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MISSIONÁRIOS E INDÍGENAS DISCUTEM SUSTENTABILIDADE DAS ALDEIAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2007

4 de Agosto de 2007 - João Porto - da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Delegados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de todo o Brasil, representantes da Via Campesina, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e indígenas de diversas partes do país reuniram-se durante esta semana, em Luziânia, no estado de Goiás, para discutir o desenvolvimento econômico das terras indígenas.

A intenção foi encontrar soluções de sustentabilidade econômica das terras indígenas para que esses povos consigam viver em seus territórios produzindo sem comprometer os costumes.

É a 17ª Assembléia-Geral do Cimi que este ano veio com o tema Economias e Territórios Indígenas: tradição, nova realidade e utopia. A necessidade de discutir formas de gerar renda nas aldeias é importante para a proteção dos costumes indígenas, como avalia a antropóloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC), Lúcia Helena Rangel. "Falar de economia indígena e territórios indígenas é falar de situações que se contrapõem em um quadro amplo de criatividade e riqueza contra a forte pressão ambiental e pobreza".

Um exemplo que está dando certo vem dos indígenas Xukuru, que vivem próximos ao município de Pesqueira, em Pernambuco. O cacique Marcos Xukuru explica que sua etnia se divide em diferentes frentes de trabalho sustentáveis para conseguir movimentar a economia nas aldeias.

São cerca de 10 mil indígenas trabalhando para gerar renda. Segundo Marcos Xukuru, os resultados já podem ser vistos. "Na cidade de Pesqueira, temos cerca de 50 mil habitantes, praticamente metade de todos os produtos hortifrutigranjeiros consumidos por essas pessoas é produzido pelo povo Xukuru", afirma.

A assembléia-geral do Cimi é realizada de dois em dois anos e a cada quatro anos, a assembléia escolhe a nova direção do conselho. Neste ano, o bispo do Xingu, Dom Erwin Kräutler, foi reeleito presidente do Cimi.

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Jovens indígenas do Alto Rio Negro discutem políticas públicas

Agência Brasil - Brasília - Durante quatro dias, jovens indígenas que vivem na região do Alto Rio Negro (Amazonas) irão discutir e propor políticas públicas que ajudem a garantir os direitos das comunidades.

O debate ocorrerá no 1º Congresso de Adolescentes e Jovens Indígenas de São Gabriel da Cachoeira - Em Defesa dos Direitos. O evento começa hoje (31) e vai até sexta-feira (3). Serão discutidos temas como educação, prevenção ao alcoolismo e à violência, valorização da identidade étnico-cultural, prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e participação política.

O evento é organizado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e pelo Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam) e conta com o apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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No Pará, ferrovia da Vale cresce e índios pedem maior compensação por impacto ambiental

Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os 18 quilômetros da Terra Indígena Mãe Maria, no sudeste do Pará, que são cortados pela Estrada de Ferro Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce, rendem R$ 394 mil por mês para cada um dos dois povos que habitam a reserva, de acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai). O dinheiro é pago pela mineradora em compensações pelos danos sócio-ambientais causados pela presença da estrada de ferro dentro da área indígena.

No dia 10, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de 774,6 milhões para a ampliação da ferrovia. Com isso, a capacidade de transporte do trecho deve crescer 50%, ampliando o impacto ambiental na região. Na reserva indígena, de 62,4 mil hectares, vivem dois povos do grupo Gavião, os Parkatejê e os Kykatejê.

Um decreto editado durante o governo Sarney excluiu o trecho cortado pela Estrada de Ferro Carajás da área da reserva, bem como as linhas elétricas mantidas pela Eletronorte e a BR 222, que também corta o território. A disputa dos indígenas, entretanto, não é pela retomada da área, mas por um aumento no valor da compensação paga pela companhia mineradora.

“A gente sabe que sempre tem impacto sobre toda a biodiversidade, como já teve”, afirma, em entrevista telefônica à Agência Brasil, o professor indígena Atonti Iapempramre, do povo Gavião Parkatejê. Segundo ele, a reserva mudou completamente desde a instalação da ferrovia, na década de 80.

“Não temos mais a mesma quantidade árvores frutíferas como a castanheira e o cupuaçuzeiro. Nem de animais como tatu e veado”, diz Iapempramre. “Com a ferrovia, ou trem passa por cima da caça ou espanta”.

Segundo ele, a briga, atualmente, é para reduzir os efeitos negativos da obra. A aldeia teme que novas devastações acabem com árvores centenárias. "Nós andamos toda a nossa terra e quando vamos para o lado da ferrovia ninguém aguenta a 'quentura' dos trilhos. Lá a gente vê bem a diferença. Não tem mais as ávores velhas de antes. É só 'mata de capoeira', de vegetação baixa, com árvores novas”, relata.

A Vale prevê a ampliação de um pátio que atravessa a reserva. O local, normalmente, é utilizado para o cruzamento de trens. Como trafegam ao mesmo tempo, os pátios servem como desvios: enquanto um trem passa o outro fica retido no pátio. O projeto aguarda licença de operação do Instituto Brasileiro de Meio ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A legislação brasileira prevê o pagamento de compensações financeiras aos indígenas quando um empreendimento afeta o modo de vida da população. Segundo a Funai, o dinheiro pago atualmente é gasto com a melhoria do sistema de captação de água, construção de casas, projetos de cultivos de grãos e reflorestamento.

O acordo que determinava o valor da compensação venceu em junho. A expectativa das lideranças, agora, é que com a expansão da ferrovia, a mineradora também amplie a indenização. “Por enquanto as propostas vão e voltam sem consenso”, informou o professor Lapempramre. De acordo com ele, a demora não é um problema, pois os índios querem resolver a situação "consensualmente".

A negociação entre as comunidades e a companhia é acompanhada pela Funai e o Ministério Público Federal. A Vale não quis comentar o processo e não informou se vai oferecer uma proposta maior.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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