Com a posse
do Conselho Consultivo das áreas protegidas
da Serra de São José, na próxima
terça-feira (14/08), o patrimônio
natural da região do Campo das Vertentes
ganhará uma participação
efetiva da comunidade local na definição
das ações para sua conservação.
A região abriga três
unidades de conservação administradas
pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF):
a Área de Proteção Ambiental
(APA) Serra de São José, o Refúgio
Estadual de Vida Silvestre Libélulas
da Serra de São José e a Área
de Proteção Especial Serra São
José. Juntas somam 4.758 hectares de
áreas protegidas.
Os 41 conselheiros terão
a missão de discutir os problemas e
demandas socioambientais da área de
preservação e do seu entorno
buscando promover o desenvolvimento sustentável
da comunidade local.
A solenidade acontecerá
às 19 horas no auditório da
sede da APA São José e do Refúgio
Estadual da Vida Silvestre Libélulas
da Serra de São José, na rua
Antônio Cândido da Silva, s/nº,
bairro Pinheiro Chagas, no município
de Prados.
Conselho
A criação
do Conselho Consultivo é estabelecida
pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação
(SNUC) para a implantação de
uma gestão integrada e compartilhada
entre os órgãos ambientais das
esferas federal, estadual e municipal responsáveis
pela gestão das unidades de conservação
visando contribuir para o planejamento de
ações, manutenção
e gerenciamento da unidade.
Também fazem parte
do Conselho, representantes das prefeituras
dos municípios onde estão inseridas
as unidades de conservação (Tiradentes,
Santa Cruz de Minas, São João
Del Rei, Coronel Xavier Chaves e Prados),
representantes do setor produtivo, associações
comunitárias, órgãos
do Governo Estadual e Federal, organizações
não governamentais e comunidade científica
e acadêmica. A presidência é
exercida pelo IEF, responsável pela
administração da unidade.
Os esforços pela
preservação da Serra de São
José começaram em 1981 quando
a área foi decretada como uma Área
de Proteção Especial (APE),
fundamentada especialmente na proteção
dos mananciais e do patrimônio histórico
e paisagístico. Em 11000, foi criada
a Área de Proteção Ambiental
(APA) São José e, em 2004, o
Refúgio Estadual de Vida Silvestre
Libélulas da Serra de São José.
Em maio de 2007, o Decreto
Estadual nº 44.518 reconheceu o mosaico
de unidades de conservação da
Serra, reunindo as diferentes categorias de
áreas protegidas existentes na região.
O mosaico da Serra de São José
é o primeiro do gênero em Minas
Gerais e possibilita uma visão global
das áreas permitindo uma conservação
mais eficaz. A APA está inserida na
Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,
reconhecida pelo Programa Homem e Biosfera
(MAB) da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco).
A preservação
da Serra de São José é
vital para o abastecimento de água
da região. A Serra foi muito explorada
e castigada nos séculos 18 e 19, no
início da ocupação de
Tiradentes (então Arraial de Santo
Antônio do Rio das Mortes) e da extração
do ouro na região. Quando o mineral
se esgotou e a exploração da
Serra diminuiu e a vegetação
conseguiu regenerar-se parcialmente. Hoje,
no entanto, ainda sofre com as queimadas,
os desmatamentos para ampliação
de pastagem e a expansão urbana.
Biodiversidade
A serra de São José
está situada na microrregião
dos Campos das Vertentes do Estado de Minas
Gerais. Em toda sua face sul, ao longo dos
contrafortes da serra de São José,
estende-se um dos maiores fragmentos remanescentes
da mata atlântica em toda a região.
Na face norte, descendo das áreas de
maior altitude, têm-se as matas de galeria
que chegam até o cerrado Entre os biomas,
na porção de maior altitude,
está o campo rupestre.
A grande variedade de ambientes
num espaço tão pequeno torna
essa região um local muito especial
no que tange aos aspectos biológicos.
Estima-se que a região abriga cerca
de 120 espécies de libélulas
o que representa quase 50% de todas as espécies
conhecidas em Minas Gerais e cerca de 18%
das espécies encontradas no Brasil.
Também podem ser encontradas na serra
cerca de 240 espécies de aves, 80 de
orquídeas e, pelo menos, nove espécies
de mamíferos ameaçados de extinção.
10/08/2007
Fonte: Ascom/Sisema
+ Mais
Convênio para recuperar
rio Doce beneficiará 3,1 milhões
de pessoas
O Governo de Minas, por meio da Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável (Semad) e o Instituto Mineiro
de Gestão das Águas (Igam),
a Agência Nacional de Águas (ANA)
e o Governo do Espírito Santo, assinaram,
nessa quarta-feira (08), no Instituto Terra,
em Aimorés, região Leste, convênio
para elaboração do Plano Integrado
de Recursos Hídricos da Bacia do Rio
Doce (PIRH Doce) e dos Planos de Ações
de Recursos Hídricos (PARHs) de suas
bacias afluentes.
O convênio prevê
a elaboração dos planos diretores
para utilização dos recursos
hídricos da bacia, em Minas e no Espírito
Santo. O Plano Integrado de Recursos Hídricos
é um instrumento de gestão utilizado
para fazer o diagnóstico e o plano
de ações para a proteção,
recuperação e preservação
dos mananciais da bacia.
Segundo o secretário
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimentos
Sustentável de Minas, José Carlos
Carvalho, a iniciativa dos dois estados é
um passo fundamental para a recuperação
ambiental da bacia do Doce, considerada uma
das mais degradadas do Estado. "O exemplo
de Minas e Espírito Santo na gestão
integrada dos recursos ambientais se evidencia
não só institucionalmente, mas
através de ações concretas
que têm como objeto a recuperação
efetiva da bacia", declara.
A Semad irá investir
no convênio R$ 1,8 milhão provenientes
do Fundo de Recuperação, Proteção
e Desenvolvimento Sustentável das Bacias
Hidrográficas do Estado de Minas Gerais
(Fhidro), mecanismo criado pelo Governo para
financiar projetos de recuperação
de bacias. A ANA investirá R$ 600 mil
e o Governo do Espírito Santo R$ 300
mil. O período de elaboração
dos planos será de agosto deste ano
a junho de 2009.
Bacia Hidrográfica
do Rio Doce
A Bacia Hidrográfica
do Rio Doce apresenta uma significativa extensão
territorial, cerca de 83.400 km², dos
quais 86% pertencem a Minas Gerais e o restante
ao Espírito Santo. A Bacia abrange
áreas de 228 municípios, sendo
202 em Minas Gerais e 26 no Espírito
Santo, e possui uma população
total da ordem de 3,1 milhões de habitantes.
Um terço dessa população
mora na zona rural e cerca de 90% dos municípios
possuem menos de 20 mil habitantes.
Considerada a mais degradada
de Minas, a bacia do rio Doce abriga o maior
complexo siderúrgico da América
Latina, além de ser grande produtora
de minério de ferro. Esses empreendimentos
desempenham papel significativo nas exportações
brasileiras de minério de ferro, aços
e celulose. Além deles, a bacia contribui
para a geração de divisas com
a exportação de café
(MG e ES) e polpa de frutas (ES). No Estado
de Espírito Santo, o rio Doce representa
o maior manancial de água doce.
Na zona rural encontram-se
vastas áreas em estado avançado
de desertificação, lagoas eurofizadas,
nascentes desprotegidas e processos erosivos.
Da cobertura vegetal original, mais de 90%
foi extinta. No Estado de Espírito
Santo, o rio Doce representa o maior manancial
de água doce.
09/08/2007
Fonte: Ascom/Sisema