Meio Ambiente - 09/08/2007
- Reformulação da página
na Internet melhora o atendimento aos usuários
O monitoramento de queimadas, do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT),
conta neste ano com dois novos reforços
na detecção
de focos de calor. São os satélites
europeu MSG-02 (Meteosat Second Generation)
e o norte-americano GOES-10, da NOAA, já
utilizado antes, mas deslocado recentemente
para uma nova órbita passando a oferecer
melhor cobertura ao continente sul-americano.
Para a função
do GOES-10 em sua posição anterior,
foi lançado o GOES-12, do qual o Inpe
também extrai dados para o monitoramento
de queimadas. A detecção sistemática
de focos de calor, iniciada pelo Inpe em 1987,
é pioneira e a mais completa desenvolvida
no mundo, fazendo uso de maior número
de satélites – atualmente 11 - que
geram centenas de imagens diárias na
detecção de focos de queimada.
Além da atualização
sete vezes ao dia dos focos de calor, a webpage
fornece outros produtos como um sistema de
risco de fogo da vegetação,
estimativas de concentração
e dispersão de fumaça, um sistema
geográfico de informações
específico para as unidades de conservação
do país, entre outros.
O monitoramento auxilia
o governo federal, em particular o Ibama,
no acompanhamento a situações
de risco de grandes incêndios florestais,
como também os órgãos
de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros no combate
às queimadas.
Entre os usuários
regulares incluem-se ainda secretarias estaduais
de meio ambiente, Organizações
Não Governamentais, usuários
individuais, além dos países
vizinhos que têm livre acesso a este
sistema, desenvolvido em parceria pelos ministérios
do Meio Ambiente (MMA) e da Ciência
e Tecnologia (MCT).
Segundo Alberto Setzer,
do CPTEC/Inpe, pesquisador responsável
pelo monitoramento, “o Inpe procura atender
da melhor forma possível às
necessidades de acompanhamento do uso indiscriminado
e indevido do fogo, fazendo uso dos recursos
científicos e tecnológicos à
disposição. A queimada, apesar
de proibida, ainda é uma prática
muito comum, profundamente enraizada na cultura
brasileira de manejo da terra.”
O pesquisador afirma que
mesmo nas unidades de conservação
do país, como se pode observar na página
http://www.cptec.inpe.br/queimadas/, do CPTEC/Inpe,
os índices de queimadas são
altos. “Todos os dias constatamos inúmeras
unidades sendo afetadas pelo fogo”, ressalta.
Em relação
ao ano passado, 2007 apresenta até
agora cerca de 23% a mais de focos detectados.
Nos dois últimos meses, o sistema de
monitoramento indica quase 6,5 mil casos em
unidades de conservação federais
e estaduais e reservas indígenas. Já
entre os estados, o Mato Grosso lidera o ranking
de números de focos de queimadas nos
últimos anos.
“Também chama a atenção
o aumento do número de focos em São
Paulo com o aumento da área de plantio
da cana-de-açúcar”, lembra o
pesquisador.
Página reformulada
A equipe de técnicos e especialistas
envolvida no monitoramento de queimadas do
Inpe também vem buscando aperfeiçoar
e ampliar as facilidades de navegação
e consulta aos dados de queimadas. Sob esta
preocupação, a página
do monitoramento de queimadas foi reformulada
recentemente, ganhando nova apresentação.
A visualização
e navegação estão agora
baseadas num sistema de informação
geográfica de fácil uso, com
recursos bastante conhecidos pelos internautas,
que ainda contam com a opção
do Google Earth. Além do aspecto visual
e gráfico, a reformulação
da página acrescentou novos serviços
e facilidades.
Com o uso das imagens do
satélite europeu MSG-02 foi possível
estender o monitoramento ao continente africano,
permitindo ampliar a cooperação
científica do Brasil com países
africanos de língua portuguesa. Com
a extensão da área abrangida,
o monitoramento passa a englobar também
os países europeus do Mediterrâneo.
Os cerca de 2000 usuários
institucionais cadastrados, que recebem regularmente
boletins sobre focos de queimadas, podem agora
personalizar os informes. Um formulário
disponível através do link “Meus
relatórios por e-mail” permite configurar
o boletim com maior variedade de informações,
além de oferecer opções
de formato.
Este serviço era
restrito às informações
sobre as unidades de conservação.
Antes, para se obter dados adicionais para
outras regiões, o usuário era
obrigado a navegar na homepage.
Marjorie Xavier - Assessoria de Imprensa do
INPE