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CIENTISTAS SUGEREM ADOÇÃO DE META PARA EMISSÃO DE GASES, GOVERNO AVALIA QUE É CEDO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

9 de Setembro de 2007 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Entre a comunidade científica é “quase consensual” a avaliação de que os países em desenvolvimento devem adotar metas de redução de emissões de gases do efeito estufa, como já acontece com os países desenvolvidos, afirma o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Na avaliação do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), é cedo para isso, devido à necessidade de combater a pobreza.

As nações industrializados que ratificaram o Protocolo de Quioto devem reduzir, até 2012, suas emissões de gases de efeito estufa em aproximadamente 5% abaixo dos níveis de 11000. Já os países em desenvolvimento não têm metas obrigatórias.

O país confirmou participação, no fim do mês, de dois eventos com foco nas mudanças climáticas: uma reunião de alto nível da Organização das Nações Unidas (ONU) e um encontro convocado pelo presidente dos Estados Unidos.

Um dos quatro brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), conjunto de pesquisadores responsável pelo diagnóstico das mudanças climáticas, Artaxo defende que, apesar dos diferentes graus de responsabilidades no aquecimento global, regidos pelo Tratado de Quioto, a busca de soluções para os impactos da mudança climática deve ser um objetivo comum entre as nações.

“O problema do aquecimento global só terá solução se a maioria assumir compromissos para reduzir a emissão de poluentes, inclusive os países que ainda não têm metas estabelecidas”, avalia, em entrevista à Agência Brasil, e acrescenta, taxativo: “Países como Brasil, Índia e China têm que aceitar metas de redução”.

Artaxo, no entanto, reconhece que no âmbito de negociações da Organização das Nações Unidas (ONU), a solução não é encarada de forma tão categórica, porque, segundo ele, “nenhum país em desenvolvimento chega para negociar propondo reduzir suas emissões sem ver o que os desenvolvidos estão fazendo”.

Na avaliação do pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre, também integrante do IPCC, os países em desenvolvimento “só vão aceitar [metas de redução] quando estiver muito claro que os países desenvolvidos estão reduzindo suas emissões”. Apesar de concordar que as nações em desenvolvimento também tenham que reduzir suas emissões, Nobre considera “improvável” que essa determinação mude nos próximos dois anos, período de discussão de uma nova etapa do Tratado de Quioto.

De acordo com o governo brasileiro, não há pressões, no âmbito da ONU, para estabelecer metas de redução para os países em desenvolvimento. “A questão nem está sendo considerada nas negociações”, comenta o diretor do Departamento de Meio Ambiente e Políticas Especiais do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o ministro Luiz Alberto Figueiredo.

“O que se fala é que esses países adotem medidas, políticas públicas para a redução de emissões, com apoio de investimentos e tecnologias”, aponta. “A convenção [da ONU] reconhece que nos países em desenvolvimento a prioridade tem de ser o combate à miséria e à pobreza. Portanto, quem ainda precisa crescer de forma mais rápida para resolver esses problemas tem obrigações diferentes, o que não quer dizer que isso seja uma licença para poluir.”

Segundo o diplomata brasileiro, há, no âmbito da convenção da ONU, “o princípio do poluidor-pagador: quem poluiu tem a obrigação de despoluir”, e, nos últimos 150 anos, os países desenvolvidos foram os maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa.

“Mas isso não é uma licença para poluir”, adverte, ao esclarecer que os países em desenvolvimento – inclusive o Brasil – já estão sendo estimulados a reduzir suas emissões. “As obrigações existem para ambos, apenas o tratamento é diferenciado”, avalia.

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Movimento pede empenho do governo para limitar efeito poluidor do diesel

12 de Setembro de 2007 - Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - O Movimento Nossa São Paulo: Outra Cidade foi lançado na manhã de hoje (12), na capital paulista. O movimento busca pressionar as autoridades para que a Resolução 315, de 2002, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) não sofra alterações nem adiamentos. A norma determina que o diesel comercializado no país tenha, no máximo, 50 partículas por milhão (ppm) de enxofre.

Segundo o manifesto lançado pelo Nossa São Paulo, atualmente o diesel comercializado em áreas urbanas tem 500 partículas por milhão de enxofre e nas áreas interioranas, 2.000. Nos EUA essa proporção é de 15 partículas por milhão e na União Européia e Japão chega a 10 partículas por milhão, segundo o texto.

A resolução determina que a redução da quantidade de enxofre comece a vigorar a partir de janeiro de 2009, mas, segundo os organizadores do movimento, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) não tem viabilizado os procedimentos necessários para que a resolução entre em vigor. “Lembramos que, de acordo com a legislação que a criou, a ANP tem por missão regular a indústria do petróleo e gás natural, tendo como diretriz a preservação do interesse público e do meio ambiente”, diz o manifesto.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o ministério tem feito todos os esforços em relação ao governo federal para que não haja quebra de continuidade do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), a fim de alcançar as metas estabelecidas.

Segundo a ministra Marina Silva, a resolução do Conama tem como parceira a Resolução 7, de 1993, que determina a implantação pelos estados do programa de inspeção veicular e não foi cumprida.

“Só o estado do Rio de Janeiro cumpriu. Sorte que, no caso do Proconve, as metas que vinham sendo trabalhadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama] e pelo governo federal em parceria com os estados foram cumpridas até agora”. Marina enfatizou que os outros estados precisam começar a inspecionar os veículos em uso.

O manifesto afirma ainda que o diesel é a principal fonte de poluição atmosférica em cidades grandes, além de ser o responsável pelo falecimento de cerca de 3 mil pessoas por ano só na capital paulista. “O Movimento lembra que o Brasil tem sido pioneiro em inovações tecnológicas no setor de combustíveis, desde a utilização do álcool combustível a partir de 1975 até a tecnologia do biodiesel ora em desenvolvimento. Tem por isso certeza de que a ANP seguirá essa trajetória, impedindo que o ar das nossas grandes cidades continue sendo poluído, pelas partículas de enxofre”, afirma o documento.

A ministra evitou fazer julgamentos sobre o procedimento da ANP e disse que o ministro de Minas e Energia, ao qual a ANP está subordinada, tomará as medidas necessárias. “O que o ministério do Meio Ambiente fez o tempo todo foi trabalhar para que a resolução do Conama possa ser efetivamente cumprida”, comentou.

Marina defendeu que é preciso ter planos alternativos para o caso de não haver tempo para obter esse diesel mais limpo. Entre as alternativas, a ministra destacou a possibilidade de importação de motores ou do próprio combustível. “São alternativas que serão levadas para o âmbito de governo, porque essa decisão não á uma atribuição minha”, concluiu.

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Lula diz que tarifas impostas pela UE à importação de etanol brasileiro são distorção

12 de Setembro de 2007 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (12), em Estocolmo, na Suécia, as tarifas impostas pela União Européia à importação do etanol (álcool combustível) brasileiro. “A imposição européia de tarifas que oneram em até 55% o etanol brasileiro é um exemplo dessa distorção. Basta comparar com a tarifa cobrada pela União Européia para o petróleo, que é de apenas 5%”, disse Lula para uma platéia de pesquisadores do Instituto Real de Tecnologia da Suécia.

“É por isso que apreciamos a posição firme do governo sueco em favor de mudanças nas políticas restritivas da União Européia em relação às importações de etanol e à liberação tarifária de todos os combustíveis renováveis”, completou.

O presidente elogiou a iniciativa sueca de substituir o diesel por etanol em ônibus. “O programa sueco do uso de biocombustíveis no transporte particular e público é exemplo de como a União Européia pode alcançar suas ambiciosas metas de emprego de fontes renováveis na matriz energética”.

Lula conheceu um ônibus da empresa Scania movido a álcool combustível importado do Brasil. A administração do transporte público de Estocolmo pretende substituir o diesel por etanol em toda a frota nos próximos 14 anos.

Mais uma vez, o presidente rebateu críticas de que a produção de etanol da cana-de-açúcar ameaça a Amazônia. “A expansão do cultivo da cana no Brasil ocorre sobretudo em áreas da região centro-sul do país, bem distantes da Floresta Amazônica. Aliás, quem conhece a Amazônia sabe que o solo amazônico não serve para o plantio da cana”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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