Panorama
 
 
 

AMPLIAÇÃO DE PLANTIOS DE CANA-DE-AÇÚCAR EM MINAS
GERAIS DEVE RESPEITAR ESTUDOS AMBIENTAIS

Panorama Ambiental
Belo Horizonte (MG) – Brasil
Agosto de 2007

Minas Gerais está preparada para as mudanças que o setor produtivo pode sofrer com o crescimento da demanda por biocombustíveis. Para evitar que o aumento dos investimentos no setor sucroalcooleiro e o crescimento desordenado da atividade representem uma ameaça a áreas vulneráveis e importantes do ponto de vista ambiental, o Estado vai usar uma moderna ferramenta de gestão ambiental - o Zoneamento Ecológico- Econômico (ZEE).

O Estado é o terceiro maior produtor de cana-de-açúcar do país e tem grande potencial para se tornar um dos líderes na produção. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, a produção de cana-de-açúcar em Minas Gerais, em 2006, foi de 25 milhões de toneladas em área plantada de 349 mil hectares. Até 2012, os investimentos em implantação de usinas de açúcar vão somar US$ 2,85 bilhões. Existem 39 projetos em estudo, implantação ou expansão de usinas produtoras de açúcar e álcool, dos quais 27 são novos.

O Zoneamento Ecológico Econômico (ZEE) é uma das ferramentas do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) para a avaliação de riscos de plantios e instalação de empreendimentos em áreas vulneráveis. O estudo permite identificar a vocação e o potencial de cada região, além de orientar os investimentos do governo e sociedade civil. O ZEE inclui informações dos aspectos físicos, da biodiversidade e sócioeconômicos. “O cruzamento desses dados é importante para avaliação de riscos ambientais”, explica o diretor de Estudos, Projetos e Zoneamento Ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Dúlio Garcia Sepúlveda.

“No caso da produção de cana-de-açúcar, as regiões do Triângulo e do Alto Paranaíba são as que oferecem condições mais favoráveis, sob diversos aspectos, ao plantio para produção de biocombustível”, afirma Sepúlveda. “A região oferece, além do solo fértil, uma excelente malha rodoviária que permite o escoamento da produção. É necessário avaliar todos os aspectos referentes à questão, como a estrutura das cidades da região e suas condições de abrigar as pessoas que inevitavelmente são atraídas para áreas com crescimento econômico”, explica o diretor da Semad. Ele ressalta ainda a importância da preservação da biodiversidade e da busca pelo desenvolvimento sustentável. “A conservação e recuperação da cobertura vegetal, por exemplo, é essencial para a sobrevivência da atividade econômica”, ressalta.

Dúlio lembra que o ZEE serve de subsídio para avaliação técnica pelo Sisema e tomada de decisão do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), responsável em Minas Gerais pela regularização ambiental. “A concessão de licenças ou autorizações para a instalação de empreendimentos do setor sucroalcooleiro segue as normas e critérios técnicos estabelecidas pela legislação”, explica.

Regularização

Os novos empreendimentos do setor sucroalcooleiro percisam seguir o processo de regularização ambiental que inclui estudos como o de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), o Plano de Controle Ambiental (PCA) e o Relatório de Controle Ambiental (RCA). Os empreendedores devem estar atentos a outros aspectos, como estudos sobre riscos de acidentes, obrigatoriedade de manutenção de reserva legal, conservação das áreas de preservação permanente e adoção de medidas de proteção do solo.

No dia 21 de julho, a Semad publicou a Resolução 647 criando uma comissão para analisar os critérios para a regularização de queimada na produção de cana-de-açúcar no Estado. O grupo inclui representantes do Sisema e do setor produtivo e irá iniciar uma análise técnica da questão. O secretário-adjunto da Semad, Shelley de Souza Carneiro, explica que a comissão irá discutir o assunto e elaborar um documento técnico inicial. “Com o estudo, o Sisema fará uma ampla discussão com a participação da sociedade civil para avaliar os aspectos políticos, econômicos, sociais e ambientais envolvidos”, afirma.

Atualmente, o uso do fogo na atividade é disciplinado pelo Decreto 39.972 (05/08/1998) e pela Portaria do Instituto Estadual de Florestas (IEF) 55, de julho de 2000. O interessado em realizar queima controlada deve comunicar o fato à unidade do IEF mais próxima de sua propriedade. A autorização para queima controlada só é concedida para áreas que contenham restos de cultura agrícola, cultivo de cana-de-açúcar, manejo de pastagem e restos de exploração florestal dispostos em leira ou coivara. O diretor geral do IEF, Humberto Candeias Cavalcanti, observa que no caso da colheita da cana-de-açucar, o fogo também é usado para amenizar o potencial cortante das folhas da planta, que causam muitos acidentes com os trabalhadores.

Usina em Piedade dos Gerais dará destinação adequada ao lixo do município
A inauguração da usina de triagem e compostagem do município de Piedade dos Gerais, no dia 21 de julho, é mais uma ação do Governo de Minas para a destinação correta de resíduos no Estado. A iniciativa, em parceria com a Prefeitura local, beneficiará todos os 4,3 mil habitantes do município localizado na região central do Estado.

As obras para construção da usina receberam recursos do Programa Piloto de Apoio à Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PPAGIRS), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). O programa incentiva a implantação de Usinas de Triagem e Compostagem (UTC) do lixo e/ou Aterros Sanitários em municípios de até 30 mil habitantes.

Segundo o prefeito de Piedade dos Gerais, Rogério Mendes da Costa, foram investidos cerca de R$ 250 mil na construção da usina, dos quais R$ 150 mil provenientes do Governo do Estado. "A negociação com o Governo do Estado para que Piedade das Gerais se adequasse aos critérios para disposição de resíduos começou em 2005", afirma.

Rogério Costa observa que os seis funcionários da Usina foram preparados para o trabalho seguindo as orientações da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). "Eles foram vacinados contra possíveis doenças e treinados para separarem os diversos componentes do lixo, dividindo-os de acordo com sua natureza: matéria orgânica, materiais recicláveis, rejeitos e resíduos especiais", explica.

A Prefeitura de Piedade dos Gerais vem realizando campanhas educativas sobre a necessidade de separação do lixo. "A sensibilização da população sobre a destinação correta do lixo é a primeira etapa para a implantação de um sistema de coleta seletiva no município", afirma. "O município já está em negociação com empresas para a venda dos resíduos recicláveis originados na usina, o que deverá gerar um ganho anual de R$ 9 mil", completa.

PPAGIRS
A usina de Piedade dos Gerais é a quarta inaugurada em 2007. No dia 19 de julho, foi inaugurada a unidade do município de Gonzaga, na região do vale do rio Doce. Ibertioga e Senador Firmino já inauguraram suas usinas. Até o final do ano, os 29 municípios mineiros que participam do PPAGIRS terão inaugurado suas unidades de triagem e compostagem, beneficiando cerca de 235 mil pessoas.

Das 29 prefeituras que participam do Programa, 25 optaram por empregar os recursos recebidos nas usinas. Duas delas (Barroso e Tocantins, na Zona da Mata), além da usina, usarão os recursos para complementar seus aterros sanitários. Outras duas (Carmo do Rio Claro e Itanhandu, no Sul do Estado), que têm população acima de 30 mil habitantes, irão implantar aterros sanitários.

A instalação das usinas depende de Autorização Ambiental de Funcionamento (AAF), expedida pela Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram). A Feam oferece apoio técnico aos municípios na implantação de sistemas de disposição de resíduos e para agilizar o processo de regularização ambiental.

O presidente da Feam, José Cláudio Junqueira Ribeiro, observa que a criação das usinas de triagem e compostagem incentivadas pelo PPAGIRS é uma das ações do Governo do Estado para promover e fomentar a não geração, o reaproveitamento, a reciclagem e a disposição adequada de resíduos sólidos. "Programas como o Minas Sem Lixões e o Projeto Estruturador para erradicação de Resíduos Sólidos já vêm incentivando as Prefeituras a lidarem corretamente com a questão", afirma. "As ações do Governo do Estado, no entanto, não terão efeito sem a participação efetiva das prefeituras na construção de ma política de destinação adequada de resíduos", observa.

José Cláudio Junqueira observa que a inauguração do Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR), em junho, deu a Minas Gerais um espaço privilegiado para a formação das parcerias com os municípios. "No Centro é possível discutir experiências, propor e encontrar soluções para a questão dos resíduos de acordo com as características de cada município", completa.
Fonte: Ascom/Sisema

+ Mais

Produção mais limpa tem apoio do Sisema

Com o objetivo de contribuir para o uso racional dos recursos naturais e para o desenvolvimento socioeconômico de Minas Gerais, o Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema) realiza ações de avaliação, fomento, apoio e divulgação de mecanismos para inserção de práticas de produção mais limpa (P+L) no setor produtivo.

Segundo a engenheira química do Sisema, Ana Luiza Dolabela, é preciso que novos paradigmas e novas ações de prevenção e minimização de poluentes sejam implementadas nas empresas. "Somente as atividades de licenciamento e fiscalização não são suficientes para alcançarmos a qualidade ambiental necessária", ressalta.

O conceito de produção mais limpa, desenvolvido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em cooperação com uma rede de agências e governos, prioriza a prevenção à poluição, a conservação de recursos naturais e a ecoeficiência. O objetivo é racionalizar o uso de matérias-primas e insumos, a eliminação ou redução de geração de resíduos, a diminuição do impacto ambiental no processo produtivo e o aumento da ecoeficiência das empresas, resultando em maior competitividade e maiores ganhos econômicos. "Ela agrega a variável ambiental à econômica. Se a empresa for mais eficiente no processamento, ela gera economia e ainda contribui com o meio ambiente", afirma Ana Luiza.

Dentro dessa proposta de conciliar a proteção ambiental ao desenvolvimento econômico, buscando a conscientização e o conhecimento para a implementação de práticas de produção mais limpa, foi criado em maio de 2006, por iniciativa do Sisema, com o apoio do Ministério de Meio Ambiente (MMA) e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Fórum Mineiro de Produção Mais Limpa e Consumo Consciente.

O Fórum tem participação de órgãos públicos, empresas privadas, sociedade civil organizada e pessoas físicas. Dividido em cinco grupos de trabalho (políticas públicas; ciência e tecnologia; ações nos setores produtivos; educação, ética e cidadania; e comunicação em produção mais limpa), pretende estimular a adoção de métodos e tecnologias, desenvolver parcerias e identificar e mobilizar fontes de financiamentos, além de estimular, divulgar e apoiar projetos que promovam a adesão de práticas de produção mais limpa nas empresas.

A idéia é que, a cada ano, uma tipologia para trabalho e aprofundamento seja escolhida. Para 2007, a tipologia escolhida foi "fundição". Reuniões técnicas para conhecimento da atividade e levantamento dos principais problemas ambientais na área de fundição, além de visitas técnicas para conhecimento do processo e sugestão de ações nessa área são algumas das atividades que estão sendo realizadas pelos grupos de trabalho. Será elaborada também, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), uma cartilha de boas práticas em fundição, que será divulgada e distribuída amplamente em todo o setor.

Em 2006 e 2007 os grupos de trabalho já participaram de treinamentos promovidos pelo MMA e pela Agência de Cooperação Técnica Alemã - GTZ, por meio do Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) e trabalharam em ações para estruturação do Fórum em Minas Gerais.
01/08/2007
Fonte: Ascom/Sisema

 
 

Fonte: Secretaria Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (www.semad.mg.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.