15/10/2007 - Marluza Mattos
- O Painel Intergovernamental sobre Mudanças
Climáticas (IPCC) é um dos ganhadores
do Prêmio Nobel da Paz 2007 e, na avaliação
da secretária
do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Thelma Krug, esse é o reconhecimento
do trabalho voluntário de um grupo
de especialistas de todo o mundo que se empenha
em trazer luz às evidências científicas
da mudança do clima. "A partir
dos relatórios do IPCC, se tornou inquestionável
a participação do homem no aumento
das emissões dos gases de efeito estufa",
disse ela.
Secretária de Mudanças
Climáticas e Qualidade Ambiental do
MMA, Thelma integra o Conselho do IPCC. O
mérito dos três relatórios
já divulgados pelo painel das Nações
Unidas, segundo ela, é justamente promover
o refinamento científico em torno do
tema e, além disso, auxiliar na busca
por meios de combater e prevenir os problemas.
"Com o prêmio, cai por terra o
ceticismo de que há manipulação
nos dados do IPCC. A premiação
traz uma maior visibilidade ao assunto e valoriza
os trabalho desenvolvido pelo painel",
argumentou.
Thelma está em Genebra,
na Suíça, para participar de
uma reunião de especialistas do IPCC,
onde será discutida a metodologia,
desenvolvida ainda em 2006, para a realização
de inventários de gases de efeito estufa.
Trata-se de uma capacitação,
direcionada especialmente a países
em desenvolvimento, sobre metodologia de quantificação
de emissões. Em novembro, o IPCC se
reúne em Valencia, na Espanha, para
a divulgação da síntese
dos relatórios já divulgados,
que ainda deve ser aprovada pelos países.
+ Mais
Educação ambiental
e mudanças climáticas em debate
no Senado
16/10/2007 - Grace Perpetuo
-O secretário de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental (Saic)
do Ministério do Meio Ambiente, Hamilton
Pereira, apresentou ontem (16), no Senado
Federal, algumas das iniciativas de educação
ambiental implementadas pelo governo brasileiro
para enfrentar o problema das mudanças
climáticas - entre elas a criação
da Saic; a realização da 3ª
Conferência Nacional do Meio Ambiente,
no ano que vem; a instituição,
pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
do órgão gestor da Política
Nacional de Educação Ambiental
(PNEA); e a busca de capilarização
em todas as regiões e setores do País,
por meio dos coletivos educadores, potencializando
as iniciativas já existentes. A apresentação
ocorreu na Sala 3 da Ala Alexandre Costa,
no Anexo II do Senado, em Audiência
Pública de Educação Ambiental
na Comissão Mista Especial destinada
a acompanhar, monitorar e fiscalizar as ações
referentes às mudanças climáticas
no Brasil.
"Para nós, do
Ministério do Meio Ambiente, é
de fundamental importância esse espaço
de diálogo institucional", disse
o secretário - ao lembrar que, no passado,
o Brasil "educou gerações
e gerações a partir de uma percepção
de que os recursos naturais eram infinitos".
E enfatizou: "Ao longo do século
20, glorificamos a megabiodiversidade brasileira,
mas não cuidamos de preservá-la".
Hoje, porém, ao retomar um novo ciclo
de desenvolvimento, o secretário expôs
o que vê como o "triplo desafio"
a ser enfrentado pelo País: "em
primeiro lugar, retomar o crescimento inclusivo,
distribuidor de renda; em segundo, preservar
e aprofundar as conquistas democráticas
dos últimos 30 anos; e, em terceiro,
incluir a sensibilidade ambiental que faltou
aos ciclos anteriores". "É
necessário que o Estado brasileiro
reconstitua os seus instrumentos para que
se possa fixar, de maneira estruturante, a
questão da sensibilidade socioambiental
no País", concluiu.
Também participou
da audiência o diretor de Educação
Ambiental do MMA, Marcos Sorrentino. Em sua
apresentação, citou a importância
do órgão gestor da PNEA: "Ele
se destaca como uma iniciativa transversal,
que busca sinergizar os poucos recursos disponíveis
para a educação ambiental".
Sorrentino lembrou que, nos últimos
quatro anos, o governo desenhou o Sistema
Nacional de Educação Ambiental
(Sisnea), "hoje em debate junto à
sociedade brasileira".
Estavam presentes também
a coordenadora-geral de Educação
Ambiental do Ministério da Educação,
Rachel Trajber; a especialista em Educação
Ambiental Eda Tassara; e a coordenadora-geral
da organização não-governamental
Instituto Ecoar para Cidadania, Miriam Duailibi
- representantes, respectivamente, do governo,
da academia e da sociedade civil.