14/08/2007 - Adriano Ceolin
- Quatro dias depois de divulgar o recorde
na redução do desmatamento na
floresta amazônica, a ministra do Meio
Ambiente (MMA), Marina Silva, lançou
novos desafios ao discursar na abertura do
V Seminário Técnico-Científico
de Análise de Dados Referentes
ao Desmatamento na Amazônia Legal, realizado
nesta terça-feira (14), em Anápolis
(GO).
"Nesta segunda fase
de aperfeiçoamento do plano, nós
esperamos dar continuidade a esse processo
estruturante de diminuir o desmatamento legal
e fazer com que o desmatamento ilegal chegue
a zero", disse a ministra, referindo-se
ao Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento da Amazônia (PPCDA),
lançado em 2004 pelo governo federal.
Um dos objetivos do seminário
é traçar estratégias
para a segunda fase do plano, que conta com
a participação de 13 ministérios
coordenados pela Casa Civil. O evento é
realizado na Base Aérea de Anápolis,
já que a Aeronáutica participa
do PPCDA utilizando suas aeronaves para fazer
imagens e ajudar na fiscalização
do desmatamento da Amazônia.
"O grande desafio agora
é ter as ações do governo
federal em perfeita sintonia com a forte ação
rigorosa do governos estaduais", disse
Marina Silva, na abertura do seminário.
"Não podemos ficar acomodados
com os resultados que estamos colhendo. Pelo
contrário, aumentam o nosso desafio
e a nossa responsabilidade no contexto de
uma crise ambiental global", afirmou.
Na sexta-feira (10), foi
divulgada a queda do ritmo do desmatamento
em 25%, entre agosto de 2005 e julho de 2006.
Os dados são do Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento da Amazônia Legal
(Prodes), um sistema de análise imagens
de satélites coordenado pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde
1988.
Também na sexta-feira,
foram divulgadas as estimativas do Sistema
de Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), criado pelo Inpe para
ajudar no combate ao desmatamento em tempo
real. De acordo esse sistema, a taxa de desmatamento
em 2007 deverá ficar em 30%. Isso significa
um recorde histórico, pois é
comparável a índices da década
de 1970.
Cerca de 50 instituições
de meio ambiente foram convidadas para o seminário
que encerra nesta quarta-feira (15). Entre
elas, secretarias e institutos estaduais de
meio ambiente e organizações
não-governamentais ligadas ao assunto.
Marina Silva ressaltou a participação
de todos: "O que alcançamos até
aqui é fruto de um trabalho integrado,
transversal, de muitos olhares, da crítica
vigilante e atenta de diferentes setores da
sociedade que têm nos ajudado significamente".
Após a abertura do
seminário pela ministra, foram feitas
três palestras: Dalton Valeriano, do
Inpe, apresentou os resultados do Prodes e
os planos do Inpe para o monitoramento da
Amazônia; o coronel aviador Darcton
Policarpo Damião, do Comando Geral
de Tecnologia Espacial, falou sobre as técnicas
de análise aplicadas à predição
do desmatamento; e André Lima, do MMA,
apresentou uma análise geral do dados
do desmatamento em 2006.
+ Mais
MMA promove seminário
sobre gestão do conhecimento
15/08/2007 - O Ministério
do Meio Ambiente promove no dia 20 de agosto,
em Brasília, o seminário sobre
Gestão do Conhecimento. O tema do encontro
é entendido como um conjunto de procedimentos
que governam a criação, disseminação
e utilização do conhecimento
para se atingir um determinado objetivo.
O assunto será abordado em três
perspectivas: gestão do conhecimento
em ciências ambientais, por José
Aroudo Mota, do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea); conceitos e boas práticas
sobre gestão do conhecimento na administração
pública federal, por Cássia
Botelho, da Câmara Federal; e gestão
baseada no conhecimento, por Antonio Raimundo
dos Santos, professor da Fundação
Getúlio Vargas (FGV).
Aberto ao público,
o evento será realizado no auditório
do Ibama-sede, a partir das 9 horas. A iniciativa
é do Projeto de Apoio ao Monitoramento
e Análise (AMA), do Programa Piloto
para a Proteção das Florestas
Tropicais do Brasil, coordenado pelo Departamento
de Articulação de Ações
na Amazônia do MMA.
+ Mais
Seminário sobre desmatamento
aponta desafios para segunda fase
15/08/2007 - Adriano Ceolin
- O 5º Seminário Técnico-Científico
de Análise de Dados Referentes ao Desmatamento
na Amazônia Legal, encerrado nesta quarta-feira
(15), em Anápolis (GO), foi marcado
pela participação da sociedade
civil e dos órgãos governamentais
na formulação da segunda fase
do plano interministerial de combate ao desflorestamento.
As principais conclusões do evento
são de que as estratégias de
comando e controle deram resultado. Agora,
o desafio é buscar formas de financiamento
e de crédito para conservar áreas
de floresta em pé e zerar o índice
de desmatamento ilegal.
O projeto da segunda fase
do Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento da Amazônia, que envolve
13 ministérios coordenados pela Casa
Civil, deverá estar pronto até
o fim deste semestre. A ministra do Meio Ambiente
(MMA), Marina Silva, destacou a participação
dos diferentes órgãos no processo
de elaboração do plano.
"O plano é uma
conquista de todos nós. É a
própria ação de algo
que começou no primeiro seminário
técnico-científico", disse
Marina Silva, em seu discurso de encerramento
do evento. "Para que as coisas possam
dar certo é preciso enderaçá-las
ao lugar certo, envolvendo a sociedade e a
academia. Se ficasse apenas no governo, com
certeza, ficaria no lugar errado", disse.
Ao analisar os resultados
do encontro, o secretário-executivo
do MMA, João Paulo Capobianco, apontou
êxitos e desafios para o plano. "Ficou
demonstrado aqui [no seminário] que
a capacidade de combater o desmatamento aumentou
significativamente. Porém, está
claro que o modelo econômico é
o grande desafio. A participação
intensa dos governos estaduais e dos setores
econômicos será de extrema importância
para o processo", afirmou
A secretária de Biodiversidade
e Florestas do MMA, Maria Cecília Wey
de Brito, ressaltou a participação
da sociedade civil no seminário. "Com
seus conhecimentos, a sociedade não
só nos ajuda a divulgar os dados do
desmatamento, mas também colabora fazendo
análises de outros pontos interessantes",
afirmou. Sobre os avanços futuros,
Maria Cecília ressaltou a viabilização
de instrumentos econômicos e de financiamento
para se atingir o desmatamento ilegal zero.
Ela defendeu ainda a cobrança mais
efetiva das multas aplicadas pelo Ibama aos
madeireiros.
Realizado na Base Aérea
de Anápolis, o seminário teve
início na terça-feira (14),
a partir da avaliação dos dados
apresentados pelo Projeto de Monitoramento
do Desflorestamento da Amazônia Legal
(Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais. De acordo com os números,
o desmatamento teve queda de 25%, entre 2005
e 2006. Este ano, deve ficar em 30%.
+ Mais
Ministra participa de visita
técnica sobre aviões de monitoramento
da Amazônia
15/08/2007 - Adriano Ceolin
- A ministra do Meio Ambiente (MMA), Marina
Silva, participou na manhã desta quarta-feira
(15) de uma visita técnica ao Complexo
Logístico do 2º Esquadrão
do 6º Grupo de Aviação,
onde são abrigadas as aeronaves que
fazem a coleta de imagens usadas na fiscalização
e monitoramento da floresta amazônica.
O ato fez parte da programação
do segundo dia do 5º Seminário
Técnico-Científico de Análise
de Dados Referentes ao Desmatamento na Amazônia
Legal. O evento, que objetiva traçar
estratégias para a segunda fase do
Plano de Prevenção e Controle
do Desmatamento (PPCDA), teve início
na terça-feira (14), no auditório
da Base Aérea de Anápolis (GO).
O complexo logístico
fica no mesmo local. A visita técnica
foi conduzida pelo tenente-coronel aviador
Rinaldo Nery Da Hora, comandante do 2º
Esquadrão do 6º Grupo de Aviação.
Ele mostrou uma das três aeronaves que
são usadas para fazer a coleta de imagens.
Trata-se de um modelo R-99/B, produzido em
1999 pela Embraer.
Antes da visita técnica,
o comandante fez uma palestra explicando que
o R-99/B possui um radar de abertura sintética
de alta performance e sensores eletroópticos
e multiespectrais. "São os olhos
e ouvidos da Amazônia", disse o
tenente-coronel. O sistema permite o monitoramento
do solo e dos rios amazônicos, fornecendo
imagens para pesquisa e análise da
biomassa.
Segundo o comandante, as
aeronaves já captaram 2 milhões
de km2 de imagens de áreas da Amazônia
Legal. O material serve para a identificação
de derramamento de óleos, mapeamento
florestal e produção cartogrática.
Além de conhecer a aeronave, a ministra
visitou o laboratório eletrônico
do complexo, que faz a manutenção
dos sensores e o processamento de imagens.
+ Mais
MMA debate incentivos positivos
para países em desenvolvimento
14/08/2007 - Rubens Jr.
- A redução das emissões
de carbono pelo desmatamento - um dos causadores
do aquecimento global - será um dos
temas da reunião de trabalho desta
quarta-feira e quinta-feiras (15 e 16), em
Jacarta, Indonésia. No encontro, que
reunirá representantes de países
em desenvolvimento, o Brasil procurará
identificar eventuais pontos de consenso em
relação à proposta de
que países industrializados aportem
incentivos positivos (tecnológicos
e financeiros) que auxiliem nos esforços
de redução de emissões
provenientes do desmatamento nos países
em desenvolvimento. O Ministério do
Meio Ambiente será representado no
evento pelo analista ambiental da Secretaria
de Mudanças do Clima e Qualidade Ambiental,
Adriano Santhiago de Oliveira.
A proposta brasileira difere
dos mecanismos de mercado praticados atualmente,
e baseia-se em arranjo que não possa
ser utilizado pelos países do Anexo
I da Convenção (basicamente
países industrializados mais o leste
europeu), a fim de cumprirem com seus compromissos
quantificados de limitação e
redução de emissões de
gases de efeito estufa assumidos na esfera
do Protocolo de Quioto. Outros países
têm defendido uma solução
de mercado com base em comércio de
emissões.
A proposta brasileira tem
caráter voluntário e defende
a implementação da Convenção
sobre Mudança do Clima no que se refere
ao compromisso ético de mitigar os
efeitos das mudanças climáticas,
com o apoio dos países que mais contribuíram
historicamente para o fenômeno. O Brasil
considera que a posição é
agregadora, pois todo o planeta seria beneficiado.
Outra característica da proposta brasileira
é o caráter nacional da redução
do desmatamento, e não pontual. O governo
brasileiro entende que a redução
do desmatamento deve ser medida com base em
todo o território nacional, e não
apenas em regiões específicas.
Na opinião do analista,
a participação do MMA no evento
de Jacarta demonstra o comrpomisso com a busca
de um arranjo concreto para a questão
da redução de emissões
provenientes do desmatamento no âmbito
da Convenção. "Apesar de
ser um evento informal, já que a negociação
oficial ocorrerá em dezembro, durante
a 13ª Conferências das Partes da
Convenção sobre Mudança
do Clima (COP-13), em Bali, é uma oportunidade
importante para avançar no debate",
diz o analista.
+ Mais
Seminário avalia
ações de fiscalização
na queda do desmatamento
14/08/2007 - Adriano Ceolin
- O primeiro dia do 5º Seminário
Técnico-Científico de Análise
de Dados Referentes ao Desmatamento na Amazônia
Legal, nesta terça-feira (14), aprofundou
a avaliação sobre a redução
do desflorestamento em 25% na região,
no período entre agosto de 2005 e julho
de 2006. Entre as exposições
e palestras, destacaram-se as ações
integradas de fiscalização realizadas
pelo Ibama com colaboração da
Polícia Federal, do Exército,
da Polícia Rodoviária Federal
e das polícias militares dos estados.
O diretor de Proteção
Ambiental do Ibama, Flávio Montiel,
apresentou um histórico das operações
realizadas nos últimos quatro anos:
foram 32, em 2003; 26, em 2004; 64, em 2005;
e 151, em 2006. "As operações
resultaram na prisão de 364 madeireiros
e de 96 servidores, a maioria do Ibama, e
causaram um efeito dominó sobre o desmatamento",
afirmou Montiel.
Outro relevante resultado
destas ações foi a aplicação
de multas: entre 2005 e 2006, elas somaram
R$ 1,4 bilhão, contra R$ 836 milhões
entre agosto de 2004 e julho de 2005 - e dados
recentes demonstram que, entre agosto de 2006
e julho de 2007, o valor alcançou R$
2,6 bilhões. Segundo Montiel, "58%
dos desmatamentos ilegais foram autuados pelo
Ibama" no período.
A ministra do Meio Ambiente
(MMA), Marina Silva, também comentou
a importância das operações
- que, para ela, "repercutem com muito
impacto". A ministra ressaltou, porém,
que, na segunda fase do Plano de Prevenção
e Controle do Desmatamento da Amazônia
(PPCDA), será preciso intensificar
a discussão sobre o desenvolvimento
sustentável como política de
combate ao desflorestamento.
O diretor do Serviço
Florestal Brasileiro do Ministério
do Meio Ambiente, Tasso Azevedo, por sua vez,
fez uma análise da cobertura florestal
no País e do desmatamento nas florestas
públicas e destacou que as ações
do governo têm ajudado a proteger um
patrimônio avaliado, anualmente, em
cerca de R$ 1 bilhão, referindo-se
"apenas à madeira".