16 de Agosto de 2007 - José
Carlos Mattedi - Repórter da Agência
Brasil - Wilson Dias/ABr - Brasília
- O presidente da CTNbio, Walter Colli, durante
aprovação de mais um tipo de
milho transgênico. Ao lado da mesa,
manifestações contra os organismos
geneticamente modificados.
Brasília - Apesar da votação
folgada, não foi tranquila a aprovação
do milho transgênico Guardian pela Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança
(CTNBio). Manifestantes da Via Campesina protestaram
contra a votação, dentro do
auditório do Ministério da Ciência
e Tecnologia, onde ocorreu a votação.
Um grupo de cinco membros da Comissão,
retirou-se em protesto contra a votação.
Com isso, o resultado final
foi 15 votos a um. O único crítico
da liberação que permaneceu
em plenário para a votação
foi o representante do Ministério de
Meio Ambiente, Rubens Nodari. "A comercialização
desse produto é um grande desrespeito
a sociedade brasileira”, criticou. Segundo
eel, não há nenhuma fundamentação
científica que garanta a segurança
do meio ambiente diante da nova variedade
de milho.
“O argumento de que esse
milho está plantado há dez anos
e nada aconteceu, não tem sustentação
científica. Estamos diante de incertezas.
A nossa Lei de Biossegurança diz que
temos que observar o princípio da precaução,
e a precaução diz que a incerteza
não pode ser a razão para não
se tomar medidas para evitar possíveis
danos”.
Já o presidente da
comissão, Walter Colli, considera que
“pareceres da literatura internacional, que
mostram experimentos feitos com transgênicos”.
A CTNBio ainda tem protocolado o pedido de
liberação comercial para nove
organismos geneticamente modificados (OGMs).
Desses pedidos, cinco tratam de variedades
de milho; três, de algodão; e
um, de arroz.
Ministra diz que energia de biocombustível
não ameaça produção
de alimentos
13 de Agosto de 2007 - Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - A ministra chefe
da Casa Civil da Presidência da República,
Dilma Rousseff, afirmou hoje (13) no seminário
Biocombustíveis: a Nova Fronteira da
Energia, que a grande disponibilidade de áreas
agricultáveis no país permite
que a produção de energia a
partir dos biocombustíveis não
seja conflitante com a produção
de alimentos.
“O Brasil possui vários
fatores que impedem a oposição
entre a garantia de energia e a garantia de
alimentação. Para nós,
produção de alimento não
é conflitante com a de energias. Pensamos
em produção de alimento e produção
de energia e não produção
de alimentos versus produção
de energia”.
Para Dilma Roussef, a parcela
da área hoje ocupada para produzir
etanol e biodiesel é muito pequena
em relação ao total da área
agricultável. “Há ainda um outro
fator importante neste processo. Existe um
alto grau de produtividade dos biocombustíveis,
porque ao longo dos anos nós desenvolvemos
tecnologias que de produção
e cultivo – e isto propiciou uma elevação
da nossa produtividade em três a quatro
vezes nos últimos anos”, afirmou.
A equação
do dilema entre a produção de
alimentos e a produção de energia
é, na avaliação da ministra,
o grande desafio mundial. “Mas volto a repetir,
para nós não são objetivos
opostos. Temos uma extensão territorial
de 851 milhões de hectares. Desse total,
383 milhões - 45% - são de áreas
agricultáveis e outros 210 milhões
de hectares – 25% - do total dizem respeito
a pastagens. Isto significa que, sem levar
em conta a área agricultável,
ainda temos disponível para expansão
91 milhões de hectares, ou seja, 11%”,
disse.
Ainda de acordo com a ministra,
atualmente a área utilizada para a
produção de etanol é
de apenas 3 milhões de hectares (0,35%
do total ou 0,8% da área agricultável).
Ao lembrar que o Brasil
produz etanol desde 1975 - há mais
de 30 anos -, a ministra disse que o país
já trabalha para produzir álcool
a partir do bagaço da cana-de-açúcar,
o que, segundo ela, “aumentará ainda
mais a produtividade”.
“O Brasil dá um exemplo
para o mundo de compromisso com inclusão
social, compromisso com o meio ambiente. Nós
estamos conseguindo manter e até aumentar
a participação das fontes renováveis
em nossa matriz energética, que hoje
é de cerca de 45%”, afirmou.
Ainda na avaliação
da ministra Dilma Rousseff, o Brasil é
hoje uma das lideranças mundiais em
segurança energética sustentável.
“O Governo esta interessado, inclusive, em
aumentar a participação da biomassa
na matriz energética brasileira. Ou
seja, além de produzir etanol, nós
queremos que o bagaço da cana seja
crescentemente utilizado para produzir energia
elétrica”.