20 de Agosto de 2007 - Tatielly
Diniz - De A Voz do Brasil - Brasília
- Comunidades ìndigenas do Centro-Sul,
Nordeste e do Amazonas
vão ter água potável
até 2010. O Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) prevê R$ 16 milhões
para atender 80 comunidades indígenas
em 23 estados brasileiros.
Segundo o presidente da
Fundação Nacional da Saúde,
Danilo Fortes, as crianças vão
ser as maiores beneficiadas com a água
potável, pois não estarão
mais suscetíveis a doenças causadas
por água contaminada.
Somando a isso, a Funasa
realiza um programa de vigilância alimentar,
o Sistema Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional (Sisan), que atende cerca de
50% das aldeias indígenas no Brasil
e faz acompanhamento nutricional das crianças
de zero a cinco anos de idade.
"Fazemos distribuição
de cestas básicas para que as mães
dêem os nutrientes necessários
para que a criança cresça saudavel".
Fortes argumenta que em breve será
possível se igualar a porcentagem de
crianças indígenas saudáveis
com a da população não
indígena. "Eu estou muito otimista
com esse avanço por que acho ser uma
forma de dar uma resposta direta a essa situação
que ainda se encontra com os índios
brasileiros", conclui.
Na região do Amazonas
a Funasa pretende atender 90% das aldeias.
As obras vão englobar um sistema de
captação da água da chuva
que atenderá também as comunidades
ribeirinhas que sofrem com a seca em algumas
épocas do ano. "Inclusive no Amazonas
como tem água abundante da foz do rio
da bacia hidrográfica nós vamos
fazer um projeto de captação
com a
água da chuva", afirma o presidente
da Funasa.
As obras já começaram
am alguns estados. No último dia 12,
índios da aldeia Yawalapiti, no Alto
Xingu (MT), começaram a receber água
tratada na porta de suas casas. O projeto
faz parte de uma seleção de
obras divulgadas nesta semana e que vai atender
municípios com até 50 mil habitantes
que apresentam altas taxas de mortalidade
infantil.
+ Mais
Estudo aponta que 38,4%
do índios consomem álcool e
49,7% gostariam de parar
22 de Agosto de 2007 - Alessandra
Bastos - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Dos índios
brasileiros, 38,4% consomem álcool
e deste total, 49,7% gostariam de parar de
beber, mas não conseguem – 46% chegaram
a pedir ajuda, sem sucesso, à família,
ao médico, à igreja ou a amigos.
Os dados são de estudo
da Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad)
e foram apresentados hoje (22), juntamente
com o 1º Levantamento Nacional sobre
os Padrões de Álcool na População
Brasileira.
O consumo de álcool
é considerado “um grande problema”
nas tribos indígenas, segundo a secretária
adjunta da Secretaria Nacional anti-Drogas
(Senad), Paulina Duarte. Foram pesquisadas
11 comunidades indígenas de sete diferentes
etnias, com 1.455 entrevistados.
Para que os índios
não se sentissem intimidados, o estudo
utilizou técnica de terapia em grupo
e foi acompanhado por um psiquiatra e um psicólogo.
“A metodologia usada é uma abordagem
grupal, que tem muito a ver com a cultura
indígena”, na avaliação
do ministro da Saúde, José Gomes
Temporão.
Para garantir uma amostra
nacional do problema, um geógrafo e
três antropólogos também
participaram da pesquisa, que faz parte do
Projeto de Prevenção do Uso
de Álcool entre as Populações
Indígenas, realizado pela Senad em
parceria com a Fundação Nacional
do Índio (Funai). O resultado ajudará
a nortear as políticas públicas
para esse segmento.
Na comparação
entre gêneros, 50% dos homens indígenas
consomem álcool, contra 21% das mulheres.
A bebida mais consumida é a cerveja
(67,6%), seguida da cachaça (41,9%)
e do vinho (14,8%). O levantamento revela
que os índios começam a beber
aos 17 anos, enquanto para o restante da população
brasileira a idade inicial é de 13
anos, em média.
"Apesar de começarem
mais tardiamente, o dado é preocupante
porque é um consumo alto, um nível
elevado de consumo regular”, observou o ministro
da Saúde.
Segundo Paulina Duarte,
agentes de saúde e lideranças
nas comunidades indígenas deverão
ser capacitadas, e estão previstas
políticas específicas para o
fortalecimento das redes de assistência
existentes nas comunidades e municípios
vizinhos. Uma das constatações
da pesquisa é que os índios
consomem, em suas aldeias, bebidas alcoólicas
compradas nas rodovias e nos centros urbanos
de municípios vizinhos.