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HUMANIDADE ERROU EM NÃO PENSAR NA SUSTENTABILIDADE DO PLANETA, DIZ PROFESSOR

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Setembro de 2007

21 de Setembro de 2007 - Felipe Linhares - Da Agência Brasil - Brasília - A única solução para tentar reverter os efeitos do aquecimento global, que já estão aparecendo, é a redução do consumo e das emissões de gases do efeito estufa por todos os países. Quem afirma é o professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

“O grande problema foi que a humanidade errou em não pensar na sustentabilidade do nosso planeta. Os recursos não são infinitos, eles se esgotam e [agora] têm que ser mais bem distribuídos.”

Para ele, a reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá, na próxima semana com o presidente George W. Bush, será um dos primeiros encontros de alto nível para tentar estabelecer um consenso sobre o que deve ser feito em defesa do clima a curto, médio e longo prazos.

Depois de lembrar que o grande consumo de energia e de combustíveis fósseis contribuiu para o aquecimento, o professor afirmou que toda a humanidade vai ter que mudar os padrões, para não piorar situação climática. Nos últimos cem anos, a temperatura média do planeta aumentou 0,7 grau.

“As mudanças já estão sendo sentidas. O aumento do número de furacões e o derretimento das geleiras são dois exemplos.”

De acordo com o professor, que é um dos quatro membros brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), nos próximos séculos a temperatura pode aumentar de dois a quatro graus, o que prejudicaria toda a fauna e flora da Floresta Amazônica.

Artaxo disse que o Brasil tem uma participação importante na questão climática desde a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92. Como exemplo, ele citou os estudos do país no sentido de buscar formas limpas de energia. "Hoje as políticas brasileiras, como o álcool, são uma boa alternativa".

Mas Artaxo alerta que só buscar energia renovável não é suficiente.; é preciso combater velhos hábitos que agridem o meio-ambiente. “É boa solução [o combustível vegetal] em pequena escala, mas sem a redução no consumo de combustíveis fósseis pelos países desenvolvidos, não há álcool que [preencha] essa lacuna. O que precisamos é reduzir a zero as queimadas na Amazônia”.

Para o professor, as emissões de gases pelo os Estados Unidos e as queimadas na Amazônia brasileira serão temas da conversa dos dois presidentes. Na quinta-feira (27) e e na sexta-feira (28), Lula participa da 62ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

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Para Ab'Saber, concessão de florestas mostra que o Brasil não sabe gerenciar seus recursos

22 de Setembro de 2007 - José Carlos Mattedi - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O geógrafo Aziz Ab’Saber, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e professor emérito do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), criticou o anúncio feito ontem (21) pelo Ministério do Meio Ambiente da primeira área pública a ser licitada para concessão, a Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia.

“Tenho absoluta certeza que o exemplo, mais uma vez, mostra que o Brasil continua não sabendo gerenciar sua floresta. Estão, agora, privatizando a floresta. Não pensam no futuro. Tenho raiva da ignorância ambiental que existe nesse governo. Estou indignado”, frisou Ab’Saber. Aos 83 anos, ele ressaltou que o anúncio feito pela ministra Marina Silva é uma das “maiores tristezas” de sua vida.

Segundo ele, a exploração de áreas ditas auto-sustentáveis “é uma ação anti-brasileira em relação à biodiversidade”, e o aluguel de Flonas para particulares “é um absurdo”. Para Ab'Saber, as áreas serão exploradas por organizações não-governamentais estrangeiras e vão gerar pouca renda para as comunidades locais.

“Minha indignação está relacionada com os conhecimentos que tenho da Amazônia, que são de várias décadas. Quando começarem a exploração das Flonas, vamos ter uma destruição progressiva da Amazônia. Mas, minha maior indignação é por saber que, dentro do Ministério do Meio Ambiente, ninguém entende de exploração auto-sustentada de florestas tropicais”, afirmou ele, em entrevista por telefone à Agência Brasil.

Para Ab'Saber, o melhor manejo para a floresta envolveria o reaproveitamento de áreas já devastadas, a partir da borda da floresta, para o plantio e o uso do solo.

A unidade de conservação do Jamari tem 220 mil hectares de extensão, dos quais 90 mil serão alvo da concessão. A exploração da floresta prevê pagamento pelo usos dos recursos naturais e manejo sustentável, que é a retirada de uma quantidade de produtos que não prejudiquem a recuperação da mata. Dentro da área podem ser explorados madeira, frutos, sementes, resinas, óleos etc. Também serão permitidas atividades de serviços como turismo ecológico.

A licitação irá levar em contra os critérios de preço e técnica. Danificar o menor número de árvores e criar o maior número de empregos diretos, por exemplo, são itens que podem fazer a diferença na pontuação entre os concorrentes. A concessão de florestas públicas pode ser liberada por um período que vai de cinco a 40 anos. Podem participar das licitações empresas brasileiras, independentemente da origem do capital, desde que estejam instaladas no país.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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