08 de Outubro de 2007 -
A cerveja Budweiser americana pode estar contaminada
com arroz geneticamente modificado da Bayer.
Fabricante nega que seu produto tenha sido
vendido para fora dos Estados Unidos.
Amsterdã, Holanda — Testes feitos
em moinho usado para produção
da cerveja nos Estados Unidos revelaram a
presença de arroz transgênico
da Bayer. Fabricante nega contaminação
genética.
Para ser mais honesta com
seus consumidores, a empresa Anheuser-Busch
deveria avisar nos anúncios publicitários
de sua cerveja Budweiser: “Esse produto é
fabricado com organismos geneticamente modificados.
Beba com preocupação.” Análises
feitas num moinho em Arkansas, nos Estados
Unidos, usado pela empresa na fabricação
da Budweiser revelaram a presença de
uma variedade de arroz geneticamente modificado
experimental da Bayer, o LL601. Segundo os
dados coletados pelo laboratório independente
contratado pelo Greenpeace, o arroz transgênico
apareceu em três das quatro amostras
recolhidas no moinho.
“A Anheuser-Busch tem que
divulgar um comunicado claro a respeito do
nível de contaminação
genética do arroz usado para produzir
a cerveja Budweiser nos Estados Unidos e divulgar
as medidas que tomará para assegurar
que seu produto não atinja os mercados
externos da empresa,” afirmou Doreen Stabinsky,
da campanha de Engenharia Genética
do Greenpeace Internacional.
O arroz transgênico
experimental em questão é uma
das três variedades que contaminaram,
em 2006, os estoques nos Estados Unidos, com
impacto negativo na indústria de arroz
americana, que viu os mercados internacionais
fecharem as portas para o seu produto.
O Greenpeace informou à Anheuser-Busch
sobre os resultados dos testes antes de divulgá-los
publicamente, exingido informações
da empresa sobre a extensão da contaminação
e sua política global no uso de ingredientes
geneticamente modificados na fabricação
de seus produtos. A empresa respondeu que
o arroz encontrado é aprovado nos EUA
e não é usado na fabricação
da Budweiser destinada para exportação.
O arroz transgênico
LL601 foi aprovado, retroativamente pelo Departamento
de Agricultura americano, mas a autoridade
européia de segurança alimentar
afirmou que os dados eram insuficientes para
determinar se o produto era ou não
seguro. O Greenpeace afirma que os consumidores
americanos têm o direito de saber se
esse arroz transgênico é usado
na fabricação da cerveja Budweiser.
O arroz geneticamente modificado não
é aprovado fora dos Estados Unidos
e, portanto, a Budweiser produzida com essa
variedade não pode ser vendida em outros
países.
A Anheuser-Busch é
o maior comprador de arroz nos Estados Unidos,
adquirindo anualmente cerca de 10% da produção
americana. A Budweiser é uma das poucas
cervejas a ter arroz como ingrediente. A marca
é encontrada em 60 países.
+ Mais
Transgênicos nas Filipinas:
tem raposa nesse galinheiro
02 de Outubro de 2007 Manila,
Filipinas — Greenpeace denuncia o processo
de aprovação e regulamentação
de transgênicos no país asiático,
mostrando que cerca de 80% dos integrantes
de órgãos e entidades responsáveis
pelas regras de entrada de organismos geneticamente
modificados tem ligações estreitas
com a indústria de biotecnologia.
Praticamente todas as pessoas
envolvidas com a aprovação e
regulamentação de organismos
geneticamente modificados nas Filipinas fazem
parte de grupos defensores de transgênicos
financiados direta ou indiretamente por corporações
de biotecnologia, ou já estiveram envolvidos
em projetos de pesquisa e atividades de promoção
desses organismos patrocinados por grupos
de lobby pró-transgênicos ou
diretamente pelas empresas desenvolvedoras
dessa tecnologia. A denúncia foi feita
nesta terça-feira pelo Greenpeace em
Manila, durante uma coletiva de imprensa.
“Todo o sistema regulatório
para os organismos geneticamente modificados
no país é obsceno. Os órgãos
regulatórios estão comprometidos
com as empresas. Como esse sistema regulatório
pode reivindicar qualquer tipo de credibilidade?”
afirmou Daniel Ocampo, da campanha de Engenharia
Genética do Greenpeace Sudeste Asiático.
“A convergência dos
interesses corporativos e o processo regulatório
é revelador e mostra o quão
vulneráveis nossos especialistas estão.
Durante os últimos
anos, o Greenpeace tem notado como os órgãos
regulatórios de transgênicos
nunca rejeitaram a aplicação
de um organismo geneticamente modificado de
qualquer grande corporação de
biotecnologia, apesar de muitos casos documentados
que questionam sua segurança e mostram
a rejeição em outros países,
mesmo naqueles onde foram desenvolvidas tais
tecnologias.
“Agora o público
sabe porque: o Departamento de Agricultura
e seus órgãos regulatórios
preferem observar apenas os interesses das
corporações multinacionais,
em vez das preocupações dos
agricultores com a saúde pública
e biossegurança, como deveria ser”,
afirma Ocampo. “O Departamento de Agricultura
é um fracasso e o sistema implantado
para proteger a saúde pública
e o meio ambiente está , na verdade,
protegendo os interesses das multinacionais
desenvolvedoras de transgênicos em sua
busca por novos mercados para seus produtos.”