre elas
representantes da Bolívia e do Peru,
que aprenderam técnicas de plantio.
"Essa visibilidade
sobre a região possibilita o diálogo
no campo das políticas públicas
locais. Durante três dias foram discutidos,
em palestras e seminários, temas como
reforma agrária, manejo de recursos
hídricos, uso de defensivos agrícolas
e a conservação de sementes",
disse a coordenadora.
+ Mais
Concessões de florestas
poderão gerar 8,5 mil empregos diretos,
prevê diretor do SFB
25 de Julho de 2007 - João
Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia
- Brasília - As concessões de
florestas federais poderão gerar 8,5
mil empregos diretos nesse primeiro ano, previu
hoje (25) o diretor-geral do Serviço
Florestal Brasileiro, Tasso Rezende de Azevedo,
ao final da 8ª reunião da Comissão
de Gestão de Florestas Públicas,
iniciada ontem (24), para discutir o Plano
de Outorga Florestal 2007-2008.
A secretária de Biodiversidade
e Florestas do Ministério do Meio Ambiente,
Maria Cecília Wey de Brito, presidiu
a reunião. O Plano de Outorga prevê
que 1 milhão de hectares de florestas
públicas podem ser liberados para uso
da iniciativa privada nos próximos
dois anos. A área só poderá
ser utilizada se forem mantidas as técnicas
de manejo sustentável para a extração
de madeira, ou seja, retirada com impactos
ambientais mínimos.
Na reunião também
foi apresentado o primeiro cadastro de florestas
públicas federais, que revela que dos
193 milhões de hectares incluídos,
apenas 7% das florestas públicas serão
destinadas para uso por empresas privadas.
O levantamento do Serviço Florestal
Brasileiro (SFB) aponta que 121 milhões
de hectares são destinados para a exploração
comunitária, ou seja, os recursos só
poderão ser usados por comunidades
tradicionais.
De acordo com o cadastro,
55 milhões de hectares das glebas federais
estão em unidades de conservação
ambiental e não podem ser explorados.
+ Mais
Campeão de escravidão,
desmatamento e conflitos, Pará busca
soluções
22 de Julho de 2007 - Isabela
Vieira - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Pará é
o estado que mais evidencia a relação
entre o desmatamento, trabalho escravo e conflitos
agrários. Somente este ano, 35% dos
trabalhadores resgatados no país estavam
em fazendas do estado. Desde 1995, quando
o Grupo Móvel de Combate ao Trabalho
Escravo foi criado, até abril deste
ano, 8.225 pessoas foram libertadas em 405
estabelecimentos paraenses. A maioria, empregados
na pecuária ou na extração
de carvão.
Um estudo da OIT, divulgado
no final do ano passado, mostra que o estado,
atual campeão de autuações
do ministério, é a unidade da
federação onde mais se desmatou
áreas da Amazônia em 2002. Além
disso, figura no topo da lista de assassinatos
no campo da Comissão Pastoral da Terra
(CPT).
A pedido da sociedade, organizada
em entidades de defesa dos direitos humanos,
o governo do estado do Pará prepara
um Plano Estadual de Erradicação
do Trabalho Escravo. O coordenador do Grupo
de Trabalho (GT) destinado a preparar o documento,
Luiz Romano, antecipou as linhas gerais da
medida. O plano abordará três
eixos, prevenção, repressão
e assistência aos trabalhadores libertados.
O destaque é para
a criação de Casas de Amparo.
Os estabelecimentos serão criados para
receber os empregados encontrados em condições
análogas à de escravos e deve
contar com assistência psicológica
e médica. “Os egressos são identificados
em situação de extrema precariedade”,
disse Romano.”Muitos distante de casa e precisando
de apoio”.
Na área de prevenção,
a idéia do GT é levantar as
áreas no estado fornecedoras desse
tipo de mão-de-obra. “O aliciamento
ocorre, normalmente, nos bolsões de
pobreza, onde o estado está pouco presente”,
apontou. Nessas localidades serão desenvolvidas
ações de qualificação
profissional e geração de renda.
“A nossa perspectiva é evitar que as
pessoas sejam aliciadas”.
Parcerias com Delegacias
Regionais do Trabalho, Ministério Público
do Trabalho e movimentos sociais como a Comissão
Pastoral também vão ajudar a
identificar as fazendas que usam mão-de-obras
em situação semelhante a de
escravidão. “ A questão há
muito tempo incomoda e somente uma parceria
do governo com a sociedade poderá ter
sucesso”, acrescentou.
O Plano de Erradicação
do Trabalho Escravo do Pará deverá
ser lançado em setembro. A medida é
preparada no âmbito da Secretaria de
Estado de Justiça e Direitos Humanos
(Sejudh).