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ESTUDOS PROPÕEM USO DE METANO ACUMULADO EM HIDRELÉTRICAS PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

2 de Novembro de 2007 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O aproveitamento do metano emitido pelos reservatórios de hidrelétricas pode aumentar a capacidade de geração energética dessas usinas, concluem pesquisas de duas instituições brasileiras. Elas propõem a captação e queima desse gás para produção de energia elétrica.

Nas represas dessas usinas, o metano é produzido pela ação de bactérias na decomposição da matéria orgânica que ficou submersa com a formação do lago – florestas inteiras, em alguns casos.

Pelos cálculos de um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o incremento na produção pode chegar a 30%. De acordo com o pesquisador do Inpe Luis Bambace, um dos autores do estudo, todas as hidrelétricas do planeta são responsáveis por emissões entre 14 milhões e 24 milhões de toneladas de metano por ano. O potencial de aquecimento do metano é cerca de 20 vezes maior que o dióxido de carbono, gás conhecido como o grande vilão efeito estufa. Desse modo, outro efeito esperado com o aproveitamento energético é a redução dos impactos dessas estruturas no aquecimento global.

Cerca de 1% do metano das hidrelétricas é liberado pela superfície do reservatório, mas as maiores quantidades, concentradas nas partes mais profundas, são lançadas na atmosfera quando a água passa pelas turbinas e vertedouros (aberturas por onde escoa a água da represa). “Na hora em que você baixa a pressão, acontece uma coisa similar a uma garrafa de refrigerante quando é aberta: o gás é eliminado com força”, explica Bambace.

Para evitar que o gás chegue à atmosfera, a idéia do grupo do Inpe é capturá-lo no fundo da represa e para isso, os pesquisadores defendem soluções baratas, como a instalação de lonas e bóias para construir uma barreira física e impedir que águas profundas cheguem às turbinas e vertedouros. Sem a possibilidade de escape, o gás ficaria concentrado no fundo do reservatório. “Esse aumento de concentração viabiliza alguns processos de extração comercial de metano”, diz Bambace.

A água rica em metano seria transportada, por tubulações, para a superfície até estruturas preparadas para “colher” o gás. “Para extrair, é possível fazer borbulhar o gás, ou gerar névoa por meio de nebulizadores de impacto: você gera névoa e faz o metano se difundir para dentro de um vaso, uma coluna de absorção”, explica.

Segundo Bambace, partes do modelo experimental já estão sendo testadas em laboratório, mas a construção do mecanismo depende da usina em que ele vai operar e dos resultados de mitigação das emissões na superfície. “Estamos em negociação com alguns grupos para intensificar a monitoração de carbono em várias represas, nas regiões Norte, Sul, Sudeste e no exterior”, adiantou.

Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o biólogo Alexandre Kemenes também patenteou uma tecnologia para aproveitamento de metano em hidrelétricas. Diferentemente do grupo de Bambace, o pesquisador avalia ser mais eficiente retirar o gás quando a água passa pelas turbinas da usina, não no fundo dos reservatórios.

“Imagino que as turbinas facilitariam a coleta do metano porque a área de saída é uma região bem pequena, poderia ser feita uma barreira física para segurar todo aquele gás”, comenta. Para Kemenes, apesar das diferenças, os dois modelos são aplicáveis, dependendo do tamanho da hidrelétrica. “O nosso se aplica a uma área bem reduzida. Em Tucuruí, por exemplo, por causa do fluxo [de águas nas turbinas] muito intenso, seria melhor interceptar o gás com o método deles [Inpe]”, compara.

Empresas brasileiras de operação de hidrelétricas já demonstraram interesse pela tecnologia, segundo Kemenes, mas o pesquisador prefere não arriscar um prazo para o início do aproveitamento: “Depende de investimento: de quem quer investir, do quanto querem investir”. Na avaliação do pesquisador, estimular esse tipo de tecnologia pode ser uma opção mais viável que a construção de novas usinas. “É mais compensador aproveitar todo o metano das hidrelétricas amazônicas antes de construir outra hidrelétrica na região”, avalia.

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Estudo sobre potencial energético do Rio Xingu é avaliado pela Aneel

1 de Novembro de 2007 - João Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Um estudo sobre as possibilidades de aproveitamento elétrico no Rio Xingu, que corta os estados do Mato Grosso e do Pará, foi entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O documento, que era esperado pelo Ministério Público Federal (MPF) e por lideranças indígenas que vivem em áreas banhadas pelo rio, foi realizado pela Eletrobrás e pelas empresas Odebrecht, Camargo Corrêa e Construtora Andrade Gutierresz e entregue ontem (31).

Em evento semana passada, o diretor da organização não-governamental Rivers Network na América Latina, Glenn Switkes, afirmou que o relatório apresentaria a possibilidade de construir outras quatro hidrelétricas, em Altamira, Pombal, São Félix e Montante Jarina.

"Nós conseguimos o estudo de inventário da bacia, e ele mostra que a Eletrobrás quer construir mais quatro barragens no rio", disse o ambientalista.

A possibilidade de construção das represas no Rio Xingu é apontada como uma preocupação pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). O coordenador da Coiab, Jecinaldo Sateré-Mawé, repudia a ação e afirma que, se a informação for verdadeira, os empreendimentos podem prejudicar muitas comunidades indígenas

"A Coiab é totalmente contra a essa nova tentativa do governo, até porque nós somos contra a implantação da Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará". A usina, uma das principais obras de energia previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ainda não teve a viabilidade ambiental atestada.

Durante o evento da semana passada, o procurador Felício Pontes, do MPF no Pará, disse que as informações serão investigadas: “Estamos muito preocupados com isso e vamos mandar os dados para que a Eletrobrás os confirme ou não”.

Nem a Aneel nem a Eletrobrás divulgaram o teor do estudo. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que vai examinar o relatório e só se pronunciará após a análise, até aqui sem prazo para conclusão.

A assessoria de imprensa da Eletrobrás informou que a empresa não vai se pronunciar, mas confirmou a entrega do documento.

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Conselho Indigenista Missionário cobra solução rápida para disputa por terra no Acre

2 de Novembro de 2007 - João Porto - Da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - Uma área localizada às margens do Rio Amônia, no município de Marechal Taumaturgo, no Acre, é palco de conflitos por terra, de acordo com denúncia do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do estado. Segundo o conselho, na região vivem indígenas Apolima-Arara, produtores rurais de um projeto de assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e seringueiros da reserva extrativista do Alto Juruá.

O coordenador do Conselho Nacional de Seringueiros no Acre, José Maria Barbosa, afirma que o impasse é antigo. Segundo ele, muitos dos indígenas que reivindicam a ampliação da terra indígena também vivem da extração de látex na reserva do Alto Juruá. “Essa briga começou logo quando a reserva extrativista foi demarcada.”

De acordo um dos líderes indígenas da região, Francisco Siqueira, da etnia Arara, a ocupação da terra por não-índios preocupa porque há construção de casas na região e extração ilegal de madeira. Siqueira entrou uma representação contra os produtores rurais e seringueiros no Ministério Público Federal no Acre.

O Cimi divulgou uma nota de repúdio à situação de conflito na região. No texto, o conselho cobra da Fundação Nacional do Índio (Funai) ações para conter a violência na região. Para o coordenador do Cimi no estado, Lindomar Padilha, é preciso encontrar uma solução rápida para o impasse. “Todos eles são trabalhadores e precisam de seu espaço. Mas esse conflito precisa terminar.”

O superintendente do Incra na região, Raimundo Cardoso, informou que existem documentos no processo de criação do assentamento mostrando que a Funai não tinha interesse na área quando os trabalhadores foram assentados. “Quero isentar o Incra de sua participação no conflito porque o Incra criou o assentamento com base em dados da Funai.”

A assessoria de imprensa da Funai informou que o administrador regional da fundação no Acre, Antônio Apurinã, viajou para a região do Alto Juruá para tentar resolver o impasse. Segundo a Funai, Apurinã vai apresentar um relatório sobre situação na terra indígena na segunda-feira (5).

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Gás carbônico emitido durante a Copa do Mundo pode ser compensado com preservação ambiental

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, durante a Copa do Mundo de 2014, poderão ser neutralizadas com a preservação da floresta amazônica.

A proposta foi apresentada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo governo do estado do Amazonas. Segundo o secretário do Meio Ambiente, Virgílio Viana, o estado já tem programas que prevêem a redução das taxas de desmatamento nos próximos anos.

A carboneutralização será feita levando em conta todas as emissões de gás carbônico ligadas à Copa do Mundo, como transporte de jogadores, de material e o gasto de energia, como o uso de ar-condicionado.

“Se a Copa do Mundo resultar na emissão de 100 unidades de gases de efeito estufa, precisamos fazer aqui a conservação de florestas neste mesmo número. A quantidade de fumaça que será produzida lá, será conservada aqui no Amazonas”, explica Viana.

Segundo o secretário, a expectativa é que a apresentação do projeto possa ajudar na escolha da cidade de Manaus como uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo de 2014.

O Amazonas é o estado brasileiro com a maior cobertura vegetal preservada (98% do território), segundo o governo estadual.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)

 
 
 
 

 

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