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MUDANÇAS CLIMÁTICAS INFLUENCIAM NOVAS PESQUISAS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Novembro de 2007

As mudanças climáticas observadas em todo o Planeta, a partir de agora passam a ser mais levadas em conta nos novos projetos de pesquisa em fruticultura. Os projetos em andamento também poderão sofrer adaptações, em função de aspectos como alterações de temperaturas médias, regime de chuvas etc, visando aproximar o planejamento e expectativas dos investigadores com as novas realidades observadas na natureza.

Este foi um dos pontos de destaque durante a apresentação de trabalhos técnicos de todo o mundo e discussões realizadas durante o VIII Simpósio Internacional de Fruticultura de Clima Temperado em Regiões Tropicais e Subtropicais, encerrado no último final de semana, em Florianópolis.

Para o pesquisador da Embrapa Clima Temperado e um dos coordenadores do evento, Flávio Herter, o Simpósio "foi de alto nível e atingiu plenamente seus objetivos". Um total de 250 pessoas, entre as quais meia centena de especialistas do setor provenientes do exterior, prestigiaram o encontro.

Uma dezena de países latino-americanos mandou representantes, além de especialistas dos Estados Unidos, Canadá, Austrália , Bélgica, França, Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália, África do Sul, Japão, Tailândia, Bangladesh e Índia, entre outros. Entre as presenças, destaque para o canadense Norman Looney, presidente da Sociedade Internacional de Horticultura, cuja sede está localizada na Bélgica.

Flávio Herter destacou que é perfeitamente possível produzir frutas de clima temperado de alta qualidade em áreas mais quentes (subtropicais ou tropicais) e lembra o exemplo das uvas cultivadas no Vale do São Francisco, zona que, além de tropical, é também árida. Para que situações como essa possam ocorrer, Herter observa serem necessários três condições: a potencialidade genética, o entendimento da fisiologia das plantas (adaptação) e a questão do manejo e tratos culturais.

O Simpósio de Florianópolis teve a apresentação de 200 trabalhos técnicos, 30 dos quais, sob a forma de exposições orais e pôsteres, a cargo da Embrapa de Pelotas, que enviou uma equipe de 10 pesquisadores. Herter disse que o Simpósio abriu para a Embrapa novas e importantes perspectivas de cooperação, entre as quais com a Europa Oriental, através da Hungria, e com a África do Sul, que sediará o próximo Simpósio do gênero, em 2011.

Durante o encontro, Flávio Herter e Gabriel Leite (também coordenador, da Epagri-SC), receberam medalhas de honra e diplomas de reconhecimento, outorgados pela Sociedade Internacional de Horticultura. "Esta homenagem eu desejo dividi-la com todos os pesquisadores e pessoal de apoio da área de fruticultura da Embrapa e com aqueles que tornaram possível a realização do Simpósio no Brasil", declara Herter.
Sady M.Sapper

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Simpósio internacional discute recursos hídricos e aquecimento global

Claudio Spadotto, chefe geral, Marco Gomes e Emília Hamada, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, participaram do II Simpósio Internacional em Manejo de Microbacias, de 29 a 31 de outubro de 2007, no auditório da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Botucatu, SP.

Sobre o Aqüífero, assunto que foi discutido na segunda-feira(29), Gomes explica que, em relação aos recursos hídricos, as adversidades climáticas podem alterar o ciclo hidrológico e, por conseqüência, todo o regime pluviométrico de determinada região, que abrange o processo de recarga dos mananciais superficiais ou subterrâneos.

“O Aqüífero Guarani, considerado o mais importante e estratégico da América do Sul e um dos maiores do mundo, merece atenção particular, uma vez que sua reserva potencial é capaz de atender a demanda anual de 2,5 vezes a atual população brasileira, considerando o valor de 180 milhões de pessoas”, diz.

Manejo e ocupação racional

O trabalho desenvolvido pela equipe de pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente propõe uma forma de manejo e ocupação racional das áreas de recarga direta do Aqüífero, denominada de ordenamento agroambiental, para minimizar os impactos negativos das atividades humanas, sobretudo agrícolas. “Esse ordenamento também contribuir para a criação de condições climáticas mais amenas, inclusive com a formação de microclimas, com condições mais favoráveis para o armazenamento de água no subsolo, tornando o ambiente mais equilibrado”. Como conseqüência, as matas ciliares e nascentes têm mais proteção e condições de suportar as mudanças climáticas.

Emília Hamada, pesquisadora e especialista em geoprocessamento, abordou, em 31 de outubro mudanças climáticas globais e recursos hídricos com enfoque para as bacias hidrográficas.

Segundo Emília, o Quarto Relatório de Avaliação (AR4) do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), divulgado em 2007, projeta um aumento provável na temperatura global entre 2°C e 4,5°C a mais do que os níveis registrados antes da era pré-industrial. Segundo a pesquisadora, esses impactos nos sistemas naturais e humanos apresentam, no entanto, efeitos diferentes, dependendo do nível de vulnerabilidade do sistema.

Países em desenvolvimento

“Neste sentido, os países em desenvolvimento são os mais vulneráveis a essas mudanças, podendo ser duramente atingidos pelos seus efeitos adversos”, diz Emília. “Para o Brasil, esclarece ela, a maior vulnerabilidade aos efeitos adversos das mudanças climáticas é reforçada pela sua economia fortemente dependente de recursos naturais diretamente ligados ao clima na agricultura, na geração de energia hidroelétrica, entre outros setores”.

“Essa característica evidencia a premente necessidade de se estudar os riscos advindos das alterações climáticas globais, conhecendo profundamente suas causas, a fim de subsidiar políticas públicas de mitigação e de adaptação dos diversos setores aos seus efeitos adversos”.

“Os padrões de precipitação estão mudando no mundo e prevê-se como impacto das mudanças climáticas a alteração na freqüência e intensidade da precipitação e secas mais intensas e longas, particularmente nos trópicos e subtrópicos. Desta forma, estudar a vulnerabilidade e os impactos da potencial modificação climática sobre os recursos hídricos no Brasil é um assunto estratégico para o país, a fim de planejar potenciais medidas mitigadoras em associação com as ações existentes de gerenciamento dos recursos hídricos”, conclui a pesquisadora.

Na terça-feira ( 30) , o chefe geral da Embrapa Meio Ambiente Claudio Spadotto, participou de mesa redonda sobre ações ambientais em microbacias, com pesquisadores da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, do Comitê de Bacias, da Duratex, da Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo, do Sistema Estadual de Florestas, da Universidade Federal de Lavras, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz.
Cristina Tordin
Embrapa Meio Ambiente

 
 
 
 
 
 

 

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