12/09/2007 - O secretário
Meio Ambiente, Xico Graziano, participou nesta
quarta-feira (12/09), no SESC Vila Nova, na
capital, da Plenária Geral e Ato Público
pela qualidade do diesel vendido no País,
organizado pelo Movimento Nossa São
Paulo: Outra Cidade. A Plenária
contou também com as participações
de várias autoridades, como a ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, do presidente
do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos
e do Movimento Nossa São Paulo, Oded
Grajew, do secretário municipal do
Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, do presidente
do IBAMA, Basílio Alves, do diretor
do SESC, Danilo Miranda, do Instituto de Energia
e Meio Ambiente, André Ferreira, e
do professor de Medicina da USP, Paulo Saldiva.
O prefeito de São
Paulo, Gilberto Kassab, também presente
logo na abertura do evento, deu as boas-vindas
aos convidados e afirmou que a Prefeitura
tem dado todo o apoio ao movimento e está
solidário à questão da
redução do teor de enxofre nos
combustíveis. Os organizadores do Movimento
Nossa São Paulo: Outra Cidade informaram
que vão ingressar com uma representação
no Ministério Público, para
que a resolução 315/2002 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
não sofra alterações
nem mais adiamentos – a norma determina que
o diesel comercializado no país tenha,
no máximo, 50 ppm (partículas
por milhão) de enxofre (substância
altamente cancerígena).
Conforme o secretário
Xico Graziano, os técnicos da CETESB
– Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
vêm cobrando há muito tempo,
da ANP – Agência Nacional de Petróleo,
essa redução “e chegou a hora
e a oportunidade de resolvermos essa questão.
Não podemos permitir que essa situação
continue e a saúde da população
pague um preço alto”, afirmou.
Conforme Grajew, pela primeira
vez em 20 anos, o PROCONVE poderá ser
descumprido. “Estamos a 16 meses de 1º
de janeiro de 2009 e sem a previsão
de atendimento à resolução”.
Atualmente, o diesel comercializado em áreas
urbanas tem 500 ppm de enxofre e, no interior,
2.000 ppm.
Nos Estados Unidos, essa
proporção é de 15 ppm.
E, em alguns países europeus e no Japão,
chega a 10 ppm.
Segundo o representante
da CETESB, Homero Carvalho, em uma projeção
do cenário da Região Metropolitana
de São Paulo (RMSP), calcula-se que
o potencial de redução de emissão
seria da ordem de 8,4 mil toneladas de material
particulado por ano. Além dessa redução,
a alteração do teor de enxofre
no óleo diesel permitirá a introdução
de novas tecnologias de controle nos veículos
que poderá ampliar esses ganhos ambientais
em outros poluentes como o monóxido
de carbono, hidrocarbonetos e do próprio
material particulado, já que uma parcela
deste é proveniente do enxofre presente
na composição do combustível
e que se transforma em sulfato nos motores
dos veículos.
O secretário
Xico Graziano viajou, no final da tarde, para
o Rio de Janeiro, onde iria participar de
uma reunião na Agência Nacional
de Petróleo, para cobrar o cumprimento
da Resolução 315, como também
enfatizar que a redução prevista
para ano 2009 está atrasada. Conforme
as manifestações ocorridas na
Plenária Geral, do Movimento Nossa
São Paulo, pretende-se cobrar da ANP
e Petrobras uma antecipação
para que já em 2008 seja realizada
a redução do teor de enxofre
nos combustíveis do País.
Texto: Rosely Martin
Foto: Pedro Calado