25 de Agosto de 2007
- Ana Luiza Zenker - Da Agência Brasil
- Brasília - O Brasil já não
importa mais CFCs, os gases que destroem a
camada de ozônio utilizados até
pouco tempo em aparelhos como geladeiras e
condicionadores de ar. Além disso,
esses gases devem ser completamente eliminados
até 2009, segundo informações
da Secretaria de Mudanças Climáticas
e Qualidade de Vida do Ministério do
Meio Ambiente (MMA).
“Hoje, a gente usa o CFC
só para fins médicos, aquelas
bombinhas de asmático, os inaladores,
e mesmo assim até 2009, no máximo
até 2010, isso também vai ser
abandonado”, afirmou, em entrevista à
Agência Brasil, o diretor do Departamento
de Mudanças Climáticas, Ruy
de Góes.
Ele explica que o Brasil
adiantou em três anos o prazo estipulado
pelo protocolo, negociando com a indústria
um calendário para a produção
somente de aparelhos sem CFC. “O que a gente
usa hoje de CFC no Brasil é só
para manutenção dos equipamentos
velhos, e mesmo assim o que se usa é
o CFC reciclado”, diz.
“A gente calculou qual foi
o efeito desse cronograma que o Brasil adotou,
mais rígido do que aquele previsto
pelo protocolo, e com isso a gente conseguiu
economizar a emissão de [gás
CFC equivalente a] cerca 360 milhões
de toneladas de CO2”. Segundo o diretor, os
gases CFCs, além de prejudicar a camada
de ozônio, tem um poder de aquecimento
global quase 11 mil vezes maior do que o gás
carbônico. Dessa forma, não utilizar
os CFCs também contribui para diminuir
o efeito estufa, que causa o aquecimento do
planeta.
Além dos CFCs, outras
substâncias químicas também
são controladas pelo Protocolo de Montreal
e seu uso deve ser eliminado. Uma dessas substâncias
é o gás brometo de metila, utilizado
como agrotóxico. “Temos o prazo até
2015 para eliminar o brometo de metila e,
na agricultura, a partir de 1º de janeiro
deste ano já não se usa mais
esse gás”, afirma Ruy de Góes.
“O próximo passo
é um outro gás também
controlado pelo Protocolo de Montreal, ou
uma família de gases, que são
os HCFCs”, diz o diretor. Ele explica que,
segundo o protocolo, o prazo para acabar com
o uso desses gases, que ainda são utilizados
em aparelhos como geladeiras e condicionadores
de ar, seria até 2040. “O Brasil e
a Argentina estão propondo que se congele
a produção do gás nos
níveis de 2010 e que progressivamente
ele vá sendo abandonado, até
que em 2030 ele praticamente sumiria do mercado”,
afirma.
Ele explica que essa é
uma das propostas que serão discutidas
no próximo encontro das partes que
assinaram o protocolo. A reunião vai
acontecer em setembro, na cidade de Montreal,
no Canadá, em comemoração
aos 20 anos de criação do protocolo.