3 de Novembro de 2007 -
Antonio Arrais - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Das 350 milhões
de pessoas que serão afetadas por desastres
naturais em todo o mundo, a cada ano, durante
a próxima década, 175 milhões
serão crianças - segundo estimativas
da organização não-governamental
(ONG) Save The Children (Salvem as Crianças),
no informe Um futuro de catástrofes?
O impacto da mudança
climática na infância.
De acordo com o relatório,
"a exposição à mudança
climática terá efeitos negativos
para a saúde de milhões de pessoas,
especialmente a daquelas com menor capacidade
de adaptação, como as crianças".
Atualmente, a média de pessoas afetadas
por desastres naturais é de 250 milhões
a cada ano, mas esse número deve crescer
muito, segundo estimativas da ONG.
Somente nos próximos
três anos, segundo projeções
das Organizações das Nações
Unidas (ONU) citadas pela ONG, haverá
em todo o mundo "50 milhões de
desabrigados meio-ambientais, a maioria crianças
e mulheres. Além disso, a falta de
água potável e a contaminação
existente darão lugar à propagação
de doenças entre a população".
Ainda segundo o informe
da ONG, "milhares de menores de cinco
anos de idade morrem a cada ano em todo mundo
por causa da água e do saneamento insalubres,
da contaminação do ar em interiores
e exteriores e do paludismo, muitos desenvolvem
problemas crônicos relacionados com
o meio ambiente, desde alergias até
deficiência mental ou física".
Segundo dados citados pela
ONG, "a cada 15 segundos, morre uma criança
no mundo por falta de acesso à água
potável, e 40 milhões das crianças
sofrem má nutrição. Com
as mudanças ambientais previstas, o
quadro será ainda mais grave".
A organização afirma que "mais
alarmante é que as crianças
desnutridas estarão mais expostos a
enfermidades que mosquitos transmitem, como
malária e dengue, devido ao aumento
das inundações, ao aquecimento
e às mudanças nos períodos
de chuvas".
O informe da ONG afirma
que, "apesar de somente 10% da população
mundial ser de crianças menores de
cinco anos de idade, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) assegura que
esse grupo é o que sofre 40% das enfermidades
relacionadas com o meio ambiente".