11/09/2007 - O secretário
do Meio Ambiente, Xico Graziano, participou
hoje (11/09) da manifestação
organizada pelo Greenpeace e pela SOS Mata
Atlântica, nas escadarias do Teatro
Municipal de São Paulo, na região
central da capital, com o objetivo de se solidarizar
com as vítimas e lembrar os 20 anos
do acidente radiológico com Césio
137, ocorrido em 13 de setembro de 1987 na
cidade de Goiânia.
Os cerca de 60 ativistas presentes, todos
vestidos de camiseta preta com o símbolo
da energia nuclear, se deitaram nas escadarias
do teatro, com flores sobre o corpo, por cerca
de meia hora, simulando as vítimas
que morreram em decorrência do acidente.
“A idéia é
lembrar o acidente do césio e mostrar
às pessoas que não há
justificativa moral nem ética para
o Brasil avançar no programa de energia
nuclear. Isso é uma ameaça”,
enfatizou Mário Mantovani, da SOS Mata
Atlântica. Para Rebeca Lerer, do Greenpeace,
a mobilização é um ato
de luto. “Essa é a resposta de que
a gente não quer e não pode
aceitar este programa do governo Lula”, declarou.
Graziano, por sua vez, declarou que não
quer a instalação de nenhuma
usina nuclear no estado. “São Paulo
não precisa de energia nuclear, temos
a bioeletricidade, com potencial muito maior
e sem risco”, anunciou.
Um aparelho de radioterapia
abandonado nas antigas dependências
do Instituto Goiano de Radioterapia deu orogem
ao maior acidente radiológico do mundo.
Dois sucateiros encontraram a cápsula
abandonada e a desmontaram pensando em vendê-la
a um ferro velho. Com a desmontagem, foram
expostos ao ambiente 19,26 gramas de cloreto
de césio 137 (CsCl), um pó branco
que brilha no escuro com uma coloração
azulada. A curiosidade fez com que o material
fosse amplamente espalhado, contaminando cerca
de 200 pessoas. O acidente já ocasionou
a morte de cerca de 60 pessoas e até
hoje as vítimas fazem acompanhamento
médico e sofrem com doenças
ocasionadas pela exposição ao
material.
Texto: Valéria Duarte
Foto: Zé Jorge