27/08/2007 A suinocultura
no Estado de São Paulo deverá
ser licenciada pelo Sistema Ambiental. Uma
reunião entre técnicos da Secretaria
do Meio Ambiente e representantes do setor
discutirá sobre prática de “suinocultura
sustentável”, como primeiro passo para
o estabelecimento de normas de licenciamento
dessa atividade, em função de
seu grande impacto nos corpos d´água.
A informação foi dada pelo secretário
Xico Graziano, neste dia 27/08, durante palestra
na abertura da XXXVII Semana Agronômica
de Espírito Santo do Pinhal, onde falou
sobre "Políticas Públicas
do Estado de São Paulo no Setor Ambiental".
O evento foi promovido pela Faculdade de Agronomia
da Unipinhal, no município de Espírito
Santo do Pinhal.
O secretário lembrou
que a suinocultura hoje é controlada
pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento,
mas também será fiscalizada
pelo Sistema Ambiental, dentro da proposta
de integração da agenda ambiental
com a agricultura. Graziano lembrou que a
atividade agropecuária, principalmente
por conta da escala, é impactante para
o meio ambiente.
Durante sua fala, Graziano
descreveu os avanços no ensino e no
sistema de produção agrícola
no Brasil. “Quando estudava na Esalq, a nossa
preocupação era com a aplicação
de agrotóxicos usados de maneira indiscriminada,
com produtos como o BHC. Quase não
se falava em ecologia e o controle integrado
de pragas só foi iniciado anos depois
”. Os métodos usados no passado resultaram,
no Estado de São Paulo, numa escala
de desmatamento que deixou para o presente
apenas 13,9% da vegetação nativa
existente quando aqui chegaram os descobridores.
Essa é uma
das razões por que a recuperação
de cerca de 1,7 milhão de hectares
de mata ciliar é uma prioridade do
governo paulista. O secretário do Meio
Ambiente reconhece que não é
uma tarefa para ser concluída em uma
gestão, mas sim em pelo menos 25 anos.
A recompensa para as futuras gerações
será um acréscimo de cerca de
50% na vegetação nativa existente
hoje no Estado. Graziano está convencido
de que essa meta só será atingida
com o envolvimento das prefeituras, das ONGs,
produtores e outros segmentos da sociedade.
Texto: AS
Foto: Zé Jorge e Nani Gois-SECS