Apresentar o Brasil como
um produtor responsável de agroenergia
é uma das missões da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária
– Embrapa, vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, durante o Brazil BioFuels
Houston Summit, que acontece no dia 10 de
setembro, em Houston, no Texas (EUA).
O diretor-executivo da Embrapa,
Geraldo Eugênio de França, foi
convidado pela Câmara de Comércio
Brasil-Texas (Bratecc), organizadora do evento,
para participar do painel “O papel dos biocombustíveis
na sustentabilidade energética, no
desenvolvimento econômico e no meio
ambiente”.
França abrirá
o painel com a palestra “Iniciativas Brasileiras
na Agroenergia: Impactos Econômicos,
Ambientais e Sociais”. Sobre a apresentação
que irá fazer, destacou que o evento
será o momento de “demonstrar que o
Brasil tem condições de produzir
biomassa corretamente do ponto de vista social,
economicamente não comparável
a qualquer outra e com responsabilidade para
com seus recursos ambientais”.
Segundo ele, o evento será
uma grande oportunidade para aproximar ainda
mais Brasil e Estados Unidos no delineamento
e na implementação de uma política
comum para a produção de energia
a partir da biomassa. “Nós hoje temos
uma ligação com a política
geral dos Estados Unidos em relação
a energia como nunca tivemos antes”, disse.
Participam ainda do painel
o sócio da consultoria Thompson &
Knight, Scott Deatherage; o diretor-executivo
da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto
Giannetti da Fonseca; e o diretor comercial
da The Dow Chemical Company, Jack Broodo.
Texas A&M
Além do Brazil BioFuels
Houston Summit, a agenda do diretor-executivo
da Embrapa nos Estados Unidos inclui ainda
um seminário na Texas A&M University,
no dia 7 de setembro. A convite do Departamento
de Solos e Culturas, da Faculdade de Agricultura
e Ciências da Vida dessa instituição,
França vai falar sobre o programa brasileiro
de agroenergia e sobre as possibilidades de
cooperação com essa universidade.
França destacou que,
no caso brasileiro, a biomassa é um
dos componentes da matriz energética
e que uma parceria com a instituição
norte-americana seria interessante para pesquisar
novas espécies geradoras de energia.
“Tanto os EUA quanto o Brasil, além
de se esforçado para desenvolver cultivares
e fazer um álcool barato de cana-de-açúcar,
têm tido a preocupação
de buscar outras opções”, disse.
Uma das plantas com grandes possibilidades
de serem estudadas conjuntamente é
o sorgo. “A Texas A&M University conta
com um dos mais densos e importantes programas
de sorgo sacaríneo dos Estados Unidos”,
apontou.
Vitor Moreno
Assessoria de Comunicação Social
– Embrapa
+ Mais
Ordenamento agroambiental
é discutido em Bauru
O ordenamento agroambiental
das áreas de afloramento do Aqüífero
Guarani no Brasil, seus conceitos e aplicações
foi apresentado na II Jornada Aqüífero
Guarani, em Bauru, SP, pelo pesquisador Marco
Antonio Gomes, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP),
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária - Embrapa, vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, em 23 de agosto de 2007.
Gomes explica que a proposta
de ordenamento agroambiental nada mais é
do que o uso e a ocupação racional
do espaço agrícola a partir
da integração entre Boas Práticas
Agrícolas e alguns conceitos ecológicos,
considerando os princípios de sustentabilidade.
“Resulta da integração
de informações de Geologia e
de solos, de acordo com as suas classes, aptidão
agrícola, vulnerabilidade natural e
exposição ao risco de contaminação
do lençol freático”, afirma
Gomes. “Assim - complementa o pesquisador
- a proposta considera a adoção
de sistemas integrados de produção
agrícola como meio de redução
de entrada de insumos, além de obedecer
conceitos ecológicos e de cobertura
vegetal preconizados pelo Código Florestal
Brasileiro”.
Como áreas de estudo
para implantação dessa proposta
de ordenamento, foram adotadas a microbacia
do córrego Espraiado, com 4.130 hectares,
localizada na região de Ribeirão
Preto, SP, e uma porção de área
com 50 mil hectares, representativa das nascentes
do rio Araguaia-GO, MT, denominada por Gomes
de “Domínio da Depressão do
Araguaia”.
Este encontro teve como
objetivos a troca de idéias e experiências
entre as instituições que trabalham
como o Aqüífero Guarani, para
subsidiar a melhor forma de utilização
desse manancial de água subterrânea,
a ampliação da informação
sobre a importância do aqüífero,
a apresentação dos resultados
parciais do projeto “Proteção
ambiental e desenvolvimento sustentável
do Aqüífero Guarani” e, ainda,
a apresentação de uma proposta
de envolvimento dos 16 comitês de bacias
hidrográficas paulistas nas iniciativas
de sua utilização e proteção.
Este projeto é uma
iniciativa conjunta da Argentina, Brasil,
Uruguai e Paraguai, do Fundo para o Meio Ambiente
Mundial e da OEA na elaboração
de estudos para a implantação
coordenada de uma estrutura técnica
e institucional para a proteção
e gestão do Aqüífero Guarani.
Segue diretrizes básicas, como consolidar
o conhecimento sobre a estrutura e o funcionamento
hidráulico do aqüífero;
estabelecer um sistema de gestão descentralizado
e participativo, reunindo os órgãos
públicos, os usuários e a sociedade
civil organizada; fomentar a participação
pública, a educação ambiental
e a comunicação social para
garantir as reservas de água subterrânea
para as atuais e futuras gerações.
O período de execução
é de 5 anos e encerra-se em 2008.
Segundo Gomes, em cada país
foi estruturada uma Unidade Nacional. “No
Brasil, além disso, foram também
organizadas Unidades Estaduais de execução
do projeto nos oito Estados por onde passa
o aqüífero: Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São
Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul”, diz.
A necessidade de integração
das diversas instituições que
trabalham com o aqüífero e da
sistematização das informações
já levantadas em um banco de dados
que possam ser acessadas por elas e a elaboração
conjunta de um plano de Gestão Preliminar
a partir dessas informações
e conhecimentos foram as conclusões
do encontro, salienta o pesquisador.
Jornalista: Cristina Tordin
Embrapa Meio Ambiente