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MUSEU GOELDI APRESENTA PROJETO DO NOVO PARQUE ZOOBOTÂNICO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Agosto de 2007

Patrimônio - 23/08/2007 - Um dos espaços de lazer preferenciais de Belém do Pará, o Parque Zoobotânico (PZB) do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT), o “Museu” de muitos, completa neste mês de agosto 112 anos de existência.

Para comemorar o aniversário, o Goeldi apresenta nesta sexta-feira (24), às 16h, o “Projeto de Revitalização do Parque Zoobotânico”.

Com um custo global aproximado de R$ 15 milhões e previsão de 10 anos de duração, o projeto vai transformar o mais antigo parque zoobotânico do Brasil em um dos mais modernos da América Latina, plenamente equipado para funcionar como um espaço de educação ambiental e comunicação sobre a biodiversidade amazônica.

Ambientes adaptados à semelhança do habitat natural e o incremento do número de exemplares da fauna que circula livremente pelas alamedas e árvores do Parque são outros destaques dessa iniciativa do Goeldi de restaurar parte do patrimônio natural e arquitetônico da cidade de Belém.

O Museu aproveita essa fase de reforma do Parque para introduzir inovações tecnológicas. Em prédios como o do novo Centro de Exposições, medidas ambientalmente sustentáveis serão implementadas, por exemplo, para captação e aproveitamento de água da chuva e tratamento de resíduos líquidos.

Bioparque
Um dos principais objetivos do Projeto de Revitalização é transformar o Parque Zoobotânico em um Bioparque. Este conceito garante a apresentação de espécies de fauna e flora em ambientes semelhantes aos originais encontrados nos diversos ecossistemas.

A proposta é de interação entre animais e plantas que deixarão de ser mero pano de fundo, comum a zoológicos que isolam os seres em sua convivência natural.

A valorização da fauna livre no Parque já é uma realidade com a presença de animais soltos. Cotias, corujas, macacos de cheiro, iguanas, garças e guarás transitam nas áreas verdes para o deleite do visitante, muitas vezes, desavisado que se surpreende com tais companhias.

“O Projeto de Revitalização também irá transformar o Parque Zoobotânico do Museu Goeldi em um espaço cultural mais complexo”, revela Nelson Sanjad, Coordenador de Comunicação e Extensão do Museu Goeldi.

A restituição do principal espaço de exposições do Museu está entre as várias ações previstas no projeto. Ela permitirá a montagem de exposições de média e longa duração, a exemplo do que ocorria até 2002, quando o então pavilhão de exposições “Eduardo Galvão” foi fechado.

Segundo Sanjad, “haverá um novo e moderno centro de exposições, que permitirá ao Parque Zoobotânico ir além da exibição de exemplares da fauna e flora amazônicas”.

A primeira etapa do Projeto, orçada em 5 milhões de reais, deverá ser concluída até 2010, mas o público visitante do Parque Zoobotânico já poderá conferir algumas melhorias ainda este ano.

Principais transformações no Parque do Goeldi
Adaptação de ambientes naturais, construção de prédios e recuperação de monumentos estão entre as principais ações da revitalização do Parque Zoobotânico do Museu Goeldi.

Uma vez concluído, o projeto vai oferecer mais opções de lazer, conhecimento e cultura para a cidade.

Serão três anos de muito trabalho, que se revelará aos poucos aos olhos do visitante e fã de uma essencial área verde de Belém. Confira as etapas.

Já em 2007 surgirá um novo Viveiro das Aves Brejeiras. A conclusão do novo recinto dá início ao futuro Complexo Aquático do Parque Zoobotânico, que interligará todos os ambientes de água permitindo uma definitiva interação entre os animais.

Os visitantes ganharão em comodidade: banheiros e lanchonete também receberão serviços de reforma com melhoria das instalações e a criação de uma Praça de Alimentação.

Para 2008 está prevista a reabertura do Aquário público mais antigo do Brasil. Obedecendo a critérios específicos, os peixes estarão juntos em um grande aquário, que simulará o ambiente de um rio amazônico. Filhotes e outras espécies, que precisam ficar isoladas, estarão em aquários menores.

O novo aquário trará de volta exemplares do poraquê (peixe-elétrico), cujo lago foi retirado para ampliação do recinto das onças.

Dentre os ambientes aquáticos, os lagos dos pirarucus e das tartarugas passarão por reforma e serão entregues no ano que vem. O maior peixe da Amazônia e um dos maiores de água doce do mundo, o pirarucu também voltará ao Parque, graças à reforma de seu recinto. O lago das tartarugas receberá obras de melhoria em sua estrutura.

O Projeto de Revitalização do Parque Zoobotânico inclui ainda a reforma da Entrada de Serviço, localizada à Avenida 9 de Janeiro, bem como a antiga caixa d’água construída à época de Emílio Goeldi e conhecida como “Castelinho”.

Finalmente, em 2009-2010 estará concluída a última fase da primeira etapa do Projeto, que prevê a reforma e ampliação de dois importantes prédios e a introdução de um jardim especial para estimular os sentidos do olfato e do tato.

A Biblioteca Clara Galvão, que atende estudantes dos ensinos fundamental e médio, passará por reforma para melhor atender a seus usuários.

O prédio da Biblioteca é um dos mais antigos do Parque e abriga rico acervo educacional manuseado diariamente por dezenas de alunos da rede pública e particular de ensino da Grande Belém.

Desativado desde 2002, o Pavilhão Eduardo Galvão ganha reforma, ampliação e nova denominação: Centro de Exposições Eduardo Galvão. O prédio, com 1.200 m², abrigará duas grandes salas de exposições de média e longa duração, auditório, cafeteria, oficina museográfica e reserva técnica. S

erá também o primeiro “prédio inteligente” do Parque, contando com sistemas próprios de utilização da água da chuva e tratamento de resíduos líquidos.

Um local especial do Parque Zoobotânico, há muito previsto e que até 2010 deverá ser entregue, é o Jardim de Aromas. Localizado às proximidades do Centro de Exposições Eduardo Galvão, ele é destinado às espécies de plantas aromáticas da Amazônia e atenderá a um segmento do público com necessidades especiais.

Patrocínio
Os esforços para revitalizar o Parque do Museu Goeldi reúnem do poder público à iniciativa privada.

São patrocinadores do projeto os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT), Justiça (MJ), Cultura e Turismo (MinC); Governo do Estado do Pará/Paratur; Prefeitura de Belém; Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), CVRD, Mineração Rio do Norte; Petrobras, Caixa Econômica Federal, Insituto Nacional de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(Iphan), FIDESA, FADESP e Amigos do Museu Goeldi.
Tiago Araújo - Assessoria de Comunicação do Museu Goeldi

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Satélites brasileiros monitoram vôo do gavião-real

Meio Ambiente / Ecossistema - 22/08/2007 - Pela primeira vez no Brasil, os vôos de um Gavião-real, também conhecido como Harpia ou Uiraçu (Harpia harpyja), serão acompanhados por meio de satélites.

A tecnologia implantada combina o esforço de três instituições nacionais - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) -, com financiamento da Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, para inaugurar a utilização do sistema de satélites brasileiros no monitoramento de animais silvestres.

Em Parintins (AM), no Assentamento do Incra Vila Amazônia, um filhote de quatro meses foi o primeiro a receber um radiotransmissor equipado com GPS para rastreamento da sua movimentação.

"O filhote marcado ainda não voa e permanece no ninho que está localizado a quase 32 metros de altura em uma castanheira", conta o ecólogo José Eduardo Mantovani, do Inpe, especialista em monitoramento de animais, que no Projeto é o responsável pelo recebimento das informações enviadas pelos satélites para o mapeamento dos vôos dos gaviões, gerando informações sobre a movimentação no entorno do ninho e distância de dispersão desta espécie até sua fase adulta.

Pelos próximos três anos, o filhote será monitorado através de um receptor GPS que acumula os dados do seu posicionamento para transmissão por meio do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Ambientais (SBCDA), que conta com os satélites das séries SCD e CBERS. O SCD-1 e o SCD-2 são satélites de coleta de dados brasileiros, enquanto os satélites CBERS são resultado de uma parceria do Brasil com a China. O sistema é operado pelo Inpe.

O monitoramento via satélite faz parte do Projeto para a Conservação do Gavião-real, coordenado pela pesquisadora Tânia Sanaiotti, do Inpa, que acompanha ninhos na região há mais de seis anos e trabalha com as comunidades rurais na tentativa de estabelecer uma convivência pacífica entre os assentados e a maior ave de rapina das Américas.

O Projeto desenvolve atividades de educação ambiental junto aos comunitários e introduz novos conceitos de comportamento frente à espécie, acrescentando alternativas no uso da terra, trabalho resultado de uma parceria com os pesquisadores especialistas em sistemas agroflorestais Elisa Vandelli e Silas de Souza, da Embrapa-AM.
Os resultados positivos na região são evidentes: desde o início do Projeto, aumentaram de 2 para 12 o número de ninhos conhecidos desta ave, tornando Parintins (AM) o município com maior número de ninhos mapeados na Amazônia.

A captura
O ninho foi encontrado pelo proprietário do lote, Sebastião Pereira, da Comunidade Santo Antônio do Murituba, do Assentamento Vila Amazônia, que acompanhou de perto com seus filhos toda a operação de captura do filhote.

Os dispositivos de marcação foram implantados por Benjamim da Luz, do Ibama-RR, especialista em estrutura das árvores utilizadas por gavião e experiente escalador em dossel, que subiu até o ninho para capturar o filhote. Em sua dissertação de mestrado pelo Inpa, Benjamim caracterizou os locais de reprodução e as árvores selecionadas na Amazônia brasileira, incluindo a região do Assentamento Vila Amazônia.

"Após a retirada de um ninho de vespas da árvore, a captura do filhote foi bem sucedida. Era uma fêmea com 1,83 m de envergadura e 4,4 Kg de peso. Este filhote recebeu 4 marcações", diz o pesquisador do Inpa.

Uma anilha do Cemave, nº Z 1005, permite que a localização possa ser anunciada ao Ibama. É uma anilha do próprio Projeto, bem larga para identificação à distância. Também foi colocado um "microchip" subcutâneo, que permitirá a identificação do animal com leitora automática, e um radiotransmissor no dorso. Os trabalhos da equipe no campo foram acompanhados por bolsistas do projeto e moradores do assentamento.

Um segundo radiotransmissor financiado pela Fundação O Boticário está previsto para ser colocado em um filhote no bioma Cerrado ou no Pantanal. E um terceiro radiotransmissor, financiado pela Veracel Celulose S/A, será utilizado na área da RPPN Veracel, no sul da Bahia, um importante remanescente da Mata Atlântica naquele estado.

Pesquisa
Por meio do Programa Jovem Cientista Amazônia, o Projeto conta com 6 bolsistas, alunos de nível fundamental e professores das escolas do Assentamento. Esses bolsistas se envolvem em várias atividades, como feiras, exposições e palestras relacionadas ao uso da terra, sob coordenação de pesquisadores da Embrapa.

Os bolsistas também realizam atividades de campo, como o monitoramento dos 12 ninhos existentes na região e a coleta de restos de presas (como ossos, dentes, pêlos e penas) atiradas do ninho pelas aves adultas. Como resultado deste trabalho, a ecóloga e especialista em dieta de Gavião-real, MSc. Helena Aguiar, descobriu que na região a espécie é especialista na caça de preguiças, que representam cerca de 79% de sua dieta.

Os doze ninhos até agora mapeados no Assentamento pertencem a pelo menos oito casais, segundo o estudo de Aureo Banhos, do Ibama-AM, que está realizando análises genéticas através das penas encontradas abaixo dos ninhos.

Em seu doutorado pelo Inpa, em genética da conservação de Gavião-real, Aureo Banhos aborda a distribuição da diversidade genética da espécie no Brasil, os impactos da degradação florestal para essa diversidade e se há diferença genética entre o gavião-real da Amazônia e da Mata Atlântica.

A pressão da exploração ilegal de madeira, do desmatamento e da caça que foram no século passado os responsáveis pelo quase desaparecimento da espécie na Mata Atlântica, são também as atuais ameaças à espécie no município de Parintins e entorno.

A efetiva fiscalização pelo Ibama local permitiu que algumas das árvores com ninhos não fossem cortadas e que os próprios comunitários se tornassem protetores desta ave de rapina. Entretanto, a cada momento surgem novos empreendimentos nas florestas da região.

"Temos um árduo caminho a ser traçado na demarcação de reservas florestais, dentro e fora do Assentamento, para que a maior águia brasileira não deixe de anunciar seus caminhos pela floresta", concluiu Mantovani.

Parceria
Além dos apoios institucionais do Inpa, Ibama, Embrapa e Inpe, várias outras instituições permitem viabilizar as atividades do Projeto Gavião-real: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Fundação O Boticário, Programa Beca/IEB, Cleveland Zoological Society, Birders Exchange, Prefeitura Municipal de Parintins. Os eventos promovidos contaram com patrocínio das secretarias de Estado de Educação (Seduc) e do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) e o Banco da Amazônia (Basa).
Marjorie Xavier - Assessoria de Imprensa do INPE

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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