A
Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna,
SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária, vinculada ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
em parceria com a Universidade do Estado de
Mato Grosso (Unemat, Campus de Nova Xavantina,
MT) realiza o monitoramento da qualidade das
águas das nascentes e dos rios formadores
da bacia do Rio Xingu, em Mato Grosso.
O objetivo é acompanhar
as variações dos parâmetros
de qualidade avaliados, correlacionando-os
com outras variáveis, como o uso, a
ocupação e a degradação
das terras.
O trabalho faz parte do
projeto “Recuperação de Áreas
de Preservação Permanente e
Promoção de Boas Práticas
Agropecuárias na Bacia do Rio Xingu”,
em curso desde 2006, e apoiado com recursos
do Fundo Setorial do Agronegócio (CT-Agro)
e do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq).
É parte também da campanha Y
Ikatu Xingu (salve a água boa do Xingu),
promovida pelo Instituto Socioambiental (ISA).
“A região dos formadores
do rio Xingu encontra-se muito vulnerável,
levando-se em conta os processos de ocupação
ali observados”, salienta o pesquisador da
Embrapa Meio Ambiente, Ladislau Skorupa, coordenador
do projeto pela Embrapa. “São áreas
localizadas no entorno do Parque Nacional
do Xingu, em Mato Grosso, e que se encontram
sob pressão da expansão das
fronteiras agrícola e pecuária,
com impactos diretos e indiretos sobre as
áreas de preservação
permanente (nascentes e matas ciliares) e,
consequentemente, sobre a qualidade dos recursos
hídricos”.
Ainda, segundo o pesquisador,
isso se deve em parte à carência
de planejamento da ocupação
do solo, uso de áreas inadequadas para
agricultura e pecuária, uso de tecnologias
inadequadas em sistemas produtivos locais,
bem como a carência de informações
sobre alternativas tecnológicas.
Além do acompanhamento
das variáveis físico-químicas,
tradicionalmente utilizadas na avaliação
da qualidade da água, a equipe também
usa bioindicadores. “Nesse caso, esclarece
o pesquisador, estão sendo observados
os organismos bentônicos, macroinvertebrados
que habitam o substrato de fundo de córregos
e rios”. “O conhecimento de que esses organismos
apresentam maior ou menor sensibilidade às
alterações na qualidade da água
é a base para o seu uso como bioindicador”,
diz Skorupa.
Cristina Tordin