Meio Ambiente / Ecossistema
- 27/07/2007 - Um dos grandes desafios para
a pesquisa na Amazônia é o de
encontrar meios eficientes de detectar modificações
em ecossistema tão complexo. Pela primeira
vez no estado do Amazonas, os parasitos de
peixes serão usados como indicadores
de alterações ambientais.
A iniciativa é do
Projeto Piatam, que faz o monitoramento da
produção e transporte de petróleo
e gás oriundos da Província
de Urucu, em plena Floresta Amazônica,
e é atualmente um dos maiores projetos
de pesquisa na região.
A Ictioparasitologia, que
estuda a fauna de parasitos de peixes, é
a mais nova área de pesquisa do Piatam.
Em todo o País, só existiam
até agora dois grupos desse campo de
pesquisa, em Campinas (SP) e Londrina (PR).
Os pesquisadores do Piatam
pretendem identificar as espécies que
podem indicar alterações ambientais,
trabalhando integrados com as outras áreas
do projeto, como Ecologia de Peixes, Limnologia
e Macrófitas.
Os parasitos, que estão
presentes em quase todos os níveis
da cadeia alimentar, mostram-se extremamente
sensíveis e respondem rapidamente às
mudanças e alterações
ambientais. A variação de indivíduos
pode, portanto, indicar que o ambiente está
comprometido.
A pesquisa em Ictioparasitologia
irá, inclusive, ajudar a identificar
novas espécies de parasitos na Amazônia.
Existem cerca de 3 mil espécies de
peixes e avalia-se que em cada uma exista
pelo menos 15 espécies de parasitos.
Contudo, menos de trezentas
são conhecidas. Ao contrário
do que se pensa, eles não são
prejudiciais e dificilmente causam a morte
de peixes, a menos que haja alguma alteração
provocada pela atividade do homem ou da própria
natureza
Estima-se que existam cerca
de 45 mil espécies de parasitos e por
isso o trabalho dos pesquisadores da área
de Ictioparasitologia será feito a
longo prazo. Estão programadas atividades
de coleta, preparação, fixação,
conservação e identificação
das espécies, o que ajudará
a selecionar as que podem ser os bioindicadores
ideais para o estudo.
O Piatam é um grande
projeto de pesquisa socioambiental coordenado
pela Petrobras e pela Universidade Federal
do Amazonas (Ufam), realizado ao longo do
trecho do rio Solimões, entre Coari
e Manaus.
Com recursos da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep/MCT) e da Petrobras,
o projeto gera informações de
qualidade para a gestão ambiental e
o desenvolvimento sustentável da região
pesquisada.
Projeto Piatam
O Piatam é um grande projeto de pesquisa
socioambiental criado para monitorar as atividades
de produção e transporte de
petróleo e gás natural oriundos
de Urucu, a maior província petrolífera
terrestre brasileira, localizada em plena
Floresta Amazônica.
Reunindo mais de cem pesquisadores,
o Piatam promove excursões para coleta
de dados no trecho do Rio Solimões
por onde navegam os petroleiros: entre Coari,
onde se localiza o Terminal do Solimões
(Tesol), que recebe e embarca o óleo
produzido em Urucu, e Manaus (AM), onde está
a refinaria Isaac Sabbá (Reman).
As excursões acontecem
quatro vezes ao ano, durante as diferentes
estações hidrológicas
do rio (enchente, cheia, vazante e seca).
Cerca de 400 km são percorridos pelo
barco de pesquisa e nove comunidades ribeirinhas
são visitadas.
Departamento de Comunicação
da Finep
+ Mais
Inpa comemora hoje 53 anos
de pesquisa na Amazônia
Aniversário - 27/07/2007
- Nesta sexta-feira (27), o Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT)
comemora seu aniversário de 53 anos
com uma programação especial.
O evento começa na Praça da
Bandeira (Campus Aleixo I), em Manaus (AM),
às 9h, com o hasteamento das bandeiras
do Brasil, do Amazonas e do Inpa, e a execução
do Hino Nacional pela banda do Comando Militar
da Amazônia (CMA), acompanhada pelo
Coral do Instituto.
Às 10h, no Bosque
da Ciência, será inaugurada a
Casa da Ciência e lançado livros
da Editora Inpa. Ao final, o Coral do Instituto
faz uma apresentação. À
tarde, haverá um Culto Ecumênico,
com a participação do Coral
do Inpa, e confraternização
com a comunidade do Instituto, na Ilha da
Tanimbuca.
Em seus 53 anos, o Inpa
foi presenteado com a aprovação
do Projeto de Grande Vulto: "Ampliação
e modernização da Infra-Estrutura
do Inpa para o estudo da biodiversidade e
sustentabilidade dos ecossistemas amazônicos
frente às mudanças globais",
pela Comissão de Monitoramento e Avaliação
do Plano Plurianual (CMA) do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão
(Mpog). O resultado foi divulgado na quarta-feira
(25).
O projeto prevê recursos
de R$ 70 milhões, que serão
alocados a partir de 2008, por um período
de três anos. As ações
prioritárias são: construção
de um auditório com capacidade para
500 lugares; reforma e manutenção
de prédios; reestruturação
da rede de internet, construção
de depósito para produtos químicos,
aquisição de geradores de energia,
entre outros.
A aprovação
é o resultado do trabalho de coordenadores,
pesquisadores, analistas, tecnologistas, administrativos
e colaboradores que viabilizaram a elaboração
do projeto.
No domingo (29), o Inpa
promove a 5ª edição do
Circuito da Ciência. O encontro será
das 8h30 às 12h30, no Bosque da Ciência.
O projeto visa a promover a sensibilização
ambiental e a interação entre
as comunidades e os parques. Além disso,
promove a inclusão social no processo
de socialização da ciência
e a divulgação dos conhecimentos
gerados pelo Inpa.
Durante o circuito, 250
estudantes e comunitários das zonas
sul e oeste de Manaus farão passeio
nas trilhas, assistirão apresentações
teatrais, participarão de oficinas
educativas sobre a propagação
da leishmaniose, doença de chagas,
malária e dengue.
Bosque da Ciência
A entrada será gratuita no Bosque da
Ciência na sexta-feira, no sábado
e no domingo, em comemoração
ao 53º aniversário do Inpa. O
bosque funciona das 9h às 12h e das
14h às 16h.
Lançamento de livros
Nas comemorações do aniversário
do Instituto, serão lançados
cinco publicações, entre elas:
"As aventuras de Zizi", de Vera
Marial Fonseca de Almeida e Val, que conta
a história de Zizi, uma menina de 11
anos e o peixinho falante, que se muda para
Manaus; "Produtos e processos patenteados",
organizado por Noélia Falcão;
e "Biodiversidade do Médio Madeira:
bases científicas para propostas de
conservação", de Lúcia
Rapp Py-Daniel, Cláudia Pereira de
Deus, Augusto Loureiro Henriques, Daniel Mansur
Pimpão e Odirlene Marinho Ribeiro.
Também serão
lançados dois livros financiados pela
Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) por
meio do Programa de Apoio à Publicação
(Publica). "A distribuição
dos povos entre Rio Branco, Orinoco, Rio Negro
e Yapura", de Theodor Koch-Grunberg,
com tradução de Erwin Frank,
e "Pimentas de Roraima", de Reinaldo
ImbrózioBarbosa, Francisco Joaci Freitas
Luz, Herundino Ribeiro do Nascimento Filho
e Cice Batalha Maduro são editados
pela Editora Inpa, do Inpa, e pela Edua, da
Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
O primeiro é uma
coletânea de expedições
do etnólogo Theodor Koch-Grunberg e
do botânico Ernest Ule sobre as etnias
indígenas do extremo norte brasileiro
e parte da Venezuela. O segundo é um
catálogo resultado da pesquisa em parceria
entre o Inpa-Base Roraima, a Embrapa Roraima
e o Museu Integrado de Roraima sobre as principais
espécies de pimentas domésticas
cultivadas no Estado. Esse livro é
ilustrado com fotografias e descrição
morfométricas de mais de 170 pimentas.
Luís Mansuêto - Assessoria de
Comunicação do INPA