24/08/2007
- A Secretaria do Meio Ambiente (SMA), por
intermédio da Coordenadoria de Planejamento
Ambiental Estratégico (CPLA), organizou
no último dia 15/8 o 1º Ciclo
“Meio Ambiente em Debate”, com o tema “Plásticos:
Usos e Degradabilidade”, realizado no Anfiteatro
Augusto Ruschi, na sede da Secretaria, em
São Paulo.
O debate teve a finalidade
de discutir tecnicamente as formas de uso
e como cada tipo de plástico se degrada
no ambiente, temática que gerou polêmica,
especialmente na mídia, a partir de
veto do governador José Serra ao projeto
de lei que obrigaria, caso fosse aprovado,
o mercado varejista a utilizar sacolas plásticas
oxi-biodegradáveis.
“O objetivo é colocar
na pauta da casa, da mídia e dos tomadores
de decisão, as informações
técnicas dos usos e da degradabilidade
dos plásticos”, declarou Tércio
Carvalho, coordenador da CPLA e gerente do
“Lixo Mínimo”, um dos 21 Projetos Ambientais
Estratégicos da SMA, na abertura do
evento.
O debate começou
com a apresentação de Hélio
Wiebeck, doutor em engenharia química
e professor da Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo (Poli/USP),
que fez um histórico do uso do plástico
no país e no mundo, e explicou como
o material se degrada. “O plástico
se degrada por si só, mas num longo
período de tempo. Já o plástico
biodegradável, quando compostado em
condições ideais para sua composição,
chega em pouquíssimo tempo a converter-se
em gás carbônico e água”,
explicou o professor.
Na seqüência,
a engenheira química Silvia Rolim,
da Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental
dos Plásticos, apresentou as vantagens
e desvantagens dos processos de reciclagem
mecânica, química e energética
dos plásticos biodegradáveis,
destacando os conceitos de biopolímeros
e bioplásticos. “O resíduo gerado
na cadeia produtiva do plástico também
é matéria-prima de alto valor
agregado para outros setores industriais,
além da própria indústria
plástica”, declarou Silvia.
Já Eloísa
Elena Corrêa, do CETEA/ITAL, apresentou
o conceito de ciclo de vida, que permite uma
visão ampla das interfaces de um produto
com o meio ambiente em relação
aos requisitos de energia, água e recursos
naturais. Na opinião de Eloísa
“não existe solução única,
fácil e milagrosa para a gestão
dos resíduos sólidos”.
A quarta apresentação
foi de Eduardo Van Roost, da RES Brasil, empresa
fabricante dos plásticos oxi-biodegradáveis,
que explicou que a degradação
desse tipo de plástico é o resultado
da oxidação, onde células
terão acesso ao carbono livre utilizando-o
como fonte energética. “O plástico
oxi-biodegradável vai degradar em qualquer
ambiente, interno ou externo, mesmo na ausência
de luz e água e pode ser usado em sacolas
de compras, sacos de lixo, embalagens para
alimentos e sacos para pães”, exemplificou
Eduardo.
A última apresentação
foi da Dra. Maria Filomena de Andrade Rodrigues,
do Laboratório de Biotecnologia Industrial,
Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT), que expôs os trabalhos do projeto
“Produção de polímeros
biodegradáveis a partir de cana-de-açúcar
por via biotecnológica”, desenvolvido
em parceria com a USP e a Copersucar. “PHAs
são poliésteres acumulados por
diversas bactérias como reserva de
carbono e energia, biodegradáveis,
e aplicáveis a embalagens de produtos
de descarte rápido, entre outras funções
nas indústrias farmacêutica e
química”, explicou Filomena.
Ao final das apresentações,
os palestrantes responderam às questões
levantadas pelo público presente e
debateram os conceitos expostos nas palestras.
Texto: Valéria Duarte
Foto: Pedro Calado