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GOVERNO DEVERIA CEDER ÁREA DESMATADA PARA REFLORESTAMENTO, DEFENDE SERINGUEIRA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

21 de Setembro de 2007 - Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Representantes dos povos das florestas - seringueiros, índios, quilombolas - apresentam reivindicações durante 2º Encontro Nacional no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Brasília - A concessão de áreas públicas para manejo sustentável deveria privilegiar áreas desmatadas, para reflorestamento, e não as já preservadas, defende Vanderleide Ferreira de Souza, do Conselho Nacional de Seringueiros (CNS). "Porque não pegam terras já desmatadas para fazer essa concessão e vão dar áreas de floresta?", questiona a seringueira, questionada pela Rádio Nacional da Amazônia a respeito da concessão de florestas públicas para manejo sustentável. As concessões tiveram seu cronograma anunciado hoje (21) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Vanderleide de Souza participou hoje de um protesto na Esplanada dos Ministérios, exigindo a demarcação de reservas extrativistas. O presidente do CNS, Manuel Cunha, reclama que algumas demarcações estão paradas há oito anos. Segundo ele, o atraso incentiva conflitos por posse de terras.

"A manifestação da comunidade é para demonstrar a insatisfação por ainda não ter a terra decretada, porque só eles sabem o que passam", afirma. "São ameaças de morte, assassinatos e invasões, tudo por causa das disputas pela terra, que ainda não foi doada para os extrativistas".

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Apenas três árvores retiradas de um hectare de floresta na Amazônia podem render US$ 20 mil, calcula ONG

22 de Setembro de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Para o Instituto Homem e Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), o anúncio ontem (21) da primeira área pública a ser licitada para concessão, a Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia, pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), vai contribuir para criar condições de sustentabilidade na região.

De acordo com o pesquisador sênior do Imazon, Adalberto Veríssimo, o processo de concessão é uma medida importante, “pois vai utilizar no máximo 5% do território da Amazônia”. Nos cálculos dele, a retirada de apenas três árvores em um hectare (área equivalente à de um campo de futebol) pode render até US$ 20 mil, tão alto é o valor da madeira amazônica no mercado.

“É uma área pequena, que, se bem implementada, vai contribuir para reduzir a extração de madeira ilegal. É uma alternativa ao modelo de exploração predatória que hoje predomina na Amazônia, e vai gerar renda às pessoas que vivem da floresta”, ressalta Veríssimo. Segundo o Imazon, a economia florestal na Amazônia Legal representa 15% do Produto Interno Bruto (PIB) regional, e emprega mais de 400 mil pessoas.

Veríssimo diz não ter dúvida que as concessões vão render alto retorno financeiro aos vencedores das licitações para exploração das Florestas Nacionais (Flonas). “O segmento é muito rentável. As exportações de produtos madeireiros quadruplicaram nos últimos anos. O Brasil só não exportava mais porque não havia essa lei (Lei de Gestão de Florestas, publicada em março deste ano). Ela vai permitir que a madeira seja legalizada, que tenha um selo. As concessões são atraentes para o setor privado, e não há risco de falta de viabilidade econômica”, assegura.

Segundo ele, vários tipos de atividades podem ser desenvolvidas nas florestas licitadas: madeira, castanha, borracha, frutos (açaí, cupuaçu) etc. “É o que chamamos de manejo múltiplo, que tenta aproveitar da floresta não só a madeira, que por enquanto é o 'carro chefe' pelo alto valor que tem no mercado e pela enorme demanda. Mas há outros produtos”, pontua. “O que a economia da região precisa é passar de um padrão, que ainda é ilegal e predatório, para uma escala legal dominante, e que se consiga agregar mais valor à madeira, produzindo móveis, portas, pisos, etc. É importante industrializar a madeira.”

De acordo com o pesquisador, o plantio de frutíferas só funciona com a “floresta em pé”, devido à sombra e o ambiente úmido. “O que é recomendável é enriquecer a floresta nativa com as espécies frutíferas", diz ele. "A madeira, em geral, vai ser mais competitiva que a maior parte dos frutos que se tenha na floresta. A não ser que se faça um plantio homogêneo de uma fruta, o que não é recomendável, pois na Amazônia não dá para se fazer monocultura”, destaca.

Veríssimo observa que, o ideal é aproveitar a renda que a floresta gera com madeira e agregar produtos como bacuri, pequiá, açaí, cupuaçu, etc. “Como eles não competem com a madeira, podem estar num mesmo hectare. Aí se amplia a renda da floresta. Quando se somar madeira com os frutos da floresta, será possível concorrer com a pecuária e a agricultura, que desmatam”, assegura.

Ele não vê problema na entrada do capital internacional nas Flonas. Para o pesquisador do Imazon, o mais importante é que a floresta vai continuar sendo “eternamente pública”, com o patrimônio ambiental permanecendo na mão do estado brasileiro. “A medida do MMA é nacionalista, pois mantém o controle do patrimônio mas permite que o capital, nacional e internacional, se associem para fazer investimentos na floresta”.

Por fim, ele assinalou que um dos maiores riscos que a Amazônia Legal enfrenta, atualmente, são as estradas vicinais. Segundo Veríssimo, um mapeamento feito pelo Imazon mostra que são mais de 300 mil quilômetros de estradas que penetram a floresta, geralmente feitas por madeireiros e grileiros, que especulam sobre as terras públicas. “Essas artérias que rasgam a floresta, tem sido o grande vetor do processo de desmatamento predatório. Algumas tem até 500 quilômetros de extensão”, sublinhou.

O Imazon é uma instituição de pesquisa, sem fins lucrativos, fundada em 11000. Tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas, disseminação ampla de informações e formação profissional. Sua sede fica em Belém (PA).

A unidade de conservação do Jamari tem 220 mil hectares de extensão, dos quais 90 mil serão alvo da concessão. A exploração da floresta prevê pagamento pelo usos dos recursos naturais e manejo sustentável, que é a retirada de uma quantidade de produtos que não prejudiquem a recuperação da mata. Dentro da área podem ser explorados madeira, frutos, sementes, resinas, óleos etc. Também serão permitidas atividades de serviços como turismo ecológico.

A licitação irá levar em contra os critérios de preço e técnica. Danificar o menor número de árvores e criar o maior número de empregos diretos, por exemplo, são itens que podem fazer a diferença na pontuação entre os concorrentes. A concessão de florestas públicas pode ser liberada por um período que vai de cinco a 40 anos. Podem participar das licitações empresas brasileiras, independentemente da origem do capital, desde que estejam instaladas no país.

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Floresta de Rondônia será a primeira licitada para manejo sustentável

21 de Setembro de 2007 - Yara Aquino* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A primeira área pública a ser licitada para concessão fica na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia. A unidade de conservação do Jamari tem 220 mil hectares de extensão, dos quais 90 mil hectares serão alvo da concessão.

O anúncio foi feito hoje (21) pelo Ministério do Meio Ambiente, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB). O SFB, órgão encarregado de gerenciar a atividade, foi criado com a Lei de Gestão de Florestas, regulamentada em março. Hoje também é o último dia de consulta pública sobre parâmetros para a exploração dessas áreas.

A exploração da floresta prevê pagamento pelo usos dos recursos naturais e manejo sustentável, que é retirar do local uma quantidade de produtos que não prejudiquem sua recuperação. Dentro dos 90 mil hectares podem ser explorados madeira, frutos, sementes, resinas, óleos etc. Também serão permitidas atividades de serviços como turismo ecológico. Cada hectare corresponde, aproximadamente, a um campo de futebol.

A licitação irá levar em contra os critérios de preço e técnica, sendo que o segundo item fica com o peso maior. Assim, quem oferecer o melhor preço não necessariamente será o vencedor do processo. Os critérios técnicos estão divididos em maior benefício social, menor impacto ambiental, maior eficiência e maior agregação de valor local. Danificar o menor número de árvores e criar o maior número de empregos diretos, por exemplo, são itens que podem fazer a diferença na pontuação entre os concorrentes.

A concessão de florestas públicas pode ser liberada por um período que vai de cinco a 40 anos. Cada unidade de manejo terá um vencedor único e distinto. Podem participar das licitações empresas brasileiras, independentemente da origem do capital, desde que estejam instaladas no país.

A área do Jamari será dividida em lotes de pequeno, médio e grande porte, que serão licitados separadamente e com regras distintas. A intenção é que assim produtores de diferentes escalas tenham acesso, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirma que a possibilidade de explorar as florestas associada ao manejo viabiliza o ordenamento territorial e põe fim à grilagem (venda ilegal de terras): “As pessoas faziam grilagem, se apropriavam dos recursos públicos sem que isso significasse nenhum benefício para o país e para as populações locais. Da forma como está sendo feito nós temos critérios que são econômicos, sociais e ambientais para que se possa ganhar uma licitação de um desses lotes”.

Dos recursos arrecadados, 30% vão para a fiscalização e monitoramento do processo. Os outros 70% serão destinados ao Instituto Chico Mendes, ao Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal, e ao estado e ao município onde esteja localizada a área licitada.
O contrato de concessão da Floresta Nacional do Jamari tem assinatura prevista para março. Antes, serão divulgados o pré-edital e o edital, e em 9 e 10 de outubro haverá audiências públicas. Segundo o presidente do Serviço Florestal Brasileiro, Tasso Azevedo, a Flona Jamari está localizada em uma das áreas de maior pressão para desmatamento, sendo assim considerada prioritária para concessão florestal.

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Para madeireiro, só prática mostrará se pequenos participarão do manejo da Flona Jamari

21 de Setembro de 2007 - Yara Aquino* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o representante do Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, Rubens Gomes, e o superintendente executivo do Fórum Nacional Florestal, Fernando Castanheira Neto, plantam uma muda, em frente ao Cenaflor
Brasília - Noventa mil hectares de florestas públicas serão licitados para fins de exploração e manejo sustentável. O anúncio da área escolhida foi feito hoje (21) pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Serviço Florestal Brasileiro. Para o superintendente executivo do Fórum Nacional da Atividade de Base Florestal, Fernando Castanheira, só depois de colocado em prática o processo será possível saber se os pequenos empresários terão efetivamente condições de participar.

A área, que fica na Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia, será dividida em lotes de pequeno, médio e grande portes que serão licitados separadamente e com regras distintas. O objetivo da divisão é permitir que desde os pequenos até os grande produtores possam participar do processo licitatório.

“Foram colocados os filtros necessários para que todos possam participar”, comenta Castanheira. “Se eles vão ser efetivos, não dá para ter a resposta. Existem os instrumentos, mas a gente vai ver agora que o processo de concessão efetivamente vai começar. A partir do edital e das concessões propriamente ditas é que a gente vai perceber se os instrumentos que foram colocados são adequados ou não”, afirma o representante do fórum, que reúne associações e sindicatos de indústrias madeireiras.

Fernando Castanheira diz que o produto das áreas de manejo florestal vai chegar ao mercado com o preço “real”, diferenciado do resultante da exploração ilegal, que não tem os mesmo custos do produção. “Não falo mais cara, mas essa madeira vai ficar com o preço adequado. O mercado vai ter que aceitar esse preço, ou seja, vai ter que ter uma nova acomodação no processo”. E conclui: “Isso é muito novo, a gente vai ter que perceber isso depois que a coisa começar acontecer”.

Dentro dos 90 mil hectares selecionados da Flona Jamari poderão ser explorados madeira, frutos, sementes, resinas, óleos etc. Também serão permitidas atividades de serviços como turismo ecológico. A previsão do Ministério do Meio Ambiente é que o edital de licitação seja publicado em 10 de outubro e os contratos de concessões sejam assinados em março.

A concessão de florestas públicas foi elogiada pelo presidente do Conselho de Manejo Florestal e criticada por integrante de Conselho Nacional de Seringueiros.

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Atraso de até oito anos na demarcação de reservas estimula violência, segundo seringueiro

21 de Setembro de 2007 - Leandro Martins - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Um protesto marcou hoje (21) o 2º Encontro de Povos da Floresta. Seringueiros, quilombolas e outras comunidades tradicionais reivindicaram do governo federal mais agilidade na demarcação de reservas extrativistas. Foi entregue uma carta ao representante da Casa Civil presente, Johanes Eck. Alguns projetos estão parados há oito anos na Casa Civil, segundo os manifestantes.

"A manifestação da comunidade é para demonstrar a insatisfação por ainda não ter a terra decretada, porque só eles sabem o que passam”, afirma o presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros, Manuel Cunha. Seugndo ele, o atraso na demarcação estimula conflitos entre as comunidades tradicionais e invasores de terras. “São ameaças de morte, assassinatos e invasões, tudo por causa das disputas pela terra, que ainda não foi doada para os extrativistas".

Entre as 28 cominidades extrativistas representadas no encontro estão a Associação dos Moradores do Médio Xingu, Associação dos Trabalhadores Rurais do Médio Purus, Associação dos remanescentes do quilombo de Concórdia, no Pará, e o Conselho Nacional de Seringueiros. Essas entidades representam cerca de três mil famílias. Eles querem a demarcação imediata de oito reservas extrativistas, que somam 1,7 milhão de hectares.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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