O Paraná assumiu
em setembro a liderança no ranking
nacional de recolhimento de embalagens de
agrotóxicos vazias: foram coletadas
338,6 mil toneladas em território paranaense
– o equivalente a 23%
do total coletado no país. Cada tonelada
representa aproximadamente 25 mil embalagens
retiradas do meio ambiente.
O programa estadual de recolhimento
é coordenado pela Secretaria do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos – por
meio da Superintendência de Desenvolvimento
de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental
(Suderhsa) –em parceria com o Instituto Nacional
de Processamento de Embalagens Vazias (InPEV).
Segundo o secretário
Rasca Rodrigues, há seis anos o Paraná
ocupava a nona colocação em
recolhimento de embalagens. “Trabalhando constante
e efetivamente junto com todos os elos do
sistema (agricultores, fabricantes, cooperativas
e poder público), temos garantido um
dos melhores índices nacionais e até
mesmo mundiais”, comentou.
“Hoje, quando não
somos o primeiro, ficamos entre os três
Estados brasileiros que mais coletam embalagens.
De cada 100 embalagens comercializadas no
Estado, 97 são devolvidas às
centrais de recolhimento”, acrescentou.
RECOLHIMENTO - De acordo
com o presidente da Suderhsa, Darcy Deitos,
de janeiro a setembro deste ano o Paraná
contribuiu com o recolhimento de 2.929,292
toneladas de embalagens. “Se comparado ao
mesmo período do ano anterior, quando
foram coletadas 2.779,465 toneladas, o Paraná
registrou um aumento de 5,3% no volume de
embalagens retiradas do meio ambiente”, comentou
Deitos.
Ele atribui a melhora no
índice “à conscientização
ambiental, que vem crescendo significativamente
no homem do campo e em todo o setor produtivo,
e também aos freqüentes cursos
para formação de agentes multiplicadores
realizados em todo o Estado”.
TREINAMENTO - A cada mês
são promovidos cerca de dois cursos
em cada região, envolvendo cerca de
150 pessoas. “O curso visa estimular a consciência
ambiental para impedir que as embalagens sejam
reutilizadas no armazenamento de outros produtos
ou que sejam jogadas no meio ambiente”, explicou
o responsável pelos treinamentos na
Suderhsa, Rui Mueller. “Depois de capacitados,
os participantes passam a atuar como agentes
multiplicadores repassando orientações
quanto à correta destinação
final das embalagens aos produtores”, completou.
No Paraná, já
foram capacitadas quase 5 mil pessoas - que
atuam em 14 centrais de recolhimento instaladas
nos municípios de Cambé, Campo
Mourão, Cascavel, Colombo, Cornélio
Procópio, Maringá, Palotina,
Ponta Grossa, Prudentópolis, Francisco
Beltrão, São Mateus do Sul,
Guarapuava, Santa Terezinha do Itaipu e Umuarama;
e em mais de 60 postos licenciados para o
recebimento.
“Além dos cursos
de capacitação, a Suderhsa também
é responsável pelo controle
da devolução das embalagens,
fiscalização dos agricultores
e das centrais de recebimento e licenciamento
ambiental dos pontos de coleta”, lembrou o
coordenador do programa na Suderhsa, Jorge
Callado.
O InPEV é responsável
pelo transporte e destinação
correta das embalagens vazias coletadas. Depois
de recolhidas, as embalagens são destinadas
à reciclagem ou à incineração,
caso haja contaminação. “Atualmente
existem 15 artefatos produzidos através
do material destas embalagens, como conduíte,
cordas, embalagem para óleo lubrificante,
madeira plástica, barricas de papelão
e economizadores de concreto, por exemplo”,
concluiu o coordenador.
+ Mais
Antonina abre série
de conferências regionais sobre aquecimento
global
O secretário de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, abre neste sábado (20),
em Antonina (litoral do Estado), a primeira
Conferência Regional do Meio Ambiente,
que abordará o tema “Mudanças
Climáticas”. Até o dia 15 de
dezembro outros encontros regionais serão
realizados, em 12 municípios paranaenses,
todos eles preparatórios para a 3a
Conferência Estadual do Meio Ambiente,
prevista para março de 2008. O evento
estadual, por sua vez, reunirá propostas
a serem debatidas na Conferência Nacional
do Meio Ambiente.
A proposta do Ministério
do Meio Ambiente para essa terceira edição
das conferências estaduais é
reunir a sociedade, em todos os estados brasileiros,
para debater e elaborar políticas públicas
visando a redução das emissões
dos gases que contribuem para o aumento das
temperaturas.
“As conferências regionais
são essenciais no processo de elaboração
de propostas para as conferências estadual
e nacional, e são ainda mais importantes
quando discutem os problemas locais com quem
os conhece. O trabalho é grande e contaremos
com a participação de todos.
Vamos discutir a importância da preservação
e os danos que as mudanças climáticas
podem causar, dando oportunidade à
população de participar da construção
de um futuro melhor”, afirmou o secretário
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos,
Rasca Rodrigues.
O secretário acrescentou,
ainda, que será desafiador debater
este tema nas conferências, pois as
mudanças climáticas são
uma das principais preocupações
globais da atualidade. “O que estava restrito
à comunidade científica e governos
ganhou as ruas após a divulgação
dos relatórios do Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC).
Hoje em dia, o mundo inteiro se debruça
para enfrentar os impactos causados pelo aquecimento
global. O Paraná e o Brasil não
poderiam estar fora deste movimento”, ressaltou.
De maneira inédita,
o Paraná organizou as conferências
regionais por unidade hidrográfica,
com base na diretriz do Plano Nacional de
Recursos Hídricos e acompanhando a
política adotada no governo Requião
da gestão ambiental baseada nas bacias
hidrográficas.
Durante as conferências
serão eleitos os delegados que participarão
da etapa estadual, na proporção
da população da unidade hidrográfica.
A composição é de 50%
formada por membros da sociedade civil organizada,
como ONGs, movimentos sociais e comunidades
indígenas e quilombolas, outros 30%
pelo setor empresarial e os 20% restantes
por membros do setor governamental.
O tema “Mudanças
Climáticas” inclui outros cinco sub-temas:
a redução das causas, adaptação
dos impactos, educação ambiental,
pesquisa, controle social e fortalecimento
do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
Na abertura da conferência
regional em Antonina, o secretário
também irá apresentar outras
iniciativas do governo do Estado para elaboração
de uma política estadual de mudanças
climáticas. “Afinal, todos os estados
brasileiros estão em processo de elaboração
de suas políticas regionais e deverão
encaminhar suas contribuições
para o Plano Nacional de Mudanças Climáticas
até o final de 2009”, disse.
O Paraná foi o único
estado a realizar, em 2003, 20 conferências
regionais, além da estadual, que reuniu
12 mil pessoas e deu oportunidade para que
todos os segmentos da sociedade manifestassem
seus anseios e propostas para a questão
ambiental.
Além de Antonina,
as conferências regionais paranaenses
serão realizadas em Goioerê (27
de outubro), Cianorte e Francisco Beltrão
(9 de novembro), Foz do Iguaçu (23
de novembro), Guarapuava e Cerro Azul (24
de novembro), Ponta Grossa e Ivaiporã
(1.º de dezembro), Jacarezinho (8 de
dezembro), Almirante Tamandaré (9 de
dezembro) e Londrina e Maringá (15
de dezembro).
É possível
fazer a pré-inscrição
para a conferência no site www.conferenciaestadualdomeioambiente.pr.gov.br/
, no link “Inscrições”, ou no
dia do evento. Não há limites
de vagas.
+ Mais
Fórum de Mudanças
Climáticas discute propostas para conter
o aquecimento global
O Fórum Estadual
de Mudanças Climáticas – coordenado
pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos - promoveu nesta quinta-feira
(18), em Curitiba, a primeira reunião
de sua câmara temática voltada
à elaboração de propostas
de políticas públicas para conter
o aquecimento global. Neste encontro começaram
a ser discutidas as diretrizes para construção
do Plano Estadual de Mudanças Climáticas
e foram analisados projetos de lei sobre o
tema que tramitam no país.
A coordenadora desta câmara
temática, Heloíse Borges, que
representa a Procuradoria Geral do Estado
(PGE) no Fórum, explicou que a câmara
será um palco de discussão e
também de proposição.
“Hoje apresentamos um mapeamento das discussões
que estão ocorrendo no Brasil, no Congresso
Nacional, nas Assembléias Legislativas
e até mesmo em outros países
para nos subsidiar na construção
destas propostas que podem virar leis e estratégias
para combatermos as mudanças climáticas”,
comentou.
Segundo ela, no Paraná
existem vários projetos na área
ambiental que podem, mesmo que indiretamente,
contribuir para a redução do
aquecimento global.
Durante a reunião,
a coordenadora de Mudanças Climáticas
da Secretaria, Manyu Chang, destacou outra
iniciativa que irá contribuir para
a formulação de propostas para
o plano: a realização das Conferências
Regionais do Meio Ambiente – que tem início
neste sábado (20), em Antonina.
“Esta discussão irá
complementar os debates das Conferências
Regionais de Meio Ambiente, outro exemplo
do caráter participativo e descentralizado
da formulação de políticas
públicas no Estado”, afirmou Chang.
A próxima reunião
da câmara temática está
programada para novembro, quando já
serão apresentadas propostas preliminares
para a construção do Plano Estadual
de Mudanças Climáticas.