PPBio
- 10/08/2007 - A bióloga Suzanna de
Sousa Silva apresentou em sua dissertação
de mestrado, recentemente defendida, resultados
de um levantamento sobre vespas sociais da
Amazônia. O trabalho trouxe novos dados
e ocorrências deste grupo ainda pouco
conhecido.
A pesquisa foi desenvolvida
na área de estudos do Programa de Pesquisas
em Biodiversidade - PPBio/Amazônia Oriental,
na Floresta Nacional de Caxiuanã, onde
está localizada a Estação
Científica Ferreira Penna do Museu
Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT).
As vespas sociais, popularmente
conhecidas como cabas ou marimbondos, são
insetos da família Vespidae e ordem
Hymenoptera. No mundo, existem pouco mais
de mil espécies. No Brasil esse registro
chega a aproximadamente trezentas espécies.
Na Amazônia, 20 gêneros
e 250 espécies podem ser encontrados.
As vespas sociais são aquelas que têm
a capacidade de viver em colônias ou
ninhos, que podem ser habitados por um ou
até milhares de indivíduos.
Em sua maioria as colônias
são compostas por fêmeas, que
se dividem entre a vespa-rainha e as operárias,
que têm como função coletar
alimentos e matérias para a construção
do ninho. Já os machos têm papel
importante durante o acasalamento.
A pesquisa foi realizada
em três etapas, em um trabalho que durou
44 dias. Na coleta foram utilizados os métodos
da busca ativa com rede entomológica
e a armadilha Malaise, que é uma armadilha
construída com tela de material sintético
onde, no alto da armação, existe
um recipiente que recebe os insetos coletados.
Segundo Suzanna, esse tipo
de levantamento é de fundamental importância
para estudos futuros, pois até agora
poucos estudos sobre vespas sociais amazônicas
têm sido produzidos.
A dissertação
de Suzanna se somou aos trabalhos realizados,
há cerca de 10 anos atrás, por
seu orientador Orlando Tobias Silveira, coordenador
de Zoologia do Museu Goeldi, que produziu
um levantamento das espécies de vespas
sociais em Caxiuanã.
Tobias pesquisou em uma
área que dista cerca de 30 Km da área
de coleta do PPBio/Amazônia Oriental.
Naquela ocasião foram exploradas áreas
de vegetação primária
e secundária bem como vegetação
da margem de rios e igarapés e registradas
79 espécies de vespas sociais para
a região.
Por sua vez, em seu trabalho
para o PPBio, Suzanna registrou 65 espécies
de vespas sociais, das quais 21 são
novos registros para a Floresta Nacional de
Caxiuanã e duas para o estado do Pará.
Além disso, dez espécies, provavelmente,
são novas para a ciência.
Segundo a estudante, este
resultado foi surpreendente, já que
alguns ambientes explorados por seu orientador,
Orlando Tobias, não foram explorados
na área do PPBio, como por exemplo,
à margem de rios e igarapés.
Desse modo, o trabalho de
Suzanna foi uma oportunidade interessante
de comparar as diferentes estratégias
de coleta de vespas sociais utilizadas nos
dois inventários.
Fernanda Engelhard – Assessoria de Comunicação
Social PPBio Amazônia Oriental/Serviço
de Comunicação Social do Museu
Goeldi