16
de Agosto de 2007 - Marcela Rebelo - Repórter
da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr
- Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, fala a emissoras de rádio
parceiras da Radiobrás sobre desmatamento
na Amazônia.
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, disse hoje (16) que é
possível expandir o programa de biocombustíveis
do país sem prejudicar o meio ambiente.
"No caso da realidade
brasileira, temos uma meta de chegarmos a
2015 com uma produção de 30
bilhões de litros de etanol [álcool
combustível]. E utilizamos uma quantidade
muito pequena das áreas agricultáveis
para a produção atual que temos",
afirmou Marina Silva em entrevista à
Agência Brasil.
"Podemos aumentar a
nossa produção sem que isso
signifique avançar sobre a área
de florestas e ainda fazendo um programa de
recuperação de nascentes, de
recuperação de área de
preservação permanente, reduzindo
os impactos ambientais em relação
ao corte da cana [a principal matéria-prima
do etanol no país], com novas tecnologias,
utilizando a biomassa da cana, sobretudo o
bagaço, para geração
de energia", completou.
Segundo ela, um grupo interministerial
coordenado pela Casa Civil trabalha a certificação
dos biocombustíveis de modo que a produção
siga critérios de sustentabilidade
socioambiental.
Em entrevista a emissoras
de rádio parceiras da Radiobrás,
a ministra ressaltou a importância de
se considerar tanto a viabilidade econômica
quanto a ambiental no país. Disse que
é possível aumentar no Brasil
o plantio de soja de forma sustentável.
"Em relação
à questão da soja, o que temos
trabalhado é no sentido que se tenha
um programa de desenvolvimento sustentável
para a agricultura brasileira”, afirmou. “E
o Ministério da Agricultura está
com essa incumbência de viabilizar,
de acordo com a legislação brasileira,
os meios para que as áreas já
abertas possam ser consolidadas para o plantio
da soja e para a pecuária, fazendo
a recuperação de APP [área
de preservação permanente],
de reserva legal [porção da
propriedade que deve permanecer com vegetação
nativa], a fim de que não se tenha
que abrir novas áreas."
+ Mais
Brasil e Benin firmam acordo
de cooperação na área
de biocombustíveis
15 de Agosto de 2007 - Luciana
Vasconcelos - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Os governos do
Brasil e de Benin firmaram hoje (15), em cerimônia
no Palácio do Planalto, protocolo de
intenções sobre cooperação
técnica na área de biocombustíveis.
Pelo acordo, os dois países desenvolverão
cooperação técnica orientada
para desenvolvimento de técnicas de
produção, uso e comercialização
de biocombustíveis no Benin.
O presidente do país
africano, Boni Yaji, também assinou
acordo de cooperação com o Brasil
para estabelecimento de um mecanismo de consultas
públicas periódicas sobre diversos
temas. Pelo acordo, o Ministério das
Relações Exteriores do Brasil
e o Ministério dos Negócios
Estrangeiros, da Integração
Africana, da Francofonia e dos Beninenses
no Exterior realizarão consultas periódicas
sobre o desenvolvimento das relações
bilaterais nas áreas política,
econômica, social, cultural, científica
e tecnológica, bem como sobre temas
regionais e internacionais de interesse comum.
Em discurso, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva lembrou a
visita que fez a Benin em fevereiro do ano
passado. "Na histórica cidade
de Uidá, fui recebido com música
e festa muito familiares. Bonecos gigantes
e dançarinos mascarados me fizeram
lembrar do carnaval do Recife", disse
o presidente brasileiro.
Lula manifestou-se confiante
em que o etanol e o biodiesel democratizem
a produção energética
no mundo, protegendo o meio ambiente e servindo
de instrumento de desenvolvimento dos países,
criando empregos e novas oportunidades. Segundo
o presidente, oito especialistas de Benin
serão capacitados nas diversas etapas
da produção do etanol de cana-de-açúcar.
O presidente disse que o
Brasil quer também cooperar na produção
de algodão em Benin. "A cultura
do algodão nos une também na
OMC [Organização Mundial do
Comércio]. É parte de nossa
luta comum por um comércio internacional
mais equitativo", afirmou. "O Brasil
acredita firmemente no multilateralismo. Queremos
que os países em desenvolvimento participem
mais, e em melhores condições,
das grandes decisões internacionais
e que desfrutem de maneira mais igualitária
da riqueza mundial", completou.
O presidente do Benin agradeceu
o apoio brasileiro e disse que considera o
presidente Lula um "verdadeiro apóstolo
na luta contra a pobreza no mundo". Boni
Yaji destacou ainda que Lula é um grande
amigo da África.