21/09/2007 - Em dois dias
de operação nas principais rodovias
ao longo das fronteiras com Minas Gerais e
Mato Grosso do Sul, a Polícia Militar
Ambiental realizou quatro apreensões
num total de 263 toneladas (175 m3) de madeira
com irregularidades no Documento de Origem
Florestal – DOF, que autoriza o transporte
desse produto. Os motoristas tiveram as cargas
apreendidas e foram multados em
R$ 90 mil.
A “Operação
Primavera”, como foi batizada, foi realizada
nos dias 18 e 19 de setembro, em oito barreiras
envolvendo 90 policiais militares e técnicos
da Secretaria do Meio Ambiente de São
Paulo (Instituto Florestal) e do Instituto
de Pesquisas Tecnológicas, especializados
na identificação das espécies
transportadas, com a ajuda de um laboratório
móvel. A ação - parte
do Projeto São Paulo Amigo da Amazônia,
um dos 21 programas prioritários do
Governo do Estado desenvolvidos pela Secretaria
do Meio Ambiente - visa coibir a comercialização
de madeira proveniente da região amazônica
produzida ou transportada de forma ilegal.
O secretário do Meio
Ambiente, Xico Graziano, que acompanhou toda
a ação, explicou que o objetivo
da Operação é iniciar
um processo de inibição do consumo
de produtos da floresta amazônica explorados
ilegalmente. Com esta ação,
espera-se a redução da demanda
por madeira
de lei, principalmente na construção
civil, e o incentivo da expansão das
florestas plantadas para consumo pela indústria.
Dos 142 caminhões
com produtos florestais vistoriados, quatro
foram autuados por transportarem madeira irregularmente.
Uma das cargas apreendidas continha castanheira,
espécie que tem a exploração
proibida e seu corte só é autorizado
em casos excepcionais, como desmatamentos
para a construção de barragens,
linhas de transmissão de energia, estradas
e outras obras públicas. No mesmo caso,
se enquadram a seringueira e o pau-rosa, enquanto
a extração de mogno só
é permitida em algumas regiões
do Estado de Rondônia.
Medidas
A preocupação
envolve também os órgãos
do Estado, como a Companhia de Desenvolvimento
Habitacional e Urbano – CDHU, vinculada à
Secretaria da Habitação, que
é uma das grandes consumidoras de madeiras
para a construção de casas populares.
A CDHU firmou um compromisso, a ser seguido
por outros órgãos, de utilizar
apenas madeira legalizada.
Segundo o Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
– IBAMA, estima-se que 90% da madeira produzida
na Amazônia seja ilegal, destinada principalmente
para São Paulo, onde entram em média
150 caminhões por dia. A Amazônia
é o segundo maior produtor mundial
de madeira tropical, atrás apenas da
Indonésia. O Brasil consome atualmente
24,5 milhões de m3 de madeira em tora,
tendo o Pará como principal produtor
com 45% do total, seguindo-se o Mato Grosso
com 33% e Rondônia com 15%.
Os principais tipos de madeiras
produzidas na região amazônica
são o ipê, jatobá, itaúba,
cumaru, roxinho, maçaranduba, garapeira,
angelim vermelho, angelim pedra, cedrinho
e cupiúba.
Texto e Foto: Alberto Sheik