3 de Setembro de 2007 -
Amanda Mota - Repórter da Agência
Brasil - Manaus - Produtores rurais que vivem
às margens dos rios Purus e Ituxi,
em Lábrea, no
sul do estado aguardam resposta do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) à
proposta de criação de duas
reservas extrativistas no sul do estado.
Duas propostas foram oficializadas,
em 2001 e 2002, e na sexta-feira 20 pessoas
encerraram vigília iniciada na véspera,
na sede do Ibama em Lábrea, com o objetivo
de chamar a atenção do poder
público para a questão.
O chefe substituto do Ibama
na cidade, Jeferson Lobato, explicou que a
manifestação foi pacífica
e que "eles queriam basicamente saber
onde está o processo de criação
das reservas e por que as duas ainda não
foram criadas". E informou que colocou
o grupo "em contato com os representantes
do Ministério do Meio Ambiente e da
Casa Civil, responsáveis pelo processo".
Na vigília, os produtores
rurais contaram com o apoio da Comissão
Pastoral da Terra (CPT), cujo coordenador
local, padre Fernando Redonda, disse acreditar
que as famílias poderão se beneficiar
com a criação das reservas,
"porque todas elas vivem do extrativismo".
O apelo, acrescentou, é fruto das melhorias
que podem ser agregadas ao trabalho dos moradores
locais, a partir da homologação
da área ambiental.
"Isso vai contribuir
para o fortalecimento de associações
e cooperativas, e ajudar bastante na vida
dessas comunidades, que poderão extrair
a castanha e o óleo de andiroba por
meio de planos de manejo, e também
vender – inclusive peixes – num mercado mais
justo, tirando do caminho os atravessadores,
que neste momento levam todo o benefício",
afirmou.
O diretor do Departamento
de Áreas Protegidas do Ministério
do Meio Ambiente, Maurício Mercadante,
informou qe o processo está quase pronto
e seguirá para a Casa Civl, onde será
avaliado técnica e juridicamente. A
partir daí, irá para sanção
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Estamos aguardando
respostas para algumas consultas internas
dentro do governo, como da Secretaria do Partimônio
da União, para cumprir todas as exigências,
inclusive as legais. Tão logo essas
respostas sejam apresentadas, vamos concluir
a instrução do processo e encaminhar
à Casa Civil em, no máximo,
15 dias", explicou.
De acordo com a CPT, a criação
das reservas extrativistas dos rios Ituxi
e Purus beneficiará diretamente cerca
de 3,5 mil coletores de castanha e de borracha.
+ Mais
Instalado conselho das comemorações
do bicentenário do Jardim Botânico
do Rio
5 de Setembro de 2007 -
Adriana Brendler - Repórter da Agência
Brasil - Rio de Janeiro - Os ministros da
Cultura, Gilberto Gil, e do Meio Ambiente,
Marina Silva, instalaram hoje (5) o Conselho
dos 200 Anos do Jardim Botânico do Rio
de Janeiro, que vai preparar as comemorações
do bicentenário da instituição,
a ser celebrado em 2008.
A ministra Marina Silva
anunciou como um dos principais eventos do
bicentenário do Jardim Botânico
a criação do Museu do Meio Ambiente,
o primeiro da América Latina focado
inteiramente em questões ambientais.
“Com esse recorte de um
museu ambiental, o Brasil está inovando
pela abrangência. Existem algumas experiências
localizadas em alguns países, mas esse
com certeza será um espaço de
interação, e num paradigma novo,
voltado para os recursos naturais, com esse
recorte ambiental, que é bem mais abrangente”,
destacou a ministra.
As obras de recuperação
do prédio histórico que vai
sediar o museu já foram iniciadas com
R$ 4,2 milhões do Ministério
da Cultura, Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e Petrobras.
A inauguração do museu está
prevista para dezembro de 2008.
O ministro Gilberto Gil
também ressaltou a criação
do museu. “A questão ambiental é
uma questão eminentemente cultural,
porque são os hábitos, são
as formas de percepção dos seres
humanos em relação à
natureza. É tudo isso que garante ou
não a preservação de
nossos biomas, nossos ecossistemas”, disse.
De acordo com o presidente
do Instituto Jardim Botânico do Rio
de Janeiro, Liszt Vieira, o espaço
(museu) vai conter uma exposição
interativa sobre os cenários brasileiros
ambientais e planetários e os riscos
a que estão sujeitos.
A programação
do bicentenário também inclui
exposições, seminários,
palestras e lançamento de vídeos
e livros.
Além dos ministros,
integram o conselho mais 19 personalidades
do meio científico, empresarial e artístico.
O Jardim Botânico
foi criado em 1808 por D. João VI,
por ocasião da vinda da família
real portuguesa para o Brasil, como um espaço
de aclimatação de espécies
trazidas das Índias Orientais, cujos
produtos eram consumidos na corte.
Hoje, o Instituto Jardim
Botânico é uma autarquia do Ministério
do Meio Ambiente. Nos 137 hectares de área
verde, há mais de 8 mil espécies
brasileiras e de várias partes do mundo.
O espaço é visitado por cerca
de 600 mil pessoas a cada ano.