24/08/2007 - Cenário
de um dos mais importantes capítulos
da história brasileira, a Grota do
Angico, no município de Poço
Redondo, em Sergipe, será transformada
oficialmente em unidade de conservação
de proteção integral. A proposta,
que dará à grota o status de
Monumento Natural, foi definida nesta quinta-feira
(23), durante encontro entre representantes
do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) e da Secretaria
de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos de Sergipe (Semarh).
Com o fechamento da proposta
para a criação da unidade, o
local, que atualmente abriga propriedades
particulares e parte da área de reserva
legal de um Projeto de Assentamento (PA) criado
pelo Incra, passará a receber por meio
da Semarh proteção integral
do governo do estado de Sergipe. A idéia
é oferecer ao estado mecanismos legais
para coibir a degradação ambiental
na área, conservando o bioma da caatinga,
por meio de um trabalho integrado com a comunidade.
Para promover essa interação
com proprietários de terras e famílias
assentadas na região da grota, Incra
e Semarh deverão promover, em breve,
um novo encontro para apresentar os conceitos
do projeto. No encontro, além dessa
apresentação pública,
também serão estabelecidas junto
à comunidade as diretrizes para a exploração
sustentável da área, que será
realizada a partir de um plano de manejo.
Isso permite, inclusive, o aproveitamento
do potencial turístico do local.
Os trabalhos para a regulamentação
da unidade de conservação da
Grota do Angico foram iniciados logo após
o encerramento da reunião desta quinta-feira.
O novo encontro entre Incra e Semarh (em data
a ser definida) deverá estabelecer
também, uma proposta para a criação
de outra unidade de conservação
ambiental na região da Mata do Junco,
no município de Capela.
Virgulino Ferreira da Silva,
o Lampião
Localizada em Poço
Redondo, nas proximidades do Cânion
do São Francisco, um dos mais importantes
pólos de turismo do Nordeste brasileiro,
a Grota do Angico, bastante conhecida por
sua beleza natural, tem também a história
como um dos seus principais atrativos.
Além das rochas que
compõem o cenário da grota e
guardam os vestígios arqueológicos
dos primeiros habitantes da região
(marcas deixadas há cerca de oito mil
anos), o local também entrou para a
história brasileira por ter sido palco
do último confronto entre homens da
Polícia Militar alagoana e membros
do bando de Virgulino Ferreira da Silva, o
Lampião.
O rei do Cangaço,
como era conhecido, foi surpreendido e morto
na Grota do Angico, em 28 de julho de 1938,
ao lado da mulher, Maria Bonita, e de outros
nove companheiros do bando. Atualmente, o
local, que integrará a área
da unidade de conservação ambiental,
abriga um memorial, com fotos e objetos relacionados
a Lampião e ao período do Cangaço.