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EDUCAÇÃO AMBIENTAL É ESSENCIAL PARA CONTER QUEIMADAS, AVALIA MARINA SILVA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

12 de Setembro de 2007 - Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Ao participar do Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico, em São Paulo, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o governo federal tem ampliado os esforços, em conjuntos com as secretarias estaduais, para combater os incêndios ocorridos. Segundo ela, é fundamental estabelecer programas de educação ambiental para a população.

“Existe uma conjunção de altas temperaturas, umidade baixa e falta de educação ambiental das pessoas, que fazem queimadas acidentais e até criminosas”, afirma. Em agosto, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registraram 16.592 focos de incêndio em todo o país. O número é mais que o dobro do constatado no mesmo período do ano passado (8,2 mil focos). Os estados que mais registraram focos foram Pará (5.020), Mato Grosso (4.665) e Rondônia (1.663).

Marina Silva disse que, no ano passado, o ministério tentou fazer uma campanha de educação sobre os perigos do uso indevido do fogo, mas a idéia foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que entendeu que seria uma campanha desnecessária. “No meu entendimento, nada mais necessário do que prevenir o erro do que ficar gastando dinheiro público para apagar o fogo e o prejuízo da queima da biodiversidade”, comentou a ministra.

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Multa federal para incêndio em floresta é de R$ 1,5 mil por hectare

14 de Setembro de 2007 - Sabrina Craide* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Existem dois tipos de multas previstos pela Lei de Crimes Ambientais para o uso indevido de fogo, explica o coordenador-geral de fiscalização substituto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luiz Márcio Bitencourt.

O primeiro é relacionado à prática em áreas agropastoris sem autorização do órgão competente. A multa, neste caso, é de R$ 1 mil por hectare queimado. Já no caso de incêndios provocados em matas ou florestas, a multa é de R$ 1,5 mil a cada hectare atingido pelo fogo. Cada hectare corresponde, aproximadamente, a um campo de futebol.

No ano passado, o Ibama aplicou 584 multas por queimadas irregulares, sendo que 233 foram por incêndios provocados em matas ou florestas e 351 pelo uso de fogo em áreas agropastoris sem autorização. O valor total obtido com as multas em 2006 foi de R$ 54,5 milhões.

Em 2007, foram aplicadas até o momento 119 multas, que resultaram em uma arrecadação de R$ 31,3 milhões. A área onde foram registradas mais ocorrências foi a Amazônia Legal, que abrange nove estados, com um total de 372 multas entre o ano passado e este ano.

Segundo Bitencourt, o valor arrecadado com as multas vai para um caixa único do governo, e parte dos recursos pode ser destinada ao Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Caso seja constatado que quem provocou o incêndio não tem condições de arcar com a multa, ela pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.

A maioria dos incêndios florestais registrados nos últimos dias no país é provocada pelo uso indevido do fogo, segundo o coordenador do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Elmo Monteiro.

De acordo com o coordenador do Prevfogo, o fogo é usado principalmente por pequenos agricultores para fazer a roçagem da terra (preparar a terra para o plantio). Mas, nesta época do ano, e sem autorização do Ibama, esse ato é considerado crime. “Mesmo assim, as pessoas ainda utilizam o fogo fora de época”, lamenta ele.

Ao identificar um incêndio criminoso, peritos do Prevfogo avaliam o local, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, ou, em alguns casos, com a Polícia Federal, quando se trata de unidades de conservação em áreas federais. Monteiro garante que, quando o autor é identificado, a punição é aplicada. “Mas é complicado quando o fogo sai de uma área que você não consegue identificar se está dentro ou fora da propriedade de alguém”, diz.

Para o coordenador da Embrapa Cerrados, Roberto Alves, falta fiscalização e conscientização para evitar as queimadas. Segundo ele, as grandes extensões de terras dificultam a fiscalização dos incêndios.

“Tem áreas queimadas que ninguém fica sabendo porque não passa nenhuma estrada importante perto e não tem ninguém acompanhando”, avalia. Para Alves, muitos produtores se aproveitam desse isolamento geográfico e da falta de fiscalização para provocar queimadas irregulares.

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Queimadas causam problemas de saúde e chegam a atrapalhar aeroportos

14 de Setembro de 2007 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Além de problemas para o meio ambiente, as queimadas registradas no período da seca podem provocar problemas para as pessoas que moram nas regiões atingidas.

Segundo o superintendente da Defesa Civil do Mato Grosso, Major Abadio José da Cunha Junior, a baixa umidade relativa do ar e dificuldade de dissipação da fumaça provocam uma concentração da fumaça sobre os grandes centros, aumentando a poluição. “Tivemos dias terríveis, quando a fumaça não se dissipou e a cidade [Cuiabá] ficou tomada pela fumaça”, relata.

Mesmo sendo proibida a prática, por lei estadual, entre 15 de julho e 15 de setembro, alguns produtores insistem em fazer queimadas em suas propriedades, o que agrava a situação, segundo Cunha. Ele lembra problemas no aeroporto e em estradas da região, devido à fumaça.

Os problemas de saúde também preocupam a defesa civil do Mato Grosso. O superintendente afirma que municípios no estado já registram excesso de pessoas nos pronto-socorros por causa de problemas respiratórios. Segundo a Secretaria de Saúde de Cuiabá, a baixa umidade aumentou em 20% o número de pacientes com problemas respiratórios no pronto-socorro e em policlínicas do município na semana passada.

No Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a 10 quilômetros do centro da capital mato-grossense, o controle de pousos e decolagens está sendo feito desde a última segunda-feira (10) por instrumentos, por causa da falta de visibilidade e da intensidade das fumaças na região, gerada pelas queimadas em todo o estado. Mas, segundo a EsaInfraero, não há registro de atraso nem cancelamento de vôos.

No Distrito Federal (DF), apesar da baixa umidade relativa do ar, as queimadas não têm provocado efeitos significativos à população, de acordo com o subsecretário do Sistema de Defesa Civil, coronel Luiz Carlos Ribeiro da Silva. “As pessoas mais próximas aos locais em que houve queimadas sentiram os resíduos das queimadas e o cheiro da fumaça, mas nada que trouxesse nenhum problema que tenha chegado ao conhecimento da Defesa Civil”, afirma.

O órgão tem orientado a população do DF a não jogar pontas de cigarros em gramados e não queimar lixos em terrenos, especialmente próximos ao cerrado. “A população tem que entender que o meio ambiente é uma responsabilidade de todos”, alerta Silva.

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Bombeiros controlam incêndio que atingia Mata Atlântica no estado do Rio

16 de Setembro de 2007 - Adriana Brendler - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - Equipes de bombeiros conseguiram controlar hoje (16) o incêndio que estava queimando, desde a última quarta-feira (12), cerca de 40 hectares de Mata Atlântica no Parque Estadual dos Três Picos, em Teresópolis, no Rio de Janeiro.

Durante cinco dias, cerca de 30 homens, apoiados por dois aviões, combateram as chamas na área que já havia sido atingida por um incêndio em 2002, quando o parque foi criado, e estava sendo recuperada. Além de queimar a vegetação, o fogo destruiu ninhos de pássaros e causou a morte de roedores e cobras.

Segundo Flávio Luís de Castro, chefe da Divisão de Gestão de Unidades de Conservação do Instituto Estadual de Florestas (IEF), embora a área queimada seja pequena em relação ao tamanho do parque (46.350 hectares), a perda foi grande pois atingiu a flora que estava em fase de regeneração.

“A recuperação na Mata Atlântica é muito lenta e no momento que você está com cinco anos de regeneração, volta outro incêndio na mesma área. A gente não tem idéia de tempo, mas vai demorar agora. Cada vez que queima, há invasão de outras espécies que não são as nativas, então fica mais complicado de trazê-la para o original da Mata Atlântica”.

De acordo com Castro, embora não tenha sido concluída a perícia realizada no local, a maior probabilidade é de que o acidente tenha sido causado por velas acesas na beira da estrada em rituais religiosos. “As velas devem ter tombado, queimando uma área de capim e dali o fogo passou para a floresta”.

A previsão do gestor ambiental é de que o incêndio seja extinto até o fim da tarde de hoje. “Os pontos que ainda estão quentes, estão dentro da área queimada. Não tem mais nada encostado na área verde, então não tem mais o que queimar. Estamos fazendo um trabalho de resfriamento dessa área e até o final da tarde a gente consegue extinguir completamente o incêndio”, afirmou.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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