21/08/2007 - Aida Feitosa
- O Ministério do Meio Ambiente criou
um grupo de trabalho (GT) para estudar alternativas
do uso do carvão na cadeia produtiva.
A intenção é analisar
a questão e propor normas para servir
de base às políticas públicas
e às legislações
sobre o tema. "O desafio é aliar
o uso sustentável da vegetação
com a necessidade energética do setor
produtivo", disse o diretor do Departamento
de Florestas do Ministério do Meio
Ambiente, Leonel Pereira.
Um dos trabalhos do GT será
detalhar todo o processo da cadeia produtiva:
da qualidade legal do material consumido na
indústria até a forma de produção
do carvão. Segundo Leonel serão
estudadas novas tecnologias para melhorar
a eficiência energética e também
formas de associar a produção
do carvão às demais atividades
florestais. "Com tecnologias adequadas,
o carvão poderá se transformar
em um subproduto das atividades econômicas
florestais legalmente estruturadas",
explicou.
Para embasar tais alternativas
serão avaliados estudos como o do professor
da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
José de Arimatéia, que catalogou
a perda de biomassa vegetal por meio da taxa
média de desmatamento na Amazônia
nos últimos cinco. Segundo ele, o total
estimado de perda de biomassa é na
ordem de 880 milhões de toneladas ao
ano. Enquanto a produção anual
da indústria de processamento madeireiro
é cerca de 30 milhões de toneladas.
"Cruzando os dados vemos que grande parte
do que é desmatado acaba sendo desperdiçado,
vira cinza de queimada e libera carbono na
atmosfera", explicou o professor.
Para Leonel esse total desperdiçado
poderia virar carvão. "O ideal
seria que o carvão fosse produzido
a partir de floresta plantada, mas se mesmo
assim se optar por usar floresta nativa, deve
ser feito com sustentabilidade, com o adequado
plano de manejo e com condições
dignas de trabalho", disse.
O GT terá prazo de
um ano, prorrogável por igual período,
para levantar dados que possam direcionar
as políticas do Ministério do
Meio Ambiente e orientar parlamentares estaduais
e federais que demandam do MMA informações
para subsidiar a confecção de
uma legislação para o tema.
A portaria, assinada pela
ministra Marina Silva, foi publicada no Diário
Oficial da União desta terça-feira
(21). O grupo é composto por 12 membros,
representados entre o Ministério do
Meio Ambiente, o Ibama e o Instituto Chico
Mendes.
+ Mais
Grupo de trabalho adaptará
Projeto Orla à região Norte
20/08/2007 - Grace Perpetuo
- Está agendada para setembro a primeira
reunião do grupo de trabalho que discutirá
a adaptação da metodologia do
Projeto de Gestão Integrada da Orla
Marítima (Projeto Orla) às especificidades
dos ambientes costeiros do Norte do País
uma antiga reivindicação de
pesquisadores locais. O compromisso foi assumido
durante uma visita da Gerência de Qualidade
da Costa e do Ar do Ministério do Meio
Ambiente responsável pelo Orla a Belém
(PA) para discutir a agenda de implementação
do projeto no estado.
O grupo - que será formado por pesquisadores
de universidades e instituições
de pesquisa científica da região,
entre outros - será responsável
por elaborar uma publicação
técnica que adapta a metodologia do
Orla.
O projeto é uma ação
conjunta entre o MMA, por intermédio
da Secretaria de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental, e o Ministério
do Planejamento, no âmbito da Secretaria
do Patrimônio da União (SPU/MP).
Suas ações buscam o ordenamento
dos espaços litorâneos sob domínio
da União, aproximando as políticas
ambiental e patrimonial, com articulação
entre as três esferas de governo e a
sociedade. O Orla existe para responder aos
muitos desafios apresentados pela gestão
do litoral brasileiro de frágeis ecossistemas
costeiros que, muitas vezes, enfrentam ocupação
desordenada e irregular, entre outros problemas.