Panorama
 
 
 

CIDADES SUSTENTÁVEIS?

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Outubro de 2007

12 Oct 2007 - Existem, hoje, diversas experiências em desenvolvimento no sentido de viabilizar habitações e prédios sustentáveis. Em São Paulo, a indústria da construção civil começa a utilizar o marketing do “green building”, um termo em inglês bem ao gosto dos publicitários, mas que, raramente traduz, na prática, o conceito da “construção verde”, de acordo com o jornalista e ambientalista André Trigueiro, da Globo News.

Se habitação sustentável ainda não passa de alguns experimentos, o que dizer de cidades sustentáveis? E é justamente isto que um grupo de pesquisadores e estudantes de pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul persegue, sob o comando do professor Miguel Aloysio Sattler.

Apesar de se dedicar ao tema, Sattler é bem pragmático com relação à sustentabilidade de núcleos habitacionais ou cidades. “Não existem cidades sustentáveis, portanto, não há um referencial em todo o mundo”, diz o professor.

Para ele, o grande desafio é pensar em todas as partes relacionadas à construção de uma cidade de forma sistêmica, englobando aspectos econômicos e sociais juntamente com aspectos mais “práticos” como a distância dos alimentos, o tratamento de resíduos, aquecimento, aproveitamento ou reaproveitamento das águas, materiais reciclados e recicláveis etc.

“Nos Estados Unidos, o alimento, por exemplo, circula, em média, por 1.200 milhas para chegar à mesa do americano. É inconcebível o dispêndio de tanta energia para transportar alimentos”, avalia.

Ele imagina um núcleo urbano que disponibilize áreas para a produção agrícola (“uma cidade entre dedos verdes”), que produza sua energia a partir de gás metano produzido pelo tratamento dos esgotos e do lixo da própria comunidade e por aí vai... “Não existem resíduos, existem recursos mal aproveitados”, ensina o professor.

“Planejamento de logo prazo não é o forte de políticos em qualquer lugar do mundo e, especialmente, no Brasil”, sentencia André Trigueiro. Em sua opinião, talvez isto explique porque não existem referências de cidades sustentáveis. O jornalista avalia que os governantes brasileiros não atacam qualquer problema que não possa ser resolvido no período de quatro anos.

Trigueiro acredita, além do mais, que cidade não é uma ciência exata e que, portanto, está sujeita a dinâmicas muito peculiares. “O conceito de cidade sustentável, entretanto, serve de norte magnético apontando para soluções que possam reverter este processo altamente degenerativo”.

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Mudanças climáticas: cientistas destacam a falta de capacitação de jornalistas

11 Oct 2007 - Porto Alegre - Duas conferências sobre mudanças climáticas, realizadas na manhã desta quinta-feira (11/10), no 2º CBJA, alertaram para a falta de conhecimento de jornalistas para as questões científicas. Os conferencistas foram José Marengo Orsini, doutor em meteorologia, pesquisador do Cptec (Centro de Previsão de tempo e Estudos Climáticos) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o professor do Departamento de Geografia do Instituto de Geociências da UFRGS, Jefferson Cardia Simões, o primeiro glaciólogo brasileiro.

Ambos os cientistas destacaram a necessidade de uma cobertura mais qualificada da imprensa com relação à informação científica, embora Simões avalie que a comunidade científica tem grande parcela de responsabilidade sobre as eventuais distorções veiculadas pela mídia. “É preciso que nós, da comunidade científica, aprendamos a levar a informação de forma mais compreensível e que aprendamos a lidar com os diversos tipos de veículos de comunicação”, disse Jefferson.

Cardia Simões lamentou, entretanto, os erros da imprensa e a falta de conhecimento dos jornalistas para quem concede entrevistas. "Há falta de conhecimento geográfico básico. Falo do conhecimento que adquirimos no ensino médio", avalia.

Para Marengo, apesar de ser antigo o tema sobre o meio ambiente, a mídia brasileira só recentemente despertou para essa conscientização. "O que podemos perceber numa análise das mídias mundiais que trabalham com temas ambientais é que a mídia exterior trabalha há mais tempo com temas como aquecimento global, efeito estufa, mudanças climáticas, e a imprensa brasileira ainda se restringe à publicação das matérias de agências internacionais”.

O diretor do Inpe destacou, também, que, além de explorar exemplos da biodiversidade brasileira, a imprensa deve melhorar a tradução de termos técnicos usados em mudanças climáticas.

Marengo criticou o tom catastrófico da abordagem da imprensa com relação às mudanças climáticas, mas acha isto útil, em certa medida, “senão ninguém se importaria”. Cárdia concorda, mas julga importante repensar esta abordagem sob pena de que a comunidade científica caia em descrédito diante da população e que isto venha a oferecer munição a grupos de interesse, sejam os que ele chama de “negacionistas” – os céticos de plantão –, sejam os conglomerados econômicos interessados.

“Inúmeras vezes, as pessoas lêem os textos ou assistem a vídeos e imaginam que a catástrofe acontecerá no ano que vem. Precisamos iniciar a conscientização e mudanças de hábitos, mesmo que as mudanças ocorram lentamente", alertou.

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WWF-Brasil apóia o V Encontro da Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental

10 Oct 2007 - A Universidade Federal do Mato Grosso recebe entre os dias 10 e 13 de outubro o V Encontro da Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (REMTEA), que tem como objetivo promover o debate acerca do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global O evento, que conta com o apoio do WWF-Brasil, pretende reunir diferentes movimentos, como coletivos educadores, coletivos jovens, povos indígenas, professores, ecologistas, entre outros, em um público estimado em mil participantes. O V Encontro da REMTEA acolherá ainda vários eventos satélites promovidos por estes grupos.

A programação conta com conferências, mesas de debate, reuniões temáticas e painéis. O Programa de Educação Ambiental do WWF-Brasil, representado por Mariana Valente e Terezinha Martins, técnicas da instituição, compartilha com a rede a experiência em torno do tema Educação Ambiental e Recursos Hídricos, realizando oficina a partir dos Cadernos de Educação Ambiental Água para a Vida, Água para Todos.

Para Irineu Tamaio, Coordenador do Programa de Educação Ambiental do WWF-Brasil, “o apoio ao evento se dá pelo reconhecimento da importância da atuação transversal e capilarizada das Redes na promoção de diálogos e ações pela construção de sociedades sustentáveis”. Tamaio ressalta ainda que o Tratado de Educação Ambiental deve ser um documento em permanente construção: “todo debate que se propõe a estudá-lo, discuti-lo ou até mesmo modificá-lo deve ser fomentado”, conclui.

A Rede Mato-Grossense de Educação Ambiental (REMTEA) é uma organização formada por coletivos e cooperativos de diversas instituições e sujeitos. Atualmente, agrega as redes municipais, a Rede Juventude de Meio Ambiente e a Rede Escola de Educação Ambiental (REDESCOLA), caracterizando-se, assim, como a Rede das redes mato-grossenses.

Declaração de Bariloche propõe ações para promover conservação, integração e melhoria na qualidade vida para os povos latino-americanos

09 Oct 2007 - De 30 de setembro a 06 de outubro de 2007, a cidade de Bariloche, na Argentina, abrigou a segunda edição do Congresso Latino-americano de Parques Nacionais e outras Áreas Protegidas. Mais de 2200 especialistas, entre gestores de parques, representantes de governos, cientistas, ambientalistas e lideranças indígenas estiveram presentes, contribuindo com a construção de conclusões e deliberações em prol de uma região que não só tem o maior conjunto de países megadiversos, como também abriga cerca de 20% do território de áreas protegidas no mundo, as quais prestam serviços de controle climático e conservação da biodiversidade a todo o planeta.

O evento é realizado a cada 10 anos pela União Mundial para a Natureza (IUCN), com o apoio de diversas instituições e organizações, entre elas o WWF-Brasil. Depois de seis dias de intensos debates e acordos, o encontro promoveu um denso levantamento das análises e das decisões as quais foram registradas na “Declaração de Bariloche”, documento que levará a mensagem da América Latina para a próxima reunião mundial que deve ocorrer em 2013 e foi anunciado durante a cerimônia de encerramento, no último dia 6.
O registro, que será disponibilizado na página oficial do evento, destaca o envolvimento dos povos indígenas e outras comunidades locais no processo de tomada de decisões. Isso inclui o estabelecimento de uma proposta de construção de um modelo de governança indígena para fortalecer as ações de conservação no território desses povos.

Além disso, a declaração retrata alguns outros pontos relevantes, como: a identificação de lacunas no sistema de áreas protegidas; a necessidade de promover a participação das comunidades locais e assegurar que elas tenham benefícios com as áreas protegidas; a construção de estratégias de proteção para garantir a longevidade da pesca; o reconhecimento da Amazônia como um bioma fenomenal de importância mundial e que, por isso, precisa de um trabalho mundialmente integrado; a menção do reconhecimento da necessidade de estabelecer um programa regional de áreas protegidas para a América Latina e a criação de capacidade institucional, recursos humanos (inclusive guardas florestais), financeiros e legais que permitam gerenciar as áreas protegidas de maneira efetiva.

A questão envolvendo áreas marinhas também teve grande destaque. O atraso e descaso com esses ecossistemas foi reconhecido e esboçou-se a construção de uma política mais integrada, inclusive na região costeira da Amazônia.

O WWF-Brasil teve participação expressiva, especialmente em assuntos relacionados a conservação de ambientes amazônicos, que constitui o rol de prioridades da organização. Clique aqui para saber mais sobre alguns dos simpósios e oficinas em que o WWF-Brasil esteve envolvido.

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ONGs lançam iniciativa inédita pelo fim do desmatamento na Amazônia

03 Oct 2007 - Nove organizações não-governamentais* lançaram nesta quarta (3 de outubro de 2007), em Brasília (DF), o Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia. A proposta, inédita, é estabelecer um amplo compromisso entre diversos setores do governo e da sociedade brasileira que permita adotar ações urgentes para garantir a conservação da floresta Amazônica. A iniciativa ressalta o papel fundamental da Amazônia na manutenção do equilíbrio climático, conservação da biodiversidade e preservação do modo de vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver.

O Pacto pressupõe o estabelecimento de um regime de metas anuais de redução progressiva da taxa de desmatamento da Amazônia, que seria zerada em 2015. Para isso, as ONGs estimam serem necessários investimentos da ordem de R$ 1 bilhão por ano, vindos de fontes nacionais e internacionais. A proposta prevê a criação de um fundo para gerir os recursos, que se destinaria a compensar financeiramente aqueles que promoverem a redução efetiva do desmatamento e também ao pagamento de serviços ambientais prestados pela floresta.

Segundo as ONGs, os incentivos econômicos seriam voltados para o fortalecimento da governança florestal (monitoramento, controle e fiscalização; promoção do licenciamento rural e ambiental para propriedades rurais; criação e implementação das unidades de conservação e terras indígenas), para otimizar o uso de áreas já desmatadas e compensar financeiramente os atores sociais responsáveis pela manutenção das florestas (povos indígenas, comunidades locais, populações tradicionais, agricultores familiares e produtores rurais).

A ministra do Meio Ambiente Marina Silva, os governadores estaduais Blairo Maggi (MT), Waldez Góes (AP) e representantes dos governos estaduais do Acre e Pará, além de parlamentares e outras autoridades, estiveram na cerimônia de lançamento.

Segundo o documento das ONGs, “um dos principais desafios que se coloca é assegurar políticas públicas que incorporem o fim do desmatamento como benefício social, ambiental e econômico. É necessário ir além dos instrumentos de comando e controle, promovendo a revisão e re-orientação dos incentivos financeiros historicamente canalizados para atividades predatórias”.

Até 2006, cerca de 17% da floresta Amazônica já haviam sido destruídos. Além de provocar o empobrecimento acelerado da biodiversidade, com impactos diretos no modo de vida de milhões de pessoas que dependem da floresta para sobreviver, o desmatamento é também uma importante fonte de emissão de gases do efeito estufa, que contribui para acelerar o aquecimento global. Os desmatamentos e queimadas, principalmente na Amazônia, tornam o Brasil o 4o maior poluidor mundial do clima.

 
 

Fonte: WWF-Brasil (www.wwf.org.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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