04/09/2007 A Secretaria
do Meio Ambiente (SMA) e a CETESB realizaram
nesta terça-feira (04/09), em São
Paulo, o “12º Seminário
de Comemoração do Dia Internacional
de Proteção da Camada de Ozônio:
20 anos do Protocolo de Montreal (1987-2007)”.
A data é celebrada em todo o mundo
no dia 16 de setembro, quando foi assinado
o Protocolo de Montreal. O seminário
foi realizado em parceria com a Associação
Brasileira de Refrigeração,
Ar Condicionado, Ventilação
e Aquecimento - ABRAVA, Grupo Ozônio
e Prozonesp (Programa Estadual de Prevenção
à Destruição da Camada
de Ozônio).
Na sessão de abertura
do evento, o presidente, da CETESB, Fernando
Rei, lembrou que nestes 20 anos de assinatura
do Protocolo de Montreal, o Brasil tem tido
uma posição política
positiva em relação aos SDOs
(substâncias que destróem a camada
de ozônio), antecipando os prazos estabelecidos
no acordo entre as partes. “Temos o que comemorar,
o Brasil tem feito a sua parte. Porém,
não há a mesma sinergia com
as mudanças climáticas”, afirmou,
referindo-se ao Protocolo de Kyoto, “apesar
de se ter o mesmo sistema de proposta e soluções.
É bom relembrar Montreal como paradigma
nessa questão”, disse.
Para o presidente da ABRAVA,
João Roberto Minozzo, a entidade que
ele representa “vem participando ativamente
nas propostas, com reuniões em conjunto
com o Ministério do Meio Ambiente e
a CETESB, estabelecendo cronogramas para que
os prazos se antecipem às metas dos
HCFCs (hidroclorofluorcarbonos).”
Participaram, também,
da solenidade de abertura, o diretor do Departamento
de Mudanças Climáticas da Secretaria
de Mudanças Climáticas e Qualidade
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente,
Ruy de Góes Leite Barros; e do SENAI,
Eduardo Macedo Ferraz e Souza; a assessora
técnica da Coordenação
Geral de Vigilância em Saúde
Ambiental do Ministério da Saúde,
Marie Kalyva; e a gerente Administrativa do
Programa Nacional das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Marina
Ribeiros.
Após as apresentações
iniciais, houve uma cerimônia de homenagem
do Grupo de Ozônio, para Paulo Neulaender,
coordenador da ABRAVA, pelos seus 15 anos
de envolvimento e dedicação
ao problema da camada de ozônio. A palestra
“Ozônio, Radiação UV e
Saúde: Um panorama das pesquisas mais
recentes realizadas no país” foi feita
por Marcelo de Paulo Corrêa, pesquisador
do Instituto de Recursos Naturais da Universidade
de Itajubá, que fez um relato da situação
atual no Brasil.
Por sua vez, Ruy de Góes,
que apresentou “os 20 anos do Protocolo de
Montreal no Brasil”, informou que o Brasil
adiantou em três anos o prazo estipulado
pelo protocolo. “A gente calculou qual foi
o efeito desse cronograma que o Brasil adotou
e concluímos que foi mais rígido
do que aquele previsto pelo protocolo, e com
isso o país conseguiu economizar cerca
de 360 milhões de toneladas de CO2
(de gás CFC equivalente) na atmosfera.
Segundo Góes, os gases CFCs, além
de serem prejudiciais à camada de ozônio
na atmosfera, têm quase 11 mil vezes
poder de aquecimento global, maior do que
o gás carbônico. Dessa forma,
ele conclui que não utilizar os CFCs
contribui também para a diminuição
do “efeito estufa”, que causa o aquecimento
global.
Góes anunciou também
que o Brasil e a Argentina propuseram o congelamento
da produção dos gases HCFCs
- usados como fluídos na fabricação
de geladeiras e condicionadores de ar, e que
prejudicam a camada de ozônio, além
de contribuir para o aumento do efeito estufa
- nos níveis de 2010 e, progressivamente,
seu abandono, até 2030, quando praticamente
sairia do mercado. Essa, segundo ele, é
uma das propostas que os dois países
levarão para serem discutidos na próxima
Reunião das Partes do Protocolo de
Montreal, a COP, em setembro, na cidade de
Montreal, no Canadá, também
em comemoração aos 20 anos de
criação do Protocolo.
A palestra “Mercado de refrigeração:
impactos dos cumprimentos dos Protocolos de
Montreal e Kyoto no Brasil” foi proferida
por Samoel Vieira de Souza, vice-presidente
de Tecnologia e Meio Ambiente da ABRAVA, que
relatou os esforços que o mercado vem
fazendo, em investimento, visando a troca
ou melhor utilização dos CFCs.
E a coordenadora do PROZONESP,
Josilene Ticianelli Vannuzini Ferrer, da CETESB,
em sua palestra sobre “Mudanças globais:
aquecimento do clima e camada de ozônio,
impactos e desafios”, destacou que um dos
novos desafios do Protocolo de Montreal será
o banimento dos gases da família dos
HCFCs, com um profundo impacto nas próximas
décadas, beneficiando a recomposição
do buraco da camada do ozônio.
Texto: Rosely Martin
Foto: Pedro Calado